\ A VOZ PORTALEGRENSE: setembro 2018

terça-feira, setembro 25, 2018

Desabafos 201872019 - II

Clube Desportivo Portalegrense, Ginásio Andebol Portalegre, Sport Clube Estrela, por ordem alfabética, são três agremiações desportivas do concelho de Portalegre, sediadas na cidade, que desempenham alto valor social na comunidade.
Outras colectividades existem no concelho com prática desportiva, mas estas três ocupam o lugar cimeiro, quer na representação do concelho, que, principal e fundamentalmente, no número de praticantes das modalidades de andebol e de futebol, que ultrapassa o meio milhar, número altamente significativo para o universo do concelho de Portalegre.
Contudo, estas três colectividades passam por problemas financeiros, tendo, mesmo não há muito tempo, o Ginásio Andebol Portalegre de vender uma das duas carrinhas de transporte de atletas para honrar compromissos financeiros.
Não tendo o concelho de Portalegre comércio e indústria que apoie as colectividades, dada a sua pequenez e fragilidade económica e financeira, com uma autarquia que ao invés de apoiar condignamente as suas colectividades mais representativa na área do desporto, prefere gastar milhares de euros numa chegada de etapa da Volta a Portugal em bicicleta, modalidade, o ciclismo, não representada no concelho, e que em termos económicos ou outros em nada acrescenta em termos de mais-valias ao concelho.
Mais de 500 jovens movimentam em conjunto o Sport Clube Estrela, o Ginásio Andebol Portalegre e o Clube Desportivo Portalegrense. Os apoios que têm chegam dos pais dos atletas e da quotização. O que é manifestamente pouco.
Uma pergunta fica, se estes três clubes que trabalham com todos aqueles jovens deixam de poder desenvolver esse trabalho na área do desporto, o que farão esses mesmos jovens nos seus tempos livres?
Rádio Portalegre, 24 de Setembro de 2018

Centenário de Franco Nogueira

NO CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE FRANCO NOGUEIRA
Celebra-se o Centenário do Embaixador Franco Nogueira. [Alberto Marciano Gorjão Franco Nogueira, 17 de Setembro de 1918, Vila Franca de Xira, 14 de Março de 1993, Lisboa].
Figura ímpar da segunda metade do século XX português, foi Gente d’Algo que sempre por si pensou.
Muito se tem dito e escrito sobre Alberto Franco Nogueira.
Sempre fui seu leitor. Tenho todas as suas obras. Um dia tive o privilégio, e a honra, de me cruzar com o Embaixador Franco Nogueira.
Fora anunciada a saída do sexto e último volume da biografia de Salazar, pela Livraria Civilização Editora.
Tínhamos um grupo, fundado quando estudantes da Universidade de Coimbra, chamado "Mensagem", e que se manteve para além desse tempo estudantil, com objectivos culturais e que já tinha organizado conferências.
Em Lisboa e Porto havia o lançamento público do livro. Nada estando previsto para Coimbra, foi decidido tentar fazer a apresentação nesta cidade.
Para tal fui mandatado para contactar com a Livraria Civilização Editora, a qual respondeu colocando-me em contacto com o Embaixador Franco Nogueira.
Trocada correspondência, fui a Lisboa, ao Círculo Eça de Queiroz, conhecer pessoalmente o Senhor Embaixador e também finalizar os pormenores da ida a Coimbra.
Tempo depois, chegava o Embaixador Alberto Franco Nogueira e Mulher, acompanhados pelo proprietário da Civilização, a Coimbra e recebemo-lo junto à Porta Férrea. Seguiu-se um jantar num restaurante no Pátio da Inquisição, e a apresentação do livro e conferência no Anfiteatro V da Faculdade de Letras, repleto, e onde me coube fazer a apresentação do Embaixador Franco Nogueira.
Ao jantar fiquei ao lado do Embaixador Franco Nogueira, e no diálogo que encetámos disse que no futuro seria recordado como o biógrafo de Salazar, mas para mim a sua, até então, obra mais importante era «As Crises e os Homens».
Passados estes anos, de 1985 a hoje, é a primeira vez que, de forma sucinta, falo do meu conhecimento com o Embaixador Franco Nogueira. Desse tempo guardo a documentação que então foi gerada.
No tempo do seu Centenário, é com orgulho que trago à luz deste tempo esta Memória.
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terça-feira, setembro 11, 2018

Desabafos 208/2019 - I

Nestes tempos de um verão que teimava em chegar e que depois chegou forte, dois casos como que incomodaram o calmo viver de um concelho adormecido no tempo, concelho esse que é o concelho de Portalegre.
Portalegre foi notícia na segunda metade de Agosto num canal televisivo e numa revista, ambos de implantação nacional.
A CMTV veio até Portalegre em ajuda de uns Portalegrenses que viviam quase há um ano com uma situação grave de saúde pública. E foi preciso vir a CMTV a Portalegre cidade para o problema, em menos de três dias!, ficar resolvido pelas entidades competentes..
A revista «Sábado»* fez um trabalho de investigação jornalístico no qual se dava conta do incumprimento de um conjunto de autarcas do concelho de Portalegre em relação à entrega de documentos, declarações de rendimentos, ao Tribunal Constitucional, facto agravado por ser prática continuada dos e pelos mesmos.
Mais grave do que o sucedido com a ausência da entrega dos referidos documentos, foi o rol de mentiras que aconteceram em Assembleias Municipais. Embora de grave nada seja, apenas um continuar de mentiras, que foram em 1 de Outubro de 2017 a votos e que, para gáudio de uns poucos mas para desgraça do concelho de Portalegre e do seu futuro, valeram a vitória eleitoral.
Contudo, em Portalegre que nada acontece, estes dois casos não indignaram os “bem-pensantes”, as “consciências” do burgo, e, porventura muito menos ainda os seus excelsos “umbigos”. Vá lá perceber-se porquê!
Rádio Portalegre, 10/09/2018
*«Sábado», N.º747, pgs 52 e 53