\ A VOZ PORTALEGRENSE: maio 2021

sexta-feira, maio 28, 2021

3.ª Convenção do MEL e as Direitas

O «MEL – Movimento Europa e Liberdade» é um grupo, uma agremiação lobista, no sentido positivo, que pretende divulgar o pensamento de Direita através da intervenção académica, realizando entre outras actividades uma reunião anual a que dá o nome de «Convenção».

Nos passados dias 25 e 26 de Maio realizou a 3.ª Convenção, para a qual convidou gentes das Direitas, e também das Esquerdas. E também convidou os líderes dos quatro partidos com assento parlamentar à direita do PS.

Diz-se ‘à direita’ e não da Direita, porque dos quatro, dois assumem-se de Direita, CDS e Chega, um que se diz nem de Direita nem de Esquerda, IL, e outro que se diz que não é de Direita, o PSD.

Os painéis temáticos tiveram muita qualidade, foram claros e explicativos, ficando a ideia que em Portugal a Lei de Gresham existe de facto na política, mas nos partidos, não nos «espectadores comprometidos» que sabem pensar, que têm ideias e as sabem expressar.

Da intervenção dos quatro líderes parlamentares, começando por Rui Rio, ficou uma vez mais provado o equívoco ideológico que é o PSD. Também se provou que a “profecia” de José Miguel Júdice segundo a qual o PSD não será governo pelo menos até 2027, é bem real. Rui Rio colocou o PSD num gueto, e dele não consegue sair, sendo visto na opinião pública como uma muleta da governação socialista, o aliado indesejável para o próprio PS.

O líder da Iniciativa Liberal, do alto da sua superioridade moral (???) face à Direita, mostrou o que é a IL, um partido ultra-liberal na economia e ‘compagnon de route’ nas causas fracturantes do BE. Extraordinário!

O líder do Chega, foi igual a si próprio. A insistência na ida para o governo ‘aliado’ ao PSD, a insistência no nome de Rui Rio, quase uma súplica, desgasta a imagem de alguém e de um partido que parece apenas ter como ideologia ir para o governo, esquecendo que primeiro tem que conquistar o seu espaço político através de ideias próprias e de realizações políticas que lhe deem a força eleitoral necessária para então ira para a governação.

Por fim, o líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos.

Rodrigues dos Santos fez um discurso vigoroso, assertivo. O defunto Freitas do Amaral deve ter dado ‘saltos no caixão’!

Foi desmontado o Centrismo, se é que ele alguma vez existiu. O CDS foi definido da forma que ao longo da sua História a larga maioria dos seus Militantes e Simpatizantes o consideravam, um partido de Direita, mas que vicissitudes da própria natureza desta Terceira República têm impedido de o afirmar.

Sem complexos de qualquer ordem, Francisco Rodrigues dos Santos, foi um líder que deixou nesta Convenção a marca do verdadeiro CDS!

Pena é que no seu ‘exército’ a Lei de Gresham seja tão evidente!

Mário Casa Nova Martins

quinta-feira, maio 27, 2021

Jaime Nogueira Pinto e a "extrema-direira"

Tenho seguido com curiosidade o progresso e a multiplicação de observatórios. Dizem os dicionários que um observatório é “o lugar de onde se observa; um edifício científico equipado para a observação de determinados fenómenos”. É, pois, de Ciência que falamos.

De Ciência e de Progresso, porque longe vão os costumeiros observatórios de Greenwich, da Ajuda ou da Serra do Pilar. Os modernos observatórios sociais já não observam corpos celestes: observam fenómenos patológicos próximos com rotas pré-determinadas. Para tal, recorrem a uma nova estirpe de auxiliares de acção científica: os “activistas” – investigadores reconhecidos, não só pelo seu rigor e isenção, mas também pela sua excepcional capacidade de produzirem verdades científicas a partir da identificação dos pensamentos, palavras, actos e omissões de todo o ser ou povo que, alimentado exclusivamente por fake news, apresente sintomas ou laivos opressivos e difunda patologias ideológicas e comportamentais que ameacem a Democracia e a Humanidade. É esta a verdade científica.

E quem somos nós para contestar a Ciência? Nós, os que, perante os admiráveis avanços da investigação e a excelência dos novos investigadores, oscilamos entre formas de vida, de acção e de pensamento ora ainda primitivas ora já fossilizadas e que, por isso, não estamos nem nunca estaremos cientificamente equipados ou minimamente habilitados, subsidiados e homologados para sermos mais do que o fenómeno observado. E muito menos para questionar o asséptico “lugar de onde se observa” e de onde agora se “faz ciência” – que, como todos sabemos, é um rigoroso “não lugar”, escrupulosamente isento de vírus ideológicos e imune a todo o preconceito. Não está ao nosso alcance escrutiná-lo. É qualquer coisa de científico.

E quais são então os fenómenos patológicos fixados por estes muitos observatórios; os fenómenos que, por afectarem e afligirem a nossa sociedade e por terem, bruscamente, invadido o nosso país, requerem observação e, em tempo de pobreza económica, social, cultural e moral, urgente canalização de recursos estatais? São, evidentemente a xenofobia, a homofobia, a transfobia e outras fobias do género. As observações e os dados científicos recolhidos e tratados neste âmbito seguem depois para as entidades competentes para que semelhantes acidentes e incidentes ou entes e entidades possam ser devidamente expurgados.

Uma reedição da Real Mesa Censória com ecos do orwelliano Grande Irmão? Não. Ciência pura. Simples Progresso. A Carta Portuguesa dos Direitos Humanos na era Digital.

O Observatório da Extrema-Direita

Descobri, com atraso, que entre estes novos observatórios dedicados às várias fobias há um “Observatório da Extrema-Direita”. Seria a “extrema-direita” a observar? Não, que a extrema-direita não tem cientistas nem estudos para ter observatórios: a “extrema-direita” era o fenómeno observado. A única diferença em relação às outras fobias observadas era que aqui a fobia chegava, não do universo alvo, mas do “lugar de onde se observa”, ou do não-lugar onde se aloja a isenta comunidade científica que se confessa consideravelmente alarmada e que por isso se propõe analisar o fenómeno sem outras agendas que não a Verdade e a Ciência.

Curiosamente, o fenómeno, ainda antes de ser entalado na lamela e encaixado no microscópio, já lhes chegara rotulado. E – ou pela urgência de encontrar uma vacina para tão grave patologia ou porque, também aqui, os académicos que integram o observatório contam com o precioso auxílio da nova estirpe activista de auxiliares de acção científica – as perguntas de investigação começam logo por abreviar processos:

“O que é a nova extrema-direita? O que tem de ‘velho’? Quem são os seus protagonistas que se dizem fora do sistema e vivem do sistema? Qual é a sua agenda e os meios de propagação das suas ideias? De que forma se alimenta do racismo, da xenofobia e do conservadorismo?” E mais adiante: “Interessa-nos discutir também quem cria as fake news e porque é que a extrema-direita cresce com elas”.

O processo fica, assim, sabiamente abreviado logo nas perguntas de investigação, com o relatório praticamente pronto a ser enviado às autoridades competentes.

Há quem diga que “o lugar de onde se observa” pode, eventualmente, influenciar a investigação, os pressupostos, a amostragem, as conclusões, e que estes observadores poderão, quem sabe, ter outra agenda que não a Verdade e a Ciência. Talvez de esquerda ou de extrema-esquerda. Mas parece que não, que são mesmo isentos. E que não o sejam: é materialismo científico…e os observatórios estão cientificamente equipados para observar e não para serem observados.

De qualquer modo, os cientistas do observatório estão apreensivos com o fenómeno em análise. E não será para menos. Aquilo a que cientificamente chamam “extrema-direita” (a saber, um polvo que se diz fora do sistema mas que vive do sistema, que se alimenta de racismo e xenofobia ao pequeno almoço, ao almoço e ao jantar e que cresce com as fake news que cria) avança a olhos vistos e em sítios antes impensáveis: na América populista que elegeu Trump em 2016, no Brasil de Bolsonaro, nos conservadores sociais e identitários da Hungria e da Polónia, nos italianos de Salvini e da Meloni; e até em França, onde Marine Le Pen está a escassos pontos de Macron e os generais escrevem cartas em que falam de perigo de guerra civil.

É para estar preocupado. Até porque se dá um fenómeno também muito curioso e preocupante: é que esta subida da dita “extrema-direita” não vem de golpes militares à 28 de Maio ou à Pinochet, ou de violências de rua, preparando “marchas sobre Roma”, ou um Machtergreifung em Berlim. Vem do voto, do voto do povo, em eleições livres e justas. Fica o repto para as vanguardas iluminadas: para quando um Observatório do Povo e do Voto Popular?

O problema é que este é um voto que nem o cientismo histórico-sociológico consegue explicar. Um voto que nem a “relação de forças”, a ferramenta analítica dos bons tempos dos Pais Fundadores do marxismo-leninismo, cujos rostos paternais esvoaçavam nas bandeiras das saudosas confraternizações comunistas, consegue acomodar a um mundo globalizado, onde os donos dos meios de produção parecem alheados de tais preocupações.

O mofo de Dimitrov

Verifico que, no Observatório, ainda vai havendo lugar para experiências arqueológicas a partir do mofo do velho Dimitrov. O pressuposto que ressuscitam é o de ter sido o fascismo (e de ser agora a “extrema-direita”) a última arma de recurso da Burguesia, que, desesperada perante as forças do progresso e da História, recorre à ditadura, às botas de Mussolini e às camisas castanhas do Cabo Austríaco, ou a caudilhos militares sul-americanos ou balcânicos. Infelizmente, em termos de análise marxista – e seguindo a linha mais ortodoxa do mecanicismo soviético, fixada na Vulgata estalinista e dimitroviana –, esta erupção no Ocidente do “fascismo” e da “extrema-direita” pelo voto popular só muito dificilmente poderá explicar-se com base nas relações de classe ou de produção.

Onde estão agora as “forças do progresso e da História em fúria” se não em pleno mainstream? Onde estão se não ao lado do dinheiro com que se fazem os observatórios e no meio da Burguesia?

Acarinhadas e adoptadas pelo poder, promovidas pelos multimilionários da BigTech, omnipresentes nos órgãos de informação do Establishment, a ideologia e a retórica destas novas “forças do progresso” parecem ser bem mais lucrativas e susceptíveis de estar “ao serviço do grande capital” do que o ideário ou os valores identitários e conservadores da pequena classe média e dos reais ou hipotéticos extremistas da direita “fascista”, “neofascista” ou “pós-fascista”. Ao contrário, a “aliança objectiva” que se prefigura é a dos grandes grupos financeiros, dos híper-milionários do Silicon Valey, até dos grandes interesses do capitalismo de direcção central de Pequim e Xangai, com os valores globalistas da extrema-esquerda radical. E se alguma coisa é pública e notória, é o facto de o “grande capital” e “a burguesia dos interesses” se mostrarem especialmente empenhados em afastar a “extrema-direita” e o “neofascismo” que pairam sobre o mundo euroamericano.

O revisionismo marxista de Gramsci

E se a Vulgata não explica o fenómeno, já a versão mais arejada do marxismo-leninismo, a versão revisionista de António Gramsci, registada nos Quaderni del Carcere, poderá entreabrir algumas portas.

Logo perante a revolução de Outubro de 1917, Gramsci observou no Avanti que “a revolução bolchevique era a revolução contra O Capital de Marx”. Queria ele dizer que, segundo Marx e os marxistas clássicos, para fazer a revolução comunista, era preciso esperar pela revolução burguesa, capitalista. Só depois seria possível uma revolução proletária. Lenine estava a sair da linha…

Gramsci leu, como Mussolini, os escritos de marxistas heterodoxos italianos, como António Labriola. E leu também George Sorel, autor da mais fulgurante desconstrução do ideário das Luzes, Les Illusions du Progrès. Leu ainda, como os fascistas Mussolini, Giovani Gentile e Francesco Ercole, Maquiavel e as suas reflexões sobre o poder e o Estado. Com tudo isto, e com a amarga experiência da derrota do comunismo italiano frente ao fascismo, não seria de esperar que o seu espírito, inteligente e inquieto, longe da resignação e do convencionalismo, não reflectisse sobre o acontecido.

E fê-lo no exílio interior e na prisão, numa série de escritos de cerca de três mil páginas, uma peregrinação interior por dentro de Marx e da História da Itália e da Europa, de onde saiu uma revisão de muitos conceitos e uma crítica implícita do mecanicismo economicista e do fixismo progressivamente imposto pela Vulgata soviética. Ironicamente, esta crítica revisionista, escrita numa prisão fascista, não poderia ter sido feita na União Soviética, onde os acusados de revisionismo morriam nas prisões de Estaline, sem que lhes facultassem papel ou licença para escrever.

Até porque Estaline, que não tinha nada de estúpido, nem de intelectualmente boçal, tinha já elaborado, nos anos Vinte, uma “bíblia do rei Jaime” para calar veleidades interpretativas,

Subsídios para uma observação da “extrema-direita”

Gramsci tratou conceitos decisivos para o estudo da Política: os conceitos de hegemonia, de crise orgânica, de momento bonapartista, a autonomia do Estado como espaço do Poder, o papel dos intelectuais e do combate cultural e da sua relação com as determinantes económicas. E o que escreveu pode ajudar alguns elementos mais distraídos ou mais activistas do Observatório – ainda que só para seu entretenimento e ilustração e independentemente das conclusões que julguem por bem tirar a priori.

Tenho, assim, alguma esperança que os observadores do Observatório da Extrema-Direita estejam mais perto de Gramsci do que da Vulgata nas suas análises futuras.

Sem querer ensinar-lhes nada, penso que estamos na Europa e no Ocidente numa clássica “crise orgânica” do sistema, em que “os grupos sociais” se separam dos seus partidos tradicionais, que já não reconhecem como seus representantes.

Será que nos aproximamos daquele momento, também clássico na teoria gramsciana, em que “a continuação da luta não pode concluir-se senão pela destruição recíproca?”

Não sei. De qualquer modo, esta crise parece-me diferente. As forças do sistema, à esquerda e à direita, aproximaram-se demasiadamente umas das outras, criando um centro rotativo, um centrão, entre uma esquerda socialista ou social-democrata, à Blair, e uma direita que, em termos de valores, passou de conservadora a liberal.

Este centrão sofreu com o fim da União Soviética, como inimigo unificador da Euroamérica. E não está a resistir aos custos do globalismo que a desindustrialização da Europa e dos Estados-Unidos e as vagas migratórias resistentes à integração trouxeram. O macroterrorismo do princípio do milénio agitou as águas, mas as águas voltaram à acalmia do costume, pelo menos à superfície.

Desta não resposta do sistema político aos novos problemas, entre a obsessão economicista e liberal das direitas e o abandono da cultura e da ideologia à agenda post-moderna e radical das esquerdas à americana, resultou a orfandade de grandes sectores da população, marginalizados nos seus usos e costumes, nas suas convicções religiosas e patrióticas, no seu estatuto social e na sua renda. Sectores que foram e vão votando nos candidatos que, marginalmente, foram e vão reagindo.

É isto que vem acontecendo na Europa e nos Estados Unidos de há trinta anos para cá. Na Esquerda, depois do fim da URSS, os partidos comunistas foram-se evaporando, substituídos por partidos que abandonaram as “classes trabalhadoras” e foram procurando legitimidade na protecção e projecção de minorias e de causas minoritárias. À direita, os partidos do sistema concentraram-se no liberalismo económico e esqueceram toda a tradição da direita em termos de valores de orientação permanente – religiosos, identitários, familiares, de solidariedade e justiça social.

Assim as direitas, essa amálgama de partidos e de valores a que o anticomunismo e a defesa da liberdade contra as potências comunistas tinha dado alguma coesão, fragmentaram-se e perderam-se ideologicamente. E aderiram ou deixaram de resistir ao discurso globalista do mainstream, moldado pela esquerda radical, deslegitimando-se progressivamente perante o “povo de direita”, que se voltou para as novas forças que ofereciam resistência e alguma antítese ao que estava. É uma situação de crise orgânica gramsciana.

Assim, ao contrário do que pretendem alguns “observadores da extrema-direita”, esta realidade político-social não é explicável por uma acção manipuladora da Burguesia e do Grande Capital neo-liberal, que, vitoriosos desde a Guerra Fria, estariam agora a reinventar o fascismo e a manipular a extrema-direita e os “populistas”.

Tal análise do objecto observado, aqui e na Europa, parece sair mais de uma cartilha clandestina do militante comunista médio dos anos 50, confiscada pela PIDE, de que de um científico e académico Observatório pós-moderno.

Há cem anos, olhando as revoluções contrárias e paralelas – a dos bolcheviques na Rússia e a dos fascistas em Itália – Gramsci sublinhou a ocasional possibilidade de existir uma autonomia do político, do poder, do Estado e da sua conquista que escapava às relações de produção e até ao jogo das classes sociais e seus “interesses objectivos”. Tratava-se então de uma crise orgânica dos regimes e de um momento bonapartista que Lenine e Mussolini souberam aproveitar.

Os observadores da actualidade podiam dar mais atenção ao mestre e menos a teorias da conspiração, por mais científicas e subsidiáveis que se lhes afigurem.

Jaime Nogueira Pinto

https://observador.pt/opiniao/o-lugar-de-onde-se-observa/

terça-feira, maio 25, 2021

Desabafos 2000/2001 - XIX

A pouco mais de quatro meses, em Outubro, terão lugar eleições autárquicas.

Portalegre cidade e concelho têm a oportunidade de decidir entre ‘o mesmo’, ou a mudança.

Um inquérito de opinião, hoje, dirá que o PS, finalmente com um candidato credível, ganha com maioria relativa.

O segundo lugar é disputado até ao último voto entre CLIP e PSD, que tem, por uma vez, uma candidata que é mais-valia.

O PSD ganha um vereador ao CLIP, cuja imagem se desgastou ao longo de mandatos sucessivos.

O PCP perde o voto útil à esquerda, dada a figura do candidato socialista, e também perde o voto de protesto que irá para o Chega, mas mantém o vereador.

O Chega tem como candidato uma pessoa que há quatro anos teve papel de relevo nas listas do CDS. O descontentamento face ao declínio de Portalegre, cidade capital de distrito, pode ser a grande força do Chega, se conseguir capitalizá-lo.

O BE é residual, o concelho de Portalegre não é radical, não apoia extremismos e muito menos as políticas fracturantes que caracterizam esta força de extrema-esquerda.

Por fim o CDS. Há quatro anos, o CDS vivia momentos de grande entusiasmo e união em torno da candidatura de Nuno Figueiredo Moniz. Hoje, «aos costumes nada diz».

Como se lamenta o ‘desaparecimento’ do CDS!

A diluição do CDS no concelho de Portalegre, quer no PSD, quer no Chega, acontece porque os actuais dirigentes assim o quiseram. Houve tempo para o CDS construir uma equipa forte para este acto eleitoral. Tristeza!

Mário Casa Nova Martins

24 de Maio de 2021

Rádio Portalegre

quarta-feira, maio 19, 2021

O ROSSIO É DE TODOS!

O ROSSIO É DE TODOS!

Em 19 de Maio de 2019, faz hoje precisamente dois anos, o Sport Lisboa e Benfica sagrava-se campeão nacional.

Por todo o país e no estrangeiro os Benfiquistas saíram à rua a festejar o título.

Mas em Portalegre não foi bem assim.

A autarquia discricionariamente proibiu o cortejo automóvel no Rossio, a Ágora Portalegrense.

No passado dia 11 de Maio, os Adeptos do Sporting Clube de Portugal, festejando a conquista do 19.º título de campeão nacional, fizeram o cortejo automóvel pela cidade, cruzando em todos os sentidos o Rossio. E muito bem!

Há dois anos, quando o SLB foi campeão pela última vez, a mesma déspota autarquia proibiu o cortejo automóvel dos Adeptos Benfiquistas no Rossio!

Forças policiais, junto ao stand da Opel, junto à antiga Moagem, junto às Brasileiras, Junto à Casa de Santa Zita, não deixando descer a rua dos Canastreiros, impediam a chegada ao Rossio!

Salvo honrosas excepções, os Benfiquista “comeram e calaram”, aliás, hoje já nem se lembram! Miséria de gente!

Em Maio de 2019 não havia nada que justificasse tal decisão da autarquia. Ao contrário de Maio de 2021, não se vivia em «situação de calamidade» por causa da pandemia do covid-19. Mas aos Benfiquistas foi-lhes negado o direito de circularem livremente no centro de Portalegre! 

Sim, a autarquia foi discriminatória em relação aos Adeptos do Sport Lisboa e Benfica!

Os Benfiquistas de Portalegre foram tratados como de segunda, e não pode haver Portalegrenses de primeira e Portalegrenses de segunda!

Em Portalegre vigora uma ditadura bacoca, só possível dada a mansidão das gentes.

Mas esta gentalha tem o que semeou. E em Outubro irá semear do mesmo! Também não merece mais!

Discriminação, despotismo, autocracia, reinam em Portalegre cidade e concelho.

A lei do “quero, posso e mando” é lei!

Aguentem!

Mário Casa Nova Martins

terça-feira, maio 11, 2021

Desabafos 2020/2021 - XVIII

Paulatinamente a vida retoma a normalidade. Cada dia que passa mais longe parece estar a memória acerca da origem da pandemia, o vírus chinês, do qual resta a dor da perda de familiares e amigos, e das sequelas que ficam para o resta da vida naqueles que o vírus chinês atacou.

Como a História mostra, após a catástrofe, e a pandemia do covid-19 foi uma, os que ficaram querem recuperar o tempo perdido, voltar a viver habitualmente, mas a pressa desse re-nascer pode tornar-se perigosamente.

Mas uma coisa é certa, a vida não pára, e para lá de todos os excessos consumistas que se verificam, como se não houvesse um amanhã, o «pão e o circo» voltou à ordem do dia.

Tal como a máxima orwelliana, segundo a qual «todos são iguais, mas há uns mais iguais do que outros», no verão que se aproxima não abrirá a Piscina Municipal.

Por todo os concelhos do distrito de Portalegre abrirão piscinas, mas na capital de distrito, Portalegre, a sua Piscina Municipal, não vai abrir!

A mentira da sua recuperação é por demais evidente! Quando a fecharam, um vereador pomposamente «adiantou que o município já tem em marcha o projecto de requalificação da Piscina Municipal, que prevê que as instalações funcionem durante todo o ano como unidade de restauração, a colocação de equipamentos lúdicos no tanque destinado aos mais pequeninos, e a construção de balneários para apoio ao campo de futebol que fica na parte de baixo.»

O tempo passou e nada foi feito! Tudo falso!

Venham agora falar novamente no dito projecto, apregoem em milhões para a sua recuperação, mas não irão recuperar a Piscina Municipal!

Lamento que o meu partido, o CDS, ande desaparecido, e nada diga aos Portalegrenses sobre este e tantos outros assuntos de real interesse para o Concelho!

Porca miséria!

Mário Casa Nova Martins

10 de Maio de 2021

Rádio Portalegre

Desabafos 2020/2021 - XVII



O edifício dos Paços do Concelho, situado na Praça do Município, data do século XVII. Este edifício é da época Filipina do ano de 1634.

Destaca-se o ferro forjado das sacadas das janelas. A janela principal está encimada pelo escudo das armas nacionais. Dos lados existem duas lápides, uma com as armas do município e a outra afirmando o culto da Imaculada Conceição, que é a Rainha de Portugal desde o reinado de D. João IV. A fachada principal está dividida em três corpos, separados por pilastras graníticas, sendo o mais alto encimado por um frontão triangular.

Esta introdução serve para demonstrar a importância histórica e arquitectónica do edifício dos Paços do Concelho.

A sua importância prova também a própria importância que em tempo passado teve a Cidade de Portalegre, que hoje ainda é Cidade e a capital do Distrito do mesmo nome.

Pode não parecer aos mais distraídos, aos mais incautos, e sobretudo aos incultos que estão na política local, os quais ‘nivelam’ a Cidade Capital de distrito que é Portalegre a uma qualquer vila do Distrito de Portalegre!

Há décadas que o edifício dos Paços do Concelho foi abandonado. Então começou a sua degradação, a pontos de hoje ter partes arruinadas.

Há dias foram tornadas públicas fotografias de um desabamento, queda de reboco e telhas na zona do beiral, do lado da Rua dos Açougues.

As mesmas fotografias mostram o estado em que se encontra exteriormente os Paços do Concelho, sendo fácil inferir com está o seu telhado e o interior.

O Centro Histórico de Portalegre é uma ruína a céu aberto, e os seus Paços do Concelho, outrora ex-líbris da Cidade capital de Distrito, caminham para a derrocada!

Mário Casa Nova Martins

26 de Abril de 2021

Rádio Portalegre

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Fotografias de João Velez Afonso

https://www.facebook.com/groups/vozdoplatano/permalink/4072885782754157/


sexta-feira, maio 07, 2021

Hitler e Estaline


A estafada frase “a História é escrita pelo vencedor” encerra uma verdade inquestionável.

Contudo, há sempre quem, não temendo as consequências, ameaças e ostracismo, desafie a ortodoxia oficial e vá em busca da verdade. Da Verdade!

Há a História da Segunda Guerra Mundial, a história e a estória.

Em Portugal editam-se, e então nos últimos tempos tem sido um ‘fartote’!, livros sobre a estória da segunda guerra mundial, sempre o mesmo tema, sempre a mesma narrativa, sempre o mesmo culpado, e esses livros de estória vendem-se ‘que nem pães quentes’!

Há também, pouquíssimos, livros editados em Portugal que relatam factos e personagens daquele período da Guerra Civil Europeia 1914-1945 com rigor, com verdade histórica, como os de Ian Kershaw, Martin Gilbert ou Anthony Beevor. Mas sempre dando ênfase aos vencedores, não questionando a fundo as razões dos vencidos.

É por essa razão que se torna fundamental ler o livro de Rui Manuel Silva «O Lobo e a Hiena», que estuda as causas que levaram à intervenção alemã na então União Soviética.

Os documentos apresentados provam os porquês.

«O Lobo e a Hiena» foi editado pela Aletheia Editores, e, sendo uma obra que não segue os cânones ‘oficiais’, é difícil de encontrar em livrarias, mas encontra-se disponível no site da editora e também na Wook.

Quanto ao clássico sobre esta temática «O Grande Culpado – O Plano de Stalin para iniciar a Segunda Guerra Mundial», de Viktor Suvorov, existe apenas a edição brasileira. Dada a temática, nunca qualquer editora portuguesa se interessou em editá-lo.

Pelas mesmas razões, obras de Robert Conquest, sobre o Holodonor e outros temas soviéticos, nunca foram traduzidas em Portugal. Ou as de David Irving. As de Anne Apllebaum estão esgotadas e não serão reeditadas. E assim por diante.

Portugal, dito país de brandos costumes, vive hoje uma ditadura de pensamento único,  pior do que nos tempos da Segunda República!

Mário Casa Nova Martins

https://www.wook.pt/livro/o-lobo-e-a-hiena-rui-manuel-silva/20286139?fbclid=IwAR2B2hm7dRXIXF7vZub-Iqw8wX9oMxAU2UonPx_9_zhEkSI5OYZw0iN5AlA

https://www.aletheia.pt/products/o-lobo-e-a-hiena-o-plano-para-a-conquista-da-europa?_pos=1&_sid=91769e174&_ss=r&fbclid=IwAR2qQUxIFOvBm8X3T3kuqBGgSrB8Jh2AQJ10n_3L2d0OHPBS3a9IUfV67nQ