Processo Revolucionário em Curso
Das nove revistas entretanto editadas, esta última é sem dúvida a mais importante.
Hoje pouco se fala do período entre 11 de Março de 1975 e 25 de Novembro de 1975, a data do Thermidor da Revolução dos Cravos. Há como que uma cortina de silêncio sobre o período denominado de Processo Revolucionário em Curso, PREC, de tão má memória para Portugal. É que ainda hoje se fazem sentir, principalmente no sector económico, nefastas consequências daqueles excessos cometidos logo após o 11 de Março de 1975.
Mas também, diga-se, quando este período da História recente de Portugal é revisitado, existe como que uma reescrita dos acontecimentos, a começar pelo papel do então Presidente da República Francisco Costa Gomes, que hoje se pretende apresentar como ‘salvador’, quando na verdade dos factos esteve ao lado da Extrema-Esquerda liderada pelo PCP quando neles viu força para controlar a situação política e logo após a publicação do denominado Documento dos Nove se veio aproximando da corrente Democrática, tendo assim conseguido sobreviver politicamente, como aliás foi seu timbre ao longo de uma vida recheada de traições e equívocos.
Para quem não viveu aquele período, lendo a revista fica-se com uma ideia ‘próxima’ da realidade. À época éramos teenagers, vivemo-la na parte mais intensa em Portalegre e no último mês e meio em Coimbra. Hoje, lendo os diferentes textos que abarcam praticamente a totalidade dos factos ocorridos afirmamos que ao tempo não compreendemos a gravidade da situação.
A tentação totalitária da Extrema-Esquerda do PCP, dos SUV, dos TUV, dos MDP/CDE, dos MES, das UDP's e outras forças radicais foi real, e só a tal Maioria Silenciosa a quem António de Spínola apelara em 28 de Setembro de 1974 salvou Portugal de uma Ditadura Comunista.
Sentimos ter estado com e nessa Maioria Silenciosa, que nunca foi silenciosa e muito menos silenciada!
Mário Casa Nova Martins
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