\ A VOZ PORTALEGRENSE: abril 2018

terça-feira, abril 24, 2018

Desabafos 2017/2018 - XV

A César o que é de César. A César não basta ser, tem que também parecer.
Contudo, o César não é nem parece. Mas a impunidade de César é de César, uma impunidade a roçar a inimputabilidade, aquela que nos tempos presentes é outorgada aos “pais da nação”, de uma Nação que já o foi e que hoje é uma farsa. Longe o tempo em que Valores, Princípios, Moral e Ética eram os baluartes da Nação.
Neste «Portugal dos pequeninos», César é um “grande”, um “pai”, um “padrinho”, um que tudo controla, que tudo dá e que tudo recebe, sem princípios, mas com valores, valores materiais, indevidos, que para a moral e a ética de César são devidos.
É esta a república de César, não imperial, mas material, a quem tudo é devido, no campo material, ele que se autointitula “pai da pátria”, da sua “pátria de interesses”, materiais.
A impunidade face a “pequenos delitos” é o caminho para os “grandes delitos”, que para César, “pequenos” ou “grandes”, ficarão sempre impunes, dada a inimputabilidade dos “pais da pátria”. Segundo ele, César.
Que são, que significam Pátria e Nação para César, ele que na sua condição imperial há muito que está acima de qualquer conceito Moral ou Ético? Pequenos nadas, dir-se-á, no seu grande império material.
Será a natureza humana serva do “vil metal”?
Um dia, alguém dizia que «somos todos Charlie». Mas não éramos.
Hoje, será que «somos todos César»? Com certeza que não!
E amanhã, «somos todos Açorianos»? Há mais vida para além do dinheiro.
Rádio Portalegre, 23 de Abril de 2018
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Ver:
https://observador.pt/videos/programa-comentarios/deputados-que-nao-se-respeitam-nem-se-fazem-respeitar/

terça-feira, abril 17, 2018

JNP - A Direita e as Direitas

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Está prevista para o próximo dia 27 de Abril a saída de «A Direita e as Direitas – Como surgiu e como evoluiu a direita europeia: das origens à actualidade», de Jaime Nogueira Pinto.
Em Março de 1996 saiu «A Direita e as Direitas», e segundo o Autor, esta nova edição surge com uma actualização temporal.
Se a, poder-se-á chamar, primeira edição foi de grande importância para a temática em causa, dada a inexistência de uma Obra deste género em Portugal, escrita por um português, esta dita reedição vem em tempo certo, dado a anterior se encontrar há anos esgotada, e dada a oportunidade e actualidade do tema.
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terça-feira, abril 10, 2018

Desabafos 207/2018 - XIV


O primeiro-ministro de Portugal, vestido a rigor, roçadeira na mão, veio no passado 24 de Março à Serra de São Mamede, em pré-campanha eleitoral para as legislativas de 2019, segundo rezam as crónicas, «limpar a floresta».
É assim, hoje, a política, a política-espectáculo, sem Princípios ou Valores, cultivando apenas a arte circense.
Durante 6 minutos e 47 segundos, com pouca arte segundo as crónicas, o espectáculo, com honras televisivas e outras, teve o impacto desejado junto do povo ordeiro.
Sensibilização, apregoou-se, e muito bem, principalmente numa Serra, num Parque Natural, com o nome Parque Natural da Serra de São Mamede, onde a limpeza que ali é feita, faz com que há anos não haja no Parque incêndios de monta. Felizmente!
O povo do concelho de Portalegre saiu à rua para ir ver o primeiro-ministro. E pela comunicação social local ficou a saber-se que estava e ficou feliz com a visita.
Também não é de estranhar, gente dócil, para quem tudo está bem, que tudo começa e acaba bem, ver o primeiro-ministro enche-lhes o coração e a alma de felicidade.
Para quê questionar o primeiro-ministro sobre os problemas do concelho de Portalegre?
O concelho de Portalegre vê o IC 13 inacabado, o IP 2 jamais terá perfil de autoestrada, o comboio nunca será alternativa ao automóvel, a Barragem do Pisão não passa de miragem, os Serviços há muito que estão em Évora, a Saúde está um caos, as valências do Hospital José Maria Grande cada vez são menos, o investimento público é nulo. A própria autarquia, verdadeiro “albergue espanhol”, está ingovernável.
Em suma, Portalegre, cidade e concelho, foi à Serra de São Mamede ver o primeiro-ministro, e de lá veio com os pulmões cheios de ar puro.
Bem-aventurada seja!
Rádio Portalegre, 9 de Abril de 2028