\ A VOZ PORTALEGRENSE: agosto 2010

terça-feira, agosto 31, 2010

Processo Revolucionário em Curso

Das nove revistas entretanto editadas, esta última é sem dúvida a mais importante.
Hoje pouco se fala do período entre 11 de Março de 1975 e 25 de Novembro de 1975, a data do Thermidor da Revolução dos Cravos. Há como que uma cortina de silêncio sobre o período denominado de Processo Revolucionário em Curso, PREC, de tão má memória para Portugal. É que ainda hoje se fazem sentir, principalmente no sector económico, nefastas consequências daqueles excessos cometidos logo após o 11 de Março de 1975.
Mas também, diga-se, quando este período da História recente de Portugal é revisitado, existe como que uma reescrita dos acontecimentos, a começar pelo papel do então Presidente da República Francisco Costa Gomes, que hoje se pretende apresentar como ‘salvador’, quando na verdade dos factos esteve ao lado da Extrema-Esquerda liderada pelo PCP quando neles viu força para controlar a situação política e logo após a publicação do denominado Documento dos Nove se veio aproximando da corrente Democrática, tendo assim conseguido sobreviver politicamente, como aliás foi seu timbre ao longo de uma vida recheada de traições e equívocos.
Para quem não viveu aquele período, lendo a revista fica-se com uma ideia ‘próxima’ da realidade. À época éramos teenagers, vivemo-la na parte mais intensa em Portalegre e no último mês e meio em Coimbra. Hoje, lendo os diferentes textos que abarcam praticamente a totalidade dos factos ocorridos afirmamos que ao tempo não compreendemos a gravidade da situação.
A tentação totalitária da Extrema-Esquerda do PCP, dos SUV, dos TUV, dos MDP/CDE, dos MES, das UDP's e outras forças radicais foi real, e só a tal Maioria Silenciosa a quem António de Spínola apelara em 28 de Setembro de 1974 salvou Portugal de uma Ditadura Comunista.
Sentimos ter estado com e nessa Maioria Silenciosa, que nunca foi silenciosa e muito menos silenciada!
Mário Casa Nova Martins
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segunda-feira, agosto 30, 2010

António Martinó de Azevedo Coutinho

É conhecido o exacto teor da queixa apresentada pelo senho Bienvenu ao juiz Jean-Luc Dehaene:
Denúncia contra a Moulinsart S.A., Bélgica
Eu, senhor MONDONDO MBUTU Bienvenu, cidadão congolês residente na Bélgica, apresento-me aqui hoje para registar uma queixa junto do Juiz de Instrução, em Bruxelas, depois da minha desorientação sobre a persistência da Moulinsart S.A. em não se decidir, de uma vez por todas, a interromper a publicação e a comercialização da banda desenhada "Tintin no Congo”, história racista e xenófoba.
Foram estas teses racistas que serviram de suporte à ideologia política para praticar discriminações sociais, segregações étnicas e para cometer abusos, inclusive actos de genocídio, "missão sagrada de civilização, entre 1885-1960”.
E isto, apesar das conclusões da Comissão Britânica para a Igualdade Racial (CRE), que avaliou o carácter racista da banda desenhada: "Sob qualquer ângulo, esta obra é deliberadamente racista"; em seguida o comunicado da CRE sublinhou: "Todas as livrarias devem reflectir concienciosamente antes de colocar à venda esta história em quadradrinhos"; por fim, um porta-voz da CRE declarou: "Este livro contém imagens e diálogos portadores de preconceitos racistas abomináveis, os indígenas selvagens congoleses parecem-se com macacos e falam como imbecis". A Moulinsart S.A. continua a publicar bandas desenhadas que têm um caráter muito particular. "O álbum está repleto de estereótipos da visão do Congo pelos europeus." Hergé afirmou que ele próprio havia concebido este álbum baseado em preconceitos que detinha e em ideologia colonialista, "missão sagrada de civilização", que custou cara à população congolesa entre 1885-1960: mais de vinte milhões de mortos congoleses merecem um respeito que eu, como seu descendente, não posso aceitar que alguém viole seja a que pretexto for.
É por isso que exijo uma indemnização de 1 € em atenção para com a minha honra e a da comunidade congolesa em geral.
Acho que a publicação e comercialização desta banda desenhada (Tintim no Congo) compromete significativamente o trabalho de valorização da cultura do belgo-congolesa, de tal modo que hoje em dia é cada vez mais difícil convencer as pessoas que vivem na Bélgica dos méritos de um esforço de aproximação dos diferentes povos e das suas culturas.
Senhor Juiz
Consideradas as razões acima invocadas;
Considerada a lei de 30 de Julho de 1981, dita lei Philippe Moureaux;
Peço-vos para decidirdes a culpa de Moulinsart S.A. pela publicação e comercialização da banda desenhada "Tintin no Congo”.
MBUTU MONDONDO Bienvenu
Parece óbvio que o senhor Bienvenu aguardaria uma reacção colectiva de grande apoio à sua iniciativa, dos meios congoleses e não só...
Para além da posição pública do MRAX, conhecido pelo seu habitual radicalismo, e de algumas opiniões, respeitáveis, de certos académicos, a verdade é que foram muito mais as reacções públicas adversas.
Algumas destas merecem ser realçadas, como, por exemplo e tal como lhe competia, a da parte acusada, a Sociedade Moulinsart. O advogado desta, Alain Berenboom, é escritor e foi secretário-geral da Liga Belga dos Direitos do Homem, além de administrador da Real Cinemateca da Bélgica. Ele declarou, a propósito do pleito:
Onde está a urgência em proibir um álbum difundido desde há 80 anos? No meu entender, este processo contra Tintin no Congo não faz sentido. Se a justiça viesse a dar razão aos acusadores, então pacotes inteiros de literatura mundial estariam ameaçados, a começar pela Bíblia, que pode também ser lida como uma obra extremamente chocante. Se se exige que tudo o que foi escrito seja hoje politicamente correcto, será preciso interditar Dickens, Simenon, Jules Verne, Zola, Sade...
Tintin no Congo, ao lado de certos escritos antisemitas, anti-árabes ou pedófilos produzidos pelos autores que citei, não tem qualquer propósito racista. O álbum reflecte justamente a visão colonialista belga da época e da maneira como se represetava os Africanos nos anos 1920-1930. Que se leiam os Pieds Nickelés! Tintin no Congo não gerou monstros entre as crianças brancas, negras, amarelas ou vermelhas que o leram. É como se acusássemos Tom e Jerry de promover a violência quando atiram bigornas à cabeça um do outro!
Uma tira ou um aviso prévio são em si mesmos uma censura. Não existem advertências ao leitor nos livros do Marquês de Sade e as livrarias são livres de os vender aos menores de 16 anos. Os livros não são maços de cigarros!
Tudo me leva a pensar que este assunto é uma maneira de os acusadores se mediatizarem a si próprios, aproveitando a popularidade de Tintin.”
Outra posição, tão significativa como isenta, é a patenteada por Jozef Dewitte, director do Centro de Igualdade de Oportunidades e da Luta contra o Racismo, importante organização belga não-governamental. Num comunicado público, Jozep Dewitte, considerou a queixa do senhor Bienvenu contra a Moulinsart como “um caso de excesso do politicamente correcto.” E acrescenta, sobre o álbum: “Trata-se de uma obra de arte, criada por alguém que já morreu. (...) Seria bem melhor atacar as discriminações na contratação do emprego ou na autorização de residência.”
Guilherme de Oliveira Martins é um conhecido e respeitado político e intelectual português. O actual presidente do Tribunal de Contas é um confesso e esclarecido admirador de Hergé. No “site” do Centro Nacional de Cultura, ele publicou há alguns meses um notável artigo sobre Tintin, onde se antecipa, e responde a críticas “clássicas” como a que aqui tratamos. E escreveu, entre outras palavras, o seguinte:
Pode dizer-se, simplificando, que há dez razões para o sucesso de Tintim. Antes de mais a ideia de aventura. Tintim representa, de facto, a emergência da aventura em estado puro - ora não temendo ir ao encontro das situações mais complicadas, ora garantindo estar à altura dos acontecimentos, agindo e vencendo. Além da aventura, mas fazendo parte desta, deve referir-se ainda a importância da viagem. O mundo é percorrido pelo jovem repórter, e Tintim é um viajante incansável, desde o início - o País dos Sovietes, a África (Congo) e a América. (...)
O sétimo motivo diz respeito à liberdade com sentido de justiça - como vários leitores têm referido (António Mega Ferreira tem insistido, e muito bem, neste tema). De facto, há um essencial sentido de autonomia e liberdade de espírito e de ideias no herói de Hergé, muito mais forte do que todas as tentativas de falar e insistir no suposto "colaboracionismo" do seu autor com os fascismos. Basta vermos o anti-racismo com Tchang ou lermos com atenção "O Ceptro de Otokar", observando que o vilão se chama Müsstler, para percebermos que, apesar de qualquer cedência circunstancial, há na personagem Tintim marcas de inconformismo, universalismo e cosmopolitismo. Para essa liberdade contribui ainda a ironia (oitavo motivo), sempre bem presente, capaz de fazer compreender melhor o mundo e os outros (Haddock, Girassol, Oliveira da Figueira, etc. etc.).”
António Martinó de Azevedo Coutinho

sábado, agosto 28, 2010

James Finn Garner I

Corrosivos, verdadeira lufada de ar fresco neste mundo cada vez mais orwerlliano.
“João e os Feijões” e os dois livros de “O Gato das Botas” pertencem às melhores memórias da nossa infância. A par de tantos outros, neles consolidámos a aprendizagem da leitura e deles nos tornámos ‘amigos’ e ‘cúmplices’ para toda a vida. Na nossa memória perduram estas histórias que em tempo algum julgámos que tempos viessem em que fossem ostracizadas em nome de uma vivência cinzenta que ‘produz’ gerações denominadas politicamente correctas, onde o direito à diferença é crime!
Slogans como «todos diferentes, todos iguais» comportam em si germes de intolerância ao criminalizar quem pensa diferente das normas estabelecidas por uma intelligentzia sempre minoritária e de feição totalitária.
Querendo impor a sua visão de sociedade, chegando aos mais ínfimos pormenores, mais não faz do que cercear a liberdade individual de cada Cidadão.
A reescrita feita por James Finn Garner a um conjunto de Contos e Lendas, e que em 1996 a Gradiva editou e que hoje estes livros estão há muito esgotados sem reedição que se saiba prevista quiçá temendo represálias do dominante ‘politicamente correcto’, far-nos-ia sorrir se a verdade não andasse tão próxima, tão real.
Mário Casa Nova Martins

Histórias Tradicionais Politicamente Correctas
O Rei Vai Nu
Os Três Porquinhos
Austregésilo
Os Três Cabritos Co-dependentes
Leituga
A Gata Borralheira
Caracóis de Ouro
Branca de Neve
A Galinha Pequena
O Príncipe Sapo
João e o Pé de Feijão
O Flautista de Hamelin
1.ª edição Setembro de 1996
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Contos de Fadas Politicamente Correctos
Alfabeto Politicamente Correcto
Hansel e Gretel
A formiga e a cigarra
A princesa e a ervilha
A pequena criatura sereica
A tartaruga e a lebre
O bichano das botas
A pessoa adormecida de atractividade superior à média
O rato da cidade e o rato suburbano
1.ª edição Novembro de 1996

James Finn Garner II

A história “João e os Feijões” remete-nos para um país acima das nuvens onde vive um gigante que tem uma galinha que põe ovos de ouro.
João é um rapaz pobre que vive com a mãe numa pequena granja. O pai tinha morrido ás mãos de um endiabrado gigante e eram muito pobres.
Um dia a mão manda-o à feira vender uma vaca e no regresso o João, feliz, diz à mãe que vendeu a vaca a uma velhota a troco de um saquito de feijões.
A mãe irritada atira os feijões pela janela.
Na manhã seguinte, o João vê que no lugar onde as sementes mágicas tinham sido atiradas estava agora um arbusto com feijões.
Subindo por ele, João passa as nuvens e chega à porta de um castelo. Nele vivia um gigante ao qual João rouba para levar à mãe a galinha que punha ovos de ouro, sacos com dinheiro e uma harpa.
Contudo, a harpa era mágica e chama pelo dono. O gigante corre atrás do João, mas este é mais lesto a descer pelo feijoeiro, e chegado ao chão e corta-o, caído o gigante desamparado e morrendo.
Assim a mãe e o João ficaram com o tesouro do gigante puderam viver sem dificuldades.
Assim, o gigante que matara o pai do João caía vingado pelo filho.

James Finn Garner reescreve esta história.
O herói é o João, que a mando da mãe vai vender a vaca leiteira, esquecendo mãe e filho de tudo o que a vaca lhes tinha dado, desde os milhares de litros de leite até ao estrume que produzira.
No caminho João encontra um velho mágico vegetariano que lhe faz uma dissertação sobre os malefícios do consumo de carne e propõe-lhe a troca da vaca por três feijões mágico.
João aceitou, mas a mãe furibunda com o negócio atira os feijões pela janela.
Na manhã seguinte estava à frente da janela um robusto feijoeiro, e como não tinha que ordenhar a vaca subiu por ele.
No topo das nuvens deparou-se-lhe um enorme castelo onde vivia um gigante. Entrou no castelo e viu uma harpa de ouro que tocava sem que ninguém a dedilhasse. E ao lado da harpa estava uma galinha sentada em cima de uma pilha de ovos de ouro.
Foi então que o João pegou na harpa e na galinha e desatou a correr para fora do castelo.
Porém, João foi apanhado pelo gigante.
João nega que as tivesse roubado, apenas ia colocá-las à sua guarda.
Estabelece-se um diálogo entre o gigante e o João e este fica a saber que o gigante tinha arrancado feijoeiro. Também fica a saber que antes dele já treze outros tinham subido ao castelo por feijoeiros, que também foram arrancados.
Impossibilitado de voltar a casa, João é convidado pelo gigante a juntar-se a ele e aos outros. O gigante e os outros treze eram vegetarianos, pelo que nunca lhe faltaria feijões para comerem.
«E, assim, João resignou-se ao seu destino de membro da comuna nefelibata do gigante. Não teve grandes saudades da mãe nem do quintal, porque lá nas alturas havia menos que fazer e mais que comer. E aos poucos aprendeu que a não avaliar as pessoas pela sua estatura, excepto as mais pequenas do que ele». (pg. 88)

Decididamente, escolhemos a primeira versão da história!
Mário Casa Nova Martins

James Finn Garner III

A história de “O Gato das Botas” é deliciosa. Ao pobre e a princesa que se apaixonam e casam é sempre um ‘conto de fadas’.
O filho do moleiro herdou do pai um moinho e muitas dívidas. Com a venda do moinho pagou as dividas e restou-lhe um velho gato.
Este compadecido da má-sorte do dono promete ajudá-lo, precisando para tal apenas de umas botas, que o jovem lhe comprou.
Para tal caça um coelho que leva à presença do rei dizendo-se ser escudeiro do marquês de Carabás e ser aquele uma oferta do seu amo.
O rei quis conhecer o marquês, mas este nem tinha roupas decentes na casa.
Assim, o gato mandou o amo mergulhar no rio e depois disse ao rei que tinham roubado as roupas ao marquês, resolvendo assim o primeiro dos problemas.
Vendo as boas maneiras do marquês, o rei pensou no casamento com a filha. E o gato teve que tentar resolver o problema de encontrar um palácio.
O gato dirige-se ao castelo do gigante que além de enorme e feroz era mago, podendo transformar-se no animal que quisesse.
Engodado, o gigante transforma-se em leão e noutros animais até se transformar em rato, que de imediato o gato comeu.
Desta habilidosa forma, o jovem passa a ser dono do palácio do gigante, podendo assim casar com a princesa. Tudo graças à esperteza do seu dedicado gato!
E o marquês e a princesa viveram felizes para sempre.

Na reescrita história por James Finn Garner, o jovem herda do pai apenas um gato.
Pobre ficou com tal herança, mas o gato prometeu transformá-lo numa pessoa importante e poderosa.
O jovem ambicionava entrar na política e o gato vai torná-lo senador, e quiçá mais tarde chegar mesmo a presidente da república! Par tal o jovem apenas teria que seguir as ordens do gato a quem compraria roupa de marca e umas botas de cowboy. E nunca poderia falar senão o que o gato lhe escrevesse.
Seguindo as normas da política o gato atinge o primeiro objectivo, que era a eleição para senador.
«No frenesim do desenrolar da campanha, ninguém notou ou comentou a falta de credenciais do Bichano das Botas. Aliás, seduzidos pelos seus modos agradáveis e aparentemente cândidos, as pessoas nem sequer alguma vez notaram que ele era de ascendência felina. O que só demonstrava a justeza da observação daquele comentador que dizia: «Na terra dos opticamente desfavorecidos, o indivíduo monocularmente dotado é o primeiro na fila para a manjedoura.»» (p.70)
Mas o jovem tece a infelicidade de, contra a ideia do gato, falar de moto próprio. E no discurso de vitória diz: «Faço questão de agradecer a alguém sem o qual esta vitória não teria sido possível: o meu director de campanha, meu confidente e, digo-o com o maior orgulho, o meu gato – Bichano das Botas!».
A assistência emudece e a partir de então cai em desgraça, politicamente falando. É o fim do seu sonho político.

Sem dúvida que a versão original do Gato das Botas é a nossa eleita!
Mário Casa Nova Martins
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sexta-feira, agosto 27, 2010

Sport Lisboa e Benfica

Traiçoeiro

O sorteio de ontem para a Liga dos Campeões colocou o Sport Lisboa e Benfica no seguinte grupo:
Grupo B:
Lyon
Benfica
Schalke 04
Hapoel Telavive
De todos os grupos, parece ser este o mais equilibrado, o que o torna de resultado final imprevisível.
Neste contexto, o SL Benfica pode ficar num dos quatro lugares possíveis, desejando-se que ocupe um dos dois primeiros, ou que na pior das hipóteses se classifique em terceiro.
Ficando em primeiro ou em segundo lugar, permanece na prova e alcança proveitos económicos substanciais. Ficando em terceiro, passará para a Liga Europa, o que em termos monetários não é interessante. Mas pior será se ficar em último lugar, o que representará o fim da campanha europeia.
Mas passada que foi a disputa da SuperTaça Cândido de Oliveira e as duas primeiras jornadas da Liga Sagres, averbando três derrotas consecutivas, que Benfica para a Europa?
Provavelmente este fim-de-semana o SLB tem a primeira vitória na Liga, como um exibição que tanto pode ser do melhor ou do pior. O nível de confiança dos Adeptos variará consoante for essa exibição, do eufórico ao traumático. Mas uma coisa é certa, esta época nada vai ser como na época anterior!
Quanto à campanha europeia, traiçoeira..., e tal como se diz em futebolês, ‘prognósticos só no fim do jogo. Melhor, só no final se fará o balanço.
Mas hoje a Águia está ‘ferida’!
Mário Casa Nova Martins
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Sorteio da Liga dos Campeões:
Grupo A:
Inter
Werder Bremen
Tottenham
Twente
Grupo B:
Lyon
Benfica
Schalke 04
Hapoel Telavive
Grupo C:
Manchester United
Valência
Rangers
Bursaspor
Grupo D:
Barcelona
Panathinaikos
FC Copenhaga
Rubin Kazan
Grupo E:
Bayern Munique
Roma
Basileia
Cluj
Grupo F:
Chelsea
Marselha
Spartak
Zilina
Grupo G:
Milan
Real Madrid
Ajax
Auxerre
Grupo H:
Arsenal
Shakhtar Donetsk
Sp. Braga
Partizan
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quinta-feira, agosto 26, 2010

Grupo Desportivo Portalegrense


Uma vez mais, o Desportivo Portalegrense é o único clube da cidade de Portalegre com atletas convocados para os trabalhos de selecções jovens.
Desta vez, e seguindo as pisadas de Cristiano e Elsa Ventura, Diogo Neves e Luis Matela irão participar nos trabalhos da Selecção Nacional Sub 16, às ordens do treinador Rui Bento.
Será no Centro de Estágio de Rio Maior, entre os dias 27 e 29 de Agosto, que os jovens Diogo e Matela terão oportunidade de demonstrar o seu valor.
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É com orgulho que faço eco deste facto desportivo, e ao mesmo tempo endereço os parabéns aos atletas, treinadores e a todo o Departamento de Futebol Juvenil do CDP.
Mário Casa Nova Martins

quarta-feira, agosto 25, 2010

Sport Lisboa e Benfica

Proféticas as palavras do Barbeiro! E a Profecia data de 9 de Agosto de 2010.
Mas a culpa nunca morre solteira…
Mário Casa Nova Martins

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Sport Lisboa e Benfica

Tivemos oportunidade de assistir ao vivo o jogo entre o SL Benfica e o Aston Villa. A superioridade ‘encarnada’ foi total, e os benfiquistas, ‘tribo’ onde nos incluímos, ficámos extasiados.
Agora, ‘a frio,’ reconhecemos haver um excesso de entusiasmo, excesso de confiança na equipa e nos adeptos que só é prejudicial.
Após quatro derrotas consecutivas, é tempo de colocar os pés bem assentes no chão, e dizer que algo vai mal no reino da águia.
E de momento não faremos mais considerandos.
Mário Casa Nova Martins
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terça-feira, agosto 24, 2010

FESTIVAL DO CRATO 2010

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segunda-feira, agosto 23, 2010

António Martinó de Azevedo Coutinho

O episódio da colisão do comboio congolês com o Ford T de Tintin é um paradigma das intencionais “confusões” interpretativas tecidas em torno do álbum. No caso do senhor Bienvenu, que apenas conhece -e de passagem!- a versão moderna da história, um melhor e mais integral conhecimento das implicações do caso poderia tê-lo facilmente conduzido a conclusões bem diversas.
Antes do mais, tal como aconteceu com outros símbolos económicos do Congo, como o marfim, a borracha ou os diamantes (também abordados ao longo do álbum), o caminho-de-ferro era um factor de fundamental importância para a região. O mesmo acontece, embora num diverso contexto, ainda hoje.
O explorador Henry Morton Stanley profetizara mesmo que “sem o caminho-de-ferro, o Congo não valerá um centavo”. E ele sabia bem o que dizia.
A construção das linhas de caminho-de-ferro congolesas é, portanto, da responsabilidade -e do interesse!- dos colonizadores.
Em conclusão, para o que respeita à narrativa em apreço, a colisão acontece entre um veículo automóvel “branco” e um comboio igualmente “branco”.
Quanto ao facto, insólito, de o acidente ter produzido o descarrilamento do veículo mais pesado, embora tenha perdido significado “racial”, existe uma explicação narrativa lógica. Os carris daquela via reduzida apresentam-se no estado lastimável patente nas imagens, enquanto o Ford, de aço, está firmemente neles encaixado, sendo embatido por um material circulante de fraca qualidade e baixo peso, também visíveis... Juntando a isto o efeito de suspense tão frequente na construção narrativa da banda desenhada o resultado afigura-se normal e lógico.
Passemos ao mais gravoso. No diálogo que se segue à colisão, Tintin ridiculariza a velha tchouk-tchouk dos negros, prometendo repará-la. Logo uma ocupante o censura, defendendo a locomotiva: - Velha tcouk-tchouk!... É uma linda locomotiva!... Portanto, paradoxalmente, um colonizado surge aqui louvando um sinal da colonização.
Segue-se a cena mais criticada, quando Tintin incita os negros ao trabalho e, perante a sua recusa, por declarada fadiga, apresenta-lhes o exemplo de Milou que, isolado, tenta empurrar a locomotiva tombada: - Ao trabalho, depressa! Vocês não têm vergonha por deixarem este cão trabalhar sozinho?... E Milou, um cão branco, espécie de alter-ego de Tintin, completa o incitamento: - Vamos, preguiçosos, toca a trabalhar!
Segundo o senhor Bienvenu, este “desabafo” constitui uma alusão carregada de racismo, provavelmente remetendo para os mais tenebrosos tempos coloniais, quando aos negros “preguiçosos” eram cruelmente decepadas as mãos...
No entanto, se tivesse lido a história com alguma atenção, ele ficaria certamente embaraçado com um episódio, anterior, em que o mesmo cão branco trepa para o dorso de um crocodilo, que confunde com um tronco de árvore, e espera impaciente pelo atrasado Tintin. E exclama: - Então! Onde é que se meteu esse preguiçoso?...
Cremos que, usando a mesma “lógica”, Milou tanto “agride” brancos como negros com o mesmíssimo epíteto. Como cúmulo do disparate, dificilmente se poderia insistir em argumentações deste tipo...
Dois pequenos pormenores restam para concluir a análise deste episódio, ainda que certamente desprezados nas acusações do senhor Bienvenu. Um refere-se ao regresso do pequeno Coco, que tinha prudentemente desaparecido, saltando do automóvel antes do embate. Com tudo calmo, reaparece e diz a Tintin: - Os negros já não estar zangados: Coco pode voltar... De notar que, na edição portuguesa do jornal Público, em Dezembro de 2003, o balão está grafado: - Os pretos já não estar zangados: Cocô pode voltar...
O pormenor final revela a única figura de negro que detém um cargo não subalterno, na administração congolesa dos tempos “tintinescos”: o de chefe da estação de caminho-de-ferro.
No confronto deste episódio com a sua versão original, podemos notar duas diferenças, embora pouco significativas:
• Um mais nitidamente degradado estado dos carris;
• Um distinto diálogo entre Tintin e uma das passageiras, onde não consta a “graça” daquele sobre a locomotiva, sendo substituídas as falas entre ambos. Tintin: - Silêncio!... Vamos repará-la, a vossa suja maquinazinha! Responde, indignada, a passageira: - Suja maquinazinha!!! E comenta, filosoficamente, Milou: - Sim, o teu sujo e pequeno truque...
Naturalmente, é possível analisar quase todas as acusações até agora conhecidas sobre o clima racista, colonialista e paternalista que se desprende das páginas do álbum. No entanto, talvez nem sempre seja possível explicá-las, justificá-las ou resolvê-las, como no presente caso.
Devemos ter sempre presente a sincera confissão de Hergé. Para além da temática congolesa ter ficado distante dos seus próprios projectos pessoais, a informação colhida e as influências recebidas conduziram-no, inevitavelmente, à criação hoje conhecida. As “revisões” nesta posteriormente praticadas obedeceram a intenções também conhecidas. Por isso, a crítica, quando justa, deve ser aceite; mas deve ser inteligente e adequada, porque só assim poderá produzir os seus justos efeitos.
António Martinó de Azevedo Coutinho

quinta-feira, agosto 19, 2010

FESTIVAL DO CRATO 2010


FESTIVAL DO CRATO 2010

FESTIVAL do CRATO 2010
XXVI Feira de Artesanato e Gastronomia
25, 26, 27 e 28 de Agosto
O Programa
Artistas / Projectos Internacionais
UB40 (Reino Unido)
Desde a sua formação, os UB40 popularizaram ritmos jamaicanos, primeiro no seu país de origem e depois um pouco por todo o mundo tornando-se, juntamente com Bob Marley, nos mais conhecidos “embaixadores” mundiais da música Reggae. Nos anos oitenta os UB40 viram-se catapultados para o estrelato, tornando-se numa das mais populares bandas da cena musical internacional. Desde aí, as suas Tour’s mundiais acumulam centenas e centenas de espectáculos espalhados pelos cinco Continentes. Com 29 álbuns de originais gravados, os UB40 fazem parte da restrita galeria de Artistas com mais de 50 milhões de discos vendidos (calcula-se a venda de discos da Banda em cerca de 70 milhões de exemplares). Com um novo disco de originais lançado em 2009 (Labour Of Love IV) os UB40 deslocam-se a Portugal para um concerto exclusivo no encerramento do Festival do Crato.

NOUVELLE VAGUE (França)
Liderados pelos Compositores Marc Collin e Olivier Libaux, cantados por um extraordinário naipe de cantoras, os dois primeiros álbuns desta banda francesa, Nouvelle Vague (2004) e Bande A Part (2006) venderam mais de meio milhão de cópias. Muito acarinhada pelo público português, como o comprovam os vários espectáculos, sempre esgotados, realizados pela banda em Portugal, com particular destaque para os Concertos da Aula Magna (Lisboa), em Dezembro de 2007 (que daria origem à gravação de um DVD, ao vivo, que se tornou um recordista de vendas em Portugal), e o realizado no Campo Pequeno (Lisboa), em Novembro de 2008. Em 2010, os Nouvelle Vague apresentam o seu terceiro álbum Nouvelle Vague 3 (2010).

VISITANTS – Companhia de Teatro de Rua (Espanha)
Contando com vinte e cinco anos de existência, Visitants é um dos mais importantes grupos de teatro de rua de Espanha, um dos expoentes mundiais desta recente, mas cada vez mais apreciada, expressão artística. Os espectáculos dos Visitants marcaram presença nos principais acontecimentos culturais e desportivos de ar livre realizados na vizinha Espanha. Da EXPO 92 de Sevilha, a Salamanca – Capital Europeia da Cultura, das Noites Brancas de Madrid, aos espectáculos de Abertura e Encerramento dos Campeonatos do Mundo de Atletismo de 2008 ou ainda a Expo Saragoça de 2008. Para além de Espanha, os Visitants têm levado a sua arte a diversos países da Europa e da América Latina.

Artistas / Projectos Nacionais
TIM – COMPANHEIROS DE AVENTURA
(Mariza, Vitorino, Celeste Rodrigues, Mário Laginha)
No seu novo espectáculo Tim apresenta para além de originais, belíssimas canções de outros compositores compostas e partilhadas pelos seus Companheiros de Aventura. As canções de Mariza, Rui Veloso, Mário Laginha, Vitorino e Celeste Rodrigues (irmã de Amália Rodrigues) estão presentes no seu espectáculo, em temas únicos e inesquecíveis. O espectáculo de Tim destaca-se cada vez mais pela intensidade, pela interpretação que o cantor e os grandes músicos que o acompanham proporcionam.
A sensibilidade e a segurança de cada um dos convidados, desde músicos a intérpretes, originam uma mistura poderosa. COMPANHEIROS DE AVENTURA é um trabalho especial, feito de amor, amizade, partilha e muita aventura.
O espectáculo a realizar no Crato, com a participação dos vários convidados, terá apenas apresentações públicas no Festival do Sudoeste e no encerramento da Festa do Avante!

AMÁLIA HOJE
Amália Hoje é um álbum lançado a 27 de Abril de 2009, pelo projecto pop português Hoje, liderado pelo músico Nuno Gonçalves (The Gift). Apresentado no Centro Cultural de Belém a 1 de Abril de 2009, no ano em que se completou uma década da morte da diva do Fado, Amália Hoje apresenta-se como um álbum com fados de Amália Rodrigues à luz da sonoridade pop actual. Nuno Gonçalves assina a escolha do alinhamento, os arranjos e a direcção musical do grupo, cabendo "dar voz" a este projecto a Sónia Tavares (vocalista dos The Gift), Fernando Ribeiro (Moonspell) e a Paulo Praça (Komité Kaviar - a nova banda de Pedro Abrunhosa). O Projecto Amália Hoje venceu, no passado dia 23 de Maio, o Globo de Ouro para a melhor música com o tema Gaivota.

VIRGEM SUTA
Sempre apoiados na conselheria e depois na produção do disco por Helder Gonçalves, dos Clã, os Virgem Suta penaram até ao vislumbre de um trabalho que considerassem decente. Naquela dúzia de canções que compõem o disco, nas repetidas audições, consegue-se perceber o que os caracteriza e porque vão agradando a quem quer que os oiça. Porque não descartam a tradição, transpiram portugalidade e assumem-no. Mas são tão contemporâneos que a raiz portuguesa só lá está porque não têm outro remédio. Assim, tocam adufe e cavaquinho porque é isso que lhes é natural. A isto aliam uma ironia que aparece a espaços, insólita, não de riso fácil, mas daquele que só é esboçado depois de se ter desconstruído a mensagem. Os Virgem Suta foram, conjuntamente com os Xutos & Pontapés (que acabariam por vencer o galardão), os Hoje e os ÓqueStrada, os finalistas dos Globos de Ouro para Melhor Grupo Musical.


ÓQUESTRADA
Os ÓqueStrada, foram os pioneiros em Portugal de um género, inspirado numa corrente musical internacional denominada “world music”, que tantos e tão interessantes projectos tem dado à musica portuguesa nos últimos anos, e de que nomes como os Deolinda, os Kumpania Algazarra ou os Anaquim, são bons exemplos. Mas como os próprios dizem: “ÓqueStrada não é fado, celebra o fado e os seus fadistas, não é world music celebra o mundo à portuguesa…”. A vitalidade e energia dos Óquestrada em palco é um dos seus maiores trunfos, que a nomeação para Melhor Grupo Musical, nos Globos de Ouro deste ano, consagrou.

Projectos com Artistas Locais (Palco Principal)
ALEXANDRA MARTINS (Fado)
Cantora amadora de fado, natural e residente no concelho do Crato, Alexandra Martins faz justiça às melhores vozes desta canção nacional que espelha a nossa alma lusitana e a nossa melhor tradição. A presença desta voz no palco principal do Festival do Crato é exemplo da aposta em novos talentos que têm assim a oportunidade de se darem a conhecer a par com os mais consagrados artistas nacionais e internacionais.

QUARTETO EM MIM (Clássica / Tango)
Rui Ramos nasceu no Crato, de onde saiu para prosseguir uma carreira musical como professor de violino na Escola de Artes do Norte Alentejano (Conservatório de Portalegre), mas também como intérprete em diversas formações. O Quarteto Em Mim é um desses projectos que homenageia o tango de Astor Piazzola e no Festival do Crato apresentará um espectáculo com músicos e bailarinos convidados.

SIX IRISH MEN (Irish / Folk / Pop)
A música tradicional irlandesa, em fusão com o Pop e o Folk é um dos estilos musicais mais festivos e contagiantes da World Music. O Jig e outras formas dançáveis da expressão musical irlandesa não deixarão de estar presentes neste concerto que será a primeira apresentação no Crato de um projecto que integra um jovem músico oriundo de Monte da Pedra - José Subtil - que regressa à sua terra natal para partilhar o seu talento juntamente com os músicos dos Six Irish Men.

ECLIPS (Rock)
Composto por 8 músicos todos com naturalidade em Portalegre, ECLIPS nasce em 2009 com o objectivo de relembrar a grande banda de Pop/Rock mundialmente conhecida – Pink Floyd – que durante três décadas marcou gerações, sendo ainda hoje uma das mais importantes bandas da história da música contemporânea. Ao apresentar êxitos maiores como Shine On You Crazy Diamond, Wish You Were Here, Another Brick in The Wall, Comfortably Numb, Time, Money, Eclipse, este projecto assume um desafio arriscado, mas consciente, que não vai deixar indiferente o público do Festival do Crato.
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FESTIVAL DO CRATO 2010
PROGRAMAÇÃO / Palco Principal
Data / Hora / Artista
25 de Agosto (quarta-feira)
21.30H
ALEXANDRA MARTINS
22.30H
QUARTETO EM MIM
23.30H
PROJECTO AMÁLIA HOJE
01.30H
DJ’s (a anunciar)

26 de Agosto (quinta-feira)
21.30H
SIX IRISH MEN
22.30H
O’QUESTRADA
23.30H
NOUVELLE VAGUE
01.30H
DJ’s (a anunciar)

27 de Agosto (sexta-feira)
21.30H
ECLIPS
22.30H
VIRGEM SUTA
23.30H
TIM – COMPANHEIROS DE AVENTURA
01.30H
DJ’s (a anunciar)

28 de Agosto (sábado)
21.30H
RURALFOC (Visitants Cia-Teatre)
22.30H
UB 40
01.00h
DJ’s (a anunciar)