Desabafos 2021/2022 - I
Há eleições que são mais importantes do que outras, e as
eleições de 26 de Setembro na Alemanha comprovam esta afirmação.
A importância da Alemanha na União Europeia é determinante.
Dir-se-á que é o seu ‘motor económico’, mas não só. A sua posição geoestratégica
faz com que seja o centro de decisões políticas que influenciam não só a União
Europeia, como todo o resto da Europa.
Com a liderança de Angela Merkel, a Alemanha entrou numa
espiral de retrocesso económico e social, enquanto a União Europeia acentuou a
sua decadência.
Sem uma estratégia definida quanto ao papel e futuro da
Europa, ‘formatada’ na ex-RDA, com tiques estalinistas, Angela Merkel traiu o
seu antecessor Helmut Kohl e abandona a liderança do seu partido, fazendo com
que este tenha o pior resultado eleitoral da sua história. E Merkel colocou a
CDU no centro-esquerda, quando a CDU sempre foi de centro-direita.
Os resultados eleitorais alemães não deram maioria a nenhum
partido, haverá governo de coligação, ou, num outro cenário possível, novas
eleições se não se conseguir encontrara uma forma política que desbloqueei a
situação.
Quanto mais tempo demorar a Alemanha a encontrar uma solução
de governo, pior para a União Europeia, com Bruxelas e os seus eurocratas a
conquistarem mais poder sobre as nações que a constituem.
E se a Alemanha se ‘constipa’, o subsidiodependente Portugal
tem uma forte ‘constipação’. Vai ser um outono com prenúncio de agreste
inverno.
4 de Outubro de 2021
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