Desabafos 2023/24 - XIV
O governo governa ‘no fio da navalha’. A apresentação do
programa de governo no final da semana passada no parlamento pôs a nu a
fragilidade da situação em que este se encontra.
Com maioria relativa, o governo enfrenta a oposição das
Direitas, IL e Chega, da Esquerda, PS, e dos radicais de Esquerda que inclusive
apresentaram duas moções de rejeição ao programa de governo.
Ambas as moções de rejeição fora derrotadas, mas a forma
como o foram mostrou ‘o separar de águas’ entre Direita e Esquerda, deixando o
partido do governo num incómodo centro que não augura nada de bom para os
tempos próximos.
Em termos de o governo conseguir à Direita uma maioria
absoluta no parlamento, a IL é irrelevante dado o número de deputados que tem,
restando o Chega, que ao contrário do que diz não tem o menor interesse em
apoiar o executivo nesta legislatura.
Desta forma, resta o apoio ao governo por parte da Esquerda,
e essa Esquerda é o PS.
Evidentemente o governo não conta com a extrema-esquerda
para qualquer tipo de apoio ou convergência.
O PSD, hoje como sempre, define-se como social-democrata e
diz estar no centro-esquerda. E assim sendo, será fácil obter o apoio do PS
para governar. O PS está também na área da social-democracia, pese embora o seu
actual líder se situar na ala esquerdista do partido.
Mas o que os portugueses querem é estabilidade na
governação, daí que seja um facto natural o PSD estar continuadamente a
procurar o PS para a área dos acordos de incidência governativa. E o PS, umas
vezes está em concordância, mas outras mostra-se renitente, pelo menos na
retórica, em ser ‘muleta’ do PSD e seu governo.
15 de Abril de 2024
Rádio Portalegre
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