\ A VOZ PORTALEGRENSE: setembro 2020

terça-feira, setembro 29, 2020

Desabafos 2020/2021 - II

Depois de um verão abrasador, como tantos que a memória guarda, a chuva e as temperaturas outonais chegaram.
Também regressou o medo da pandemia deste ano terminado em 20, que junto com ela trouxe outros medos.
Por enquanto ainda não apareceram seitas milenaristas que apregoem o fim do mundo, o final dos tempos. Mas a História mostra que em tempos como estes, essas seitas de cariz apocalíptico têm existência curta, mas que deixam marcas na sociedade.
Umas defendem a penitência, outras a luxúria, ambas sempre radicais, extremistas.
Mas, extremismo e radicalismo estão fortes neste tempo na sociedade portuguesa.
O racismo, a intolerância, comportamentos totalitários, mostram uma sociedade em ruptura.
Minorias que querem impor os seus comportamentos fracturantes à maioria. Discurso de ódio e discurso racista protagonizado por partidos e movimentos radicais de Esquerda. Intolerância da Esquerda radical face a quem dela pensa diferente. Tentativas de intimidação a quem escreve fora dos cânones dessa mesma Esquerda radical. Ataques de carácter a quem na praça pública tem um discurso próprio, mas diferente do politicamente correcto.
Que tempos estes!
Dominante nos média, nas redes sociais, defensora do pensamento único, transformou-se em inquisidora-mor. É a mais terrível censora de tudo que é diferente das suas causas.
28 de Setembro de 2020

Desabafos 2020/2021 - I

No ‘tempo das vacas gordas’, trocar de automóvel era uma questão de status.
Os tempos mudaram, e hoje, tempos difíceis, o que se troca não é o automóvel, mas sim a matrícula. As letras e os números mantêm-se, claro, mas o modelo de matrícula é que é novo.
Automóveis de anos recentes, até àqueles com dezenas de anos, circulam agora com o novo modelo de matrícula, uma forma de ostentação, dir-se-á, pindérica.
Este caso das matrículas, mostra até que ponto a sociedade se gere por valores exteriores que nada têm a ver com com aqueles Valores que são matriz da Identidade, da Cultura, do viver em sociedade com princípios de solidariedade, de companheirismo, de pertença.
Os principais governantes do país vêm avisando os portugueses que se avizinham dias difíceis. Mas parece que as gentes estão a fazer de ‘orelhas moucas’, e tal como a cigarra mantêm os padrões de consumo dos tempos bons, esquecendo as crises económicas e sociais que se tem passado, com desemprego, fome e miséria.
Este viver o dia presente, sem preparar o dia seguinte, sem olhar para o futuro, criando condições para superar crises futuras, esperando que o Estado tudo resolva através da subsidiodependência, tem em Portugal, e também na Europa, vida curta.
Os modelos de segurança social estão nos limites, não vão conseguir sustentabilidade num futuro próximo. Mas ninguém quer saber!
Que haja ‘pão e circo’!
14 de Setembro de 2020