\ A VOZ PORTALEGRENSE: Guerra na Ucrânia - Clara Ferreira Alves

sexta-feira, março 22, 2024

Guerra na Ucrânia - Clara Ferreira Alves

Guerra na Europa

«Bruxelas tinha um único trabalho, deixar a Europa de fora de uma guerra fratricida e fazer valer a diplomacia. Em vez disso, atirou a Ucrânia para uma guerra que nunca ganharia, em nome de uma NATO disfuncional e de promessas de armas e dinheiro sem fim. E querer rearmar a Alemanha para entrar em guerra com a Rússia. Um plano que agrada aos militares neutralizados, ao lobby da indústria de armas e aos pupilos do Pentágono.»

Clara Ferreira Alves

E A Revista do Expresso, Edição 2681, 15/Março/2024, pg.3

*

Lucidez da Articulista, em tempo de uma derrota militar e sobretudo política e económica anunciada. A submissão aos EUA por parte de uma parte dos Europeus é consequência da dependência militar da Europa face à até há pouco potência hegemónica mundial.

A Rússia rapidamente transformou a sua economia numa economia de guerra, tem crescimento económico e consegue fazer face em homens e material a esta guerra de longa duração, ao contrário da Europa e dos próprios EUA.

Esta realidade é ocultada por todos os meios às opiniões públicas, americana e europeia, começando na não divulgação das notícias contrárias à ‘verdade estabelecida’, proibindo o acesso a canais televisivos e rádios ‘do lado errado’, fazendo a pior das censuras, e perseguindo quem não ‘responde’ pelo ‘lado certo’ deste guerra entre os EUA e a Rússia, por razões mais geopolíticas que económicas, no mártir solo ucraniano.

Vive-se um tempo de tripolaridade mundial. Os EUA já não são a única potência, a China é cada mais uma potência mundial. E quando a guerra acabar na Europa, a Rússia sairá mais forte e voltará a ocupar o lugar de grande potência mundial.

Quanto à Europa, a liderança germânica na União Europeia reforçar-se-á. O Norte da Europa distanciar-se-á em termos económicos do Sul, gerando-se fortes assimetrias de toda a ordem. A decadência americana continuará, e a ‘rica’ Europa nunca mais vai ser a mesma.

Esta guerra no centro da Europa foi o pior que podia ter acontecido aos europeus. Conflitos regionais irão resultar da derrota europeia e americana na Ucrânia. Novas guerras de fronteiras assolarão o solo europeu, num retrocesso civilizacional.

E no final será a Europa, não os EUA, o grande perdedor!

Mário Casa Nova Martins