\ A VOZ PORTALEGRENSE: outubro 2021

terça-feira, outubro 19, 2021

Desabafos 2021/2022 - II

Com uma mediatização circense, foi na passada semana apresentado o Orçamento de Estado para 2022.

Com a afirmação de alívio fiscal para jovens, classe média e empresas, os fiscalistas que não são dependentes do governo socialista, afirmam que é tudo muitíssimo relativo, porque o dito alívio é tão pequeno que se torna particamente invisível!

Outro facto é que a dita classe média portuguesa está, em termos de valor bruto de rendimentos, ao nível da pobreza dos principais países da União Europeia, e em último lugar nos países do euro. É o Socialismo!

Este Orçamento de estado, assim como os anteriores do governo socialista, penaliza quem cria riqueza, quem cria emprego, e beneficia quem não trabalha, quem não produz. É o Socialismo!

Com impostos directos altíssimos, com impostos indirectos em alta, mesmo assim, a dívida pública é elevadíssima. A má gestão dos governos socialistas, que governam de acordo com as sondagens, que têm uma clientela subsídio-dependente, além da ideologia, é a razão do contínuo empobrecimento do país.

Portugal, pior que ser o parente pobre da União Europeia, é o pedinte dessa mesma União Europeia. As políticas socialistas dos últimos governos, aliados com a esquerda radical, asfixiam empresas e famílias.

O Serviço Nacional de Saúde está na bancarrota, a TAP está falida, a CP está em agonia.  Prometem hospitais, estradas, pontes, barragens, mas nunca o investimento público foi tão reduzido. Querem fazer parecer o contrário!

É o Socialismo!

Mário Casa Nova Martins

18 de Outubro de 2021

Rádio Portalegre

quarta-feira, outubro 13, 2021

Florindo Madeira - In Memoriam

Florindo Hipólito Sajara Madeira

29 de Novembro de 1935 – 12 de Outubro de 2021

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Natural de Portalegre, onde nasceu a 29 de Novembro de 1935, licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e vivia em Cascais desde 1964, onde exercia a profissão de Advogado.

Foi cidadão de mérito municipal grau ouro da Cidade de Portalegre e da Vila de Cascais. Foi Governador Civil de Portalegre após o 25 de Abril de 1974.

Portalegrense Ilustre, teve sempre presente a cidade que o viu nascer.
A Voz Portalegrense

Florindo Madeira

Mais um Amigo que "parte". Ontem, 12 de Outubro, no final do almoço, que assiduamente fazia com amigos, colegas e conterrâneos, o dr. Florindo Hipólito Sajara Madeira sentiu-se mal, desmaiou e nada foi possível fazer para evitar "a sua partida".

Natural de Portalegre, onde nasceu a 29 de Novembro de 1935, licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e vivia em Cascais desde 1964, onde exercia a profissão de Advogado.

O Florindo Madeira foi desde muito cedo "um activista cultural" tendo sido um dos Fundadores do AMICITA (Grupo Cultural de Portalegre), em 1957, nos altos do então Café Facha, juntamente com os colegas Augusto Costa Santos (Tito) e Mendes.

Nas Tertúlias do Facha muitos ilustres "Lagóias e Estrangeiros" participaram, de entre os quais recordo José Régio e os drs. Ernesto Oliveira e António Teixeira. Foram muitos outros que fizeram parte deste Grupo podendo recordar alguns da minha geração António Sérgio Curvelo Garcia, João José Casa Nova Ribeiro, Joaquim Portilheiro e Rui Abreu.

Em determinada altura, o AMICITA fundou um Cine-Clube, do qual fui sócio por influência do irmão do Florindo, o meu Amigo desde sempre e até hoje, Francisco Ângelo, tendo assistido a algumas sessões que eram levadas a cabo no Cine-Teatro-Crisfal, sempre vigiadas por dois "sujeitos vestidos com uma gabardine branca".

Não me quero alongar muito nesta pequena homenagem que quero aqui prestar ao dr. FLORINDO MADEIRA, mas quero recordar que ele foi o primeiro Governador Civil do Distrito de Portalegre depois do 25 de Abril de 1974.

Aos irmãos Gioconda, Francisco Ângelo e Júlio Manuel, à esposa Beatriz e aos restantes familiares, muitos dos quais meus amigos pessoais, apresento as minhas condolências e profundo pesar.

Manuel Alberto Morujo

terça-feira, outubro 12, 2021

Avelino Bento e os 'putos'

«Era uma vez…», assim começavam as histórias lidas num tempo de uma infância feliz. Eram histórias de princesas e de príncipes, de reis e rainhas, histórias de encantar que faziam sonhar e acreditar que as pessoas eram felizes e o mundo o paraíso.

«Os últimos putos neo-realistas» é, até ao momento, a mais recente obra de Avelino Bento, um Autor cada vez mais prolífero.

O neo-realismo foi uma corrente artística de meados do século XX, com um carácter ideológico marcadamente de esquerda marxista, que teve ramificações em várias formas de arte (literatura, pintura, música), mas atingiu o seu expoente máximo no cinema  neo-realista, sobretudo no realismo poético francês e no neo-realismo italiano.

Esta definição mostra que a realidade não é homogénea, outras formas interpretativas das artes coexistiram, e hoje o neo-realismo faz parte de um tempo, e esse tempo é aquele no qual o Autor situa a sua infância e as histórias que narra na Obra.

O livro é um conjunto de histórias vividas por Avelino Bento, que deixaram no seu imaginário uma saudade saudável, a ponto de querer partilhá-las com terceiros, os seus Leitores.

A felicidade que mostra na escrita, é acompanha por desenhos do próprio, que de alguma forma complementam o texto.

Por certos, muitos dos Leitores identificar-se-ão, de uma forma ou outra, com muitas das histórias deliciosamente contados pelo Autor. Essa uma, entre outras mais, mais-valias d’«Os últimos putos neo-realistas». A ler!

Mário Casa Martins

sexta-feira, outubro 08, 2021

Clint e a Redenção

Ainda se fazem filmes assim. Tão simples, tão profundo, tão grande!

A história conta-se em meia dúzia de palavras, mas os gestos são tão fortes que não se fica indiferente. O retracto de um tempo que é passado, mas não é nostálgico porque estava cheio de Princípios e Valores que hoje se perderam. Passado que não pode passar.

A América que foi grande, o México sempre na rota da América profunda. Aquela que perdeu uma guerra mas que nunca se vergou aos vencedores.

A memória dos Pioneiros, a pradaria, o deserto, os cavalos. E um animal pequeno, que é enorme na luta, um vencedor!

A Fronteira separa dois mundos, um que foi e o que é. O Deus Regiano, aquele que ‘fere e consola com o próprio mal que faz’. O Bem e o Mal. A Providência. E o tempo que tudo traz e tudo cura. A Redenção.

Houve um tempo em que os Homens e as Mulheres construíam a Família, que tinha Fé, que se redimia pelo Trabalho, pela doação ao Outro. Dar sem esperar o retorno. Mas o final é o retorno a casa, ao lar, à Família. Sublime.

O Rapaz e o Velho. Eu também já sou Velho.

Que banda sonora! Que canções! Que Viva o México. Que viva a América!

Honra a Clint Eastwood.

Mário Casa Nova Martins

quinta-feira, outubro 07, 2021

Desabafos 2021/2022 - I

Há eleições que são mais importantes do que outras, e as eleições de 26 de Setembro na Alemanha comprovam esta afirmação.

A importância da Alemanha na União Europeia é determinante. Dir-se-á que é o seu ‘motor económico’, mas não só. A sua posição geoestratégica faz com que seja o centro de decisões políticas que influenciam não só a União Europeia, como todo o resto da Europa.

Com a liderança de Angela Merkel, a Alemanha entrou numa espiral de retrocesso económico e social, enquanto a União Europeia acentuou a sua decadência.

Sem uma estratégia definida quanto ao papel e futuro da Europa, ‘formatada’ na ex-RDA, com tiques estalinistas, Angela Merkel traiu o seu antecessor Helmut Kohl e abandona a liderança do seu partido, fazendo com que este tenha o pior resultado eleitoral da sua história. E Merkel colocou a CDU no centro-esquerda, quando a CDU sempre foi de centro-direita.

Os resultados eleitorais alemães não deram maioria a nenhum partido, haverá governo de coligação, ou, num outro cenário possível, novas eleições se não se conseguir encontrara uma forma política que desbloqueei a situação.

Quanto mais tempo demorar a Alemanha a encontrar uma solução de governo, pior para a União Europeia, com Bruxelas e os seus eurocratas a conquistarem mais poder sobre as nações que a constituem.

E se a Alemanha se ‘constipa’, o subsidiodependente Portugal tem uma forte ‘constipação’. Vai ser um outono com prenúncio de agreste inverno.

Mário Casa Nova Martins

4 de Outubro de 2021

Rádio Portalegre