\ A VOZ PORTALEGRENSE: Contra o Bloco Central

sábado, março 09, 2024

Contra o Bloco Central

Contra o Bloco Central

O ‘voto útil’ é útil para quem o recebe, mas nunca o é para quem o dá. Mesmo assim, não há campanha eleitoral política que não surja esta falácia, esta mentira.

O ‘voto útil’ não é um voto livre, é um voto condicionado, porque é sempre um voto contra algo, não é voto construtivo, é sim um voto destrutivo. O ‘voto útil’ é um voto que é dado em oposição, em contrário, em negação, que faz com que a própria essência do voto seja adulterada.

O Centrão que tem governado Portugal nesta Terceira República, faz sempre a apologia do ‘voto útil’, seja à Direita, seja à Esquerda. E na presente campanha eleitoral tal é assumido à Esquerda pelo PS e à Direita pelo PSD.

Em períodos curtos, em coligação ’disfarçada’ com o PS e em coligações com o PSD, também teve responsabilidades governativas, mínimas, o CDS. Mas o fim histórico do CDS aconteceu, e hoje já nem ‘muleta’ é do PSD, que entretanto o ‘absorveu’.

Muito se deve ao ‘voto útil’ e a continuadas coligações com o PSD, o tal ‘abraço de urso’, o fim político do CDS, um perda enorme para o Personalismo e a Democracia Cristã em Portugal.

Foi justamente por causa do ‘voto útil’ e da ‘ganância’ de sucessivas direcções do CDS em ir em coligações com o PSD, que se deu o seu fim histórico e político. Hoje a ‘utilidade’ do CDS, após sucessivos «abraço de urso» do PSD limita-se a ser, não muleta, mas uma espécie de apêndice do PSD, que quando não lhe interessar o mesmo PSD ‘despejará’ inexoravelmente.

A apologia do ‘voto útil’ pelo Centrão, faz com que ele se perpetue na governação, e, assim, ganhando a eleição PS ou PSD, tudo fica como dantes. E para o Eleitor que pratica o ‘voto útil’ e que quer a alternância, que quer mudar o rumo da governação, o ‘voto útil’ transforma-se num voto inútil!

A alternativa ao Centrão não é votar nos partidos que o formam, mas sim nas alternativas, à Direita e à Esquerda, que existem.

A Esquerda tem essas alternativas, e a Direita tem as suas, que no caso presente são os Partidos Chega e Iniciativa Liberal.

O modelo económico da Iniciativa Liberal é o aplicado na Irlanda, na Polónia, na Hungria e noutros países que liberalizaram a economia e obtiveram resultados excelentes, ultrapassando Portugal no ranking económico da própria UE. O Chega assenta o seu modelo económico na matriz Democrata-Cristã, entre o Liberalismo e o Socialismo. E tudo é Economia!

Muito teria Portugal e os Portugueses a ganhar com uma Economia livre, que criasse riqueza suficiente para o País sair da cauda da União Europeia.

Não será com o famigerado ‘voto útil’ que não é mais do que um voto inútil, que Portugal se libertará das grilhetas deste Socialismo na Economia que o asfixia.

Mário Casa Nova Martins