\ A VOZ PORTALEGRENSE: outubro 2022

quinta-feira, outubro 27, 2022

Desabafos 2022/23 - IV

Segundo o «Diário Económico», ‘A Galp foi informada pela Nigéria LNG Limited, o seu principal fornecedor de gás natural, que devido às cheias ocorridas na Nigéria ocorreu uma “redução na produção e oferta de gás natural liquefeito”».

Segundo o mesmo jornal, «“Nesta fase, nenhuma informação foi fornecida para apoiar uma avaliação dos impactos potenciais de este evento, que pode, no entanto, resultar em interrupções adicionais de fornecimento à Galp”, disse a empresa, numa nota enviada à CMVM.»

Dito por outras palavras, o aumento do preço do gás natural ao consumidor vai ser mais elevado do que aquele que estava previsto.

É um facto que calamidades como guerra, seca, chuva extrema, afectam a vida das pessoas, e este ano de 2022, já viu de ‘tudo’.

Mas verdade se diga que as cheias na Nigéria são, infelizmente, frequentes, e até agora nunca se colocara em causa a extracção do gás.

O que veio alterar todas as coordenadas da situação energética, principalmente na Europa, é ‘a guerra por procuração’ dos EUA contra a Rússia, consagrando a doutrina de Zbigniew Brzezinski, apresentada e defendida no seu livro “The Grand Chessboard: American Primacy and Its Geostrategic Imperatives” (“O Grande Tabuleiro Mundial – a supremacia americana e os seus imperativos geoestratégicos”, em tradução literal), livro esse, claro, sem tradução portuguesa.

A dependência energética europeia é uma realidade. Mas essa dependência não é exclusivamente da Rússia, como se quer fazer crer e como se comprova no caso português.

Que os Europeus voltem a ter Paz no seu Continente, e que deixem de ser ‘carne para canhão’ de interesses económicos e geoestratégicos de terceiros.

Mário Casa Nova Martins

24 de Outubro de 2022

Rádio Portalegre

https://jornaleconomico.pt/noticias/inundacoes-na-nigeria-podem-resultar-em-interrupcoes-de-fornecimento-a-galp-949969

terça-feira, outubro 11, 2022

Desabafos 2022/23 - III

 

Parece que os portugueses já começam a sentir o preço da inflação, que galopa, se bem que o poder político faz tudo para que, com artifícios, pareça que está tudo bem.

Que fique claro que, como diz o povo na sua ancestral sabedoria, que «a procissão ainda vai no adro».

Enquanto o povo discute a localização do novo aeroporto de Lisboa, tal como o governo manda, enquanto o povo toma partido na guerra entre a Rússia e os Estados Unidos nos campos ucranianos, acreditando piamente em ‘avençados’ e outros ditos ‘de aviário’, a verdade é que tudo tem a ver com economia, mais concretamente com moedas, no caso presente as moedas dólar, libra e euro.

Nunca se viu tal coisa! O dólar está em alta face à libra e ao euro. A libra e o euro estão a ser os maiores derrotados da guerra EUA – Rússia.

Como os principais pagamentos são em dólares, então tudo o que é comprado em libras e em euros é mais caro. E quem beneficia é os EUA.

Por muito que custe aceitar aos mais ‘distraídos’, a verdade é que ‘tudo’ é economia.

Desde que foi abandonado o padrão-ouro, o dólar como moeda-padrão é senhor e actor de tudo o que é economia e finanças.

A dependência dos países face ao dólar significa a dependência dos mesmos países e seus povos face aos EUA. E as consequências dessa dependência levam à subserviência de países e continentes ao dólar americano.

Aquele país que não produz riqueza, que tem que importar praticamente tudo e que pouco exporta, como é o caso de Portugal, ao ter que pagar as importações em dólares, compreensivelmente vê todos os produtos mais caros.

Mais do que qualquer guerra que exista, seja na Europa, seja noutro Continente, é o dólar americano, a par do Socialismo, quem mais empobrece Portugal e os portugueses.

Mário Casa Nova Martins

10 de Outubro de 2022

Rádio Portalegre