AA - O Dissolvente
O Dissolvente
O adjectivo ‘dissolvente’ define-se como “Que o que tem a
propriedade de dissolver”.
Em sentido figurado, o adjectivo ‘dissolvente’ é “Que ou
aquilo que desorganiza ou corrompe. Igual a corruptor, desorganizador”.
Desde que ocupa o Palácio de Belém, o seu actual inquilino
duas vezes dissolveu a Assembleia da República, uma vez dissolveu a Assembleia
Legislativa dos Açores, uma vez dissolveu a Assembleia Legislativa da Madeira.
E diga-se que em todas as eleições antecipadas, mesmo prevendo
o próximo resultado eleitoral na Região Autónoma da Madeira, sempre ganhou o
partido que o presidente da República apoia, e no qual antes de ocupar a actual
função política desempenhou os mais altos cargos.
A partir do dia 9 de Setembro de 2025, o dito inquilino de
Belém já não pode exercer o seu poder de dissolver qualquer um dos Parlamentos,
Regional ou da República.
Mas, até lá, será que, passados os prazos constitucionais, o
presidente da República ainda irá fazer mais alguma dissolução parlamentar?
Esta pergunta será pertinente, dado o caracter de
dissolvente do presidente da República. A sua forma de fazer política é marcada
por uma forma disruptiva de tratar a causa pública, criando factos políticos,
não se mostrando confiável a adversários e principalmente a aliados,
contribuindo para o descrédito da função que desempenha, abastardando a
Presidência da República.
Num tempo de grandes desafios que Portugal e principalmente
a União Europeia atravessam, tudo o que possa descredibilizar a Política, terá
num futuro próximo graves consequências para o próprio funcionamento das
Instituições portuguesas e europeias. E o presidente da República não tem dado
contributos positivos para que os portugueses tenham confianças nas
Instituições.
Contenção nos actos e nas palavras seria o mínimo que se
poderia esperar e desejar do presidente da República até ao final do seu
mandato em 2026. Mas dada a natureza do mesmo, tal não se afigura possível.
Como jornalista e comentador político foi parcial, como
político não criou consensos mas divergências graves dentro e fora do partido
que chegou a liderar, como presidente da República quis ser presidente-rei.
Procurou o apoio das massas através da forma circense, a ponto de hoje ser
motivo de chacota as ‘selfies’, os abraços, os apertos de mão.
A marca que irá deixar quando abandonar o Palácio de Belém
não será positiva, pelo contrário. Se o regime fosse monárquico, quiçá, o seu
cognome seria «O Dissolvente».
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home