Contra o Bloco Central
O ‘voto útil’ é útil para quem o recebe, mas nunca o é para
quem o dá. Mesmo assim, não há campanha eleitoral política que não surja esta
falácia, esta mentira.
O ‘voto útil’ não é um voto livre, é um voto condicionado,
porque é sempre um voto contra algo, não é voto construtivo, é sim um voto
destrutivo. O ‘voto útil’ é um voto que é dado em oposição, em contrário, em
negação, que faz com que a própria essência do voto seja adulterada.
O Centrão que tem governado Portugal nesta Terceira República,
faz sempre a apologia do ‘voto útil’, seja à Direita, seja à Esquerda. E na
presente campanha eleitoral tal é assumido à Esquerda pelo PS e à Direita pelo
PSD.
Em períodos curtos, em coligação ’disfarçada’ com o PS e em
coligações com o PSD, também teve responsabilidades governativas, mínimas, o
CDS. Mas o fim histórico do CDS aconteceu, e hoje já nem ‘muleta’ é do PSD, que
entretanto o ‘absorveu’.
Muito se deve ao ‘voto útil’ e a continuadas coligações com
o PSD, o tal ‘abraço de urso’, o fim político do CDS, um perda enorme para o
Personalismo e a Democracia Cristã em Portugal.
Foi justamente por causa do ‘voto útil’ e da ‘ganância’ de
sucessivas direcções do CDS em ir em coligações com o PSD, que se deu o seu fim
histórico e político. Hoje a ‘utilidade’ do CDS, após sucessivos «abraço de
urso» do PSD limita-se a ser, não muleta, mas uma espécie de apêndice do PSD,
que quando não lhe interessar o mesmo PSD ‘despejará’ inexoravelmente.
A apologia do ‘voto útil’ pelo Centrão, faz com que ele se
perpetue na governação, e, assim, ganhando a eleição PS ou PSD, tudo fica como
dantes. E para o Eleitor que pratica o ‘voto útil’ e que quer a alternância,
que quer mudar o rumo da governação, o ‘voto útil’ transforma-se num voto
inútil!
A alternativa ao Centrão não é votar nos partidos que o
formam, mas sim nas alternativas, à Direita e à Esquerda, que existem.
A Esquerda tem essas alternativas, e a Direita tem as suas,
que no caso presente são os Partidos Chega e Iniciativa Liberal.
O modelo económico da Iniciativa Liberal é o aplicado na
Irlanda, na Polónia, na Hungria e noutros países que liberalizaram a economia e
obtiveram resultados excelentes, ultrapassando Portugal no ranking económico da
própria UE. O Chega assenta o seu modelo económico na matriz Democrata-Cristã,
entre o Liberalismo e o Socialismo. E tudo é Economia!
Muito teria Portugal e os Portugueses a ganhar com uma
Economia livre, que criasse riqueza suficiente para o País sair da cauda da
União Europeia.
Não será com o famigerado ‘voto útil’ que não é mais do que
um voto inútil, que Portugal se libertará das grilhetas deste Socialismo na
Economia que o asfixia.
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