\ A VOZ PORTALEGRENSE: novembro 2013

quinta-feira, novembro 28, 2013

Inauguração do Pavilhão Gimnodesportivo

Pelas 16 horas do dia 23 de maio de 1969, Portalegre e o seu Concelho ficavam mais ricos, com a inauguração do Pavilhão Gimnodesportivo.
No seu tempo simbolizava a modernidade, conjugada com a funcionalidade. E a prova disso é que hoje ainda continua em pleno funcionamento, tendo ao longo dos anos, evidentemente, sofrendo obras de manutenção e actualização.
O Pavilhão Gimnodesportivo fazia parte de um projecto no campo do desporto, que nunca chegou a ser concluído, e que além dele tinha já em funcionamento o Campo de Futebol e a Piscina Municipal.
Inserido numa zona nobre da cidade, tem desempenhado desde a sua inauguração um papel importantíssimo no desenvolvimento das modalidades de indoor em Portalegre.
Que se diga que foi inaugurado num tempo em que Portalegre era das mais importantes cidades do país, com a sua pujante indústria, a sua agricultura, o seu comércio e com o sector dos serviços em franco crescimento e desenvolvimento. Era uma capital de distrito com excelente qualidade de vida!
Estivemos presentes na inauguração. Fizemos parte de uma classe de ginástica do Liceu Nacional de Portalegre. E dessa ocasião guardámos o desdobrável que acompanhou o acto.
Depois de um tempo em que desconhecíamos o local onde o guardámos, encontrámo-lo e aqui o editamos, como memória de um tempo feliz da nossa juventude e do tempo em que Portalegre era uma cidade que tinha Futuro!
Mário Casa Nova Martins
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terça-feira, novembro 26, 2013

Desabafos 2013/2014 - III

O inverno dá sinais de estar a chegar, o frio tem sido muito, os dias são cada vez mais curtos, mas o inverno do nosso descontentamento, esse, dura e parece não ter fim.
Segundo dados divulgados na comunicação social, o número de ricos continua a aumentar, enquanto o dos pobres também cresce, fruto da destruição da classe média portuguesa.
Mostra a História de Portugal que o país só teve classe média a partir da década de sessenta do século XX. Nunca a economia permitira que tal acontecesse, o que mostra a sua fragilidade e a consequente assimetria social portuguesa.
A classe média que o Estado Novo criou foi a grande impulsionadora da melhoria da economia, criando procura de bens e serviços.
Todavia, na Terceira República, sempre que Portugal entrou em crise, a classe média ficava em grandes dificuldades, e começou a regredir, chegando ao presente num estado de proletarização.
É um facto que se caminha progressivamente para a extinção da classe média, e tal irá extremar a situação social.
O consumo continuará a baixar, empresas fecharão em maior número, o desemprego crescerá.
O Regime está esgotado, mas não se vislumbram alternativas credíveis. Portugal há muito deixou de ter um desígnio, um rumo. O amanhã é sempre pior que o hoje, que por sua vez é inferior ao ontem.
A cultura hedonista, as causas fraturantes, a crise na Ética, na Moral e na Família, a falência do Cristianismo, é no seu conjunto apenas o pronúncio do fim do paradigma que tornou o Ocidente o farol do mundo civilizado.
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 25/11/2013
Mário Casa Nova Martins
http://www.radioportalegre.pt/index.php/desabafos/mario-casanova-martins.html

terça-feira, novembro 12, 2013

Desabafos 2013/2014 - II

Quando Portugal começa a ser um estado-nação, os seus dirigentes compreenderam a sua exiguidade a todos os níveis e lançaram-se na aventura do mar. Primeiro o norte de áfrica, depois cada vez mais longe até à India, tendo também aportado às américas e ao extremo-oriente.
Se no primeiro quartel do século XIX perde a «joia da coroa», o Brasil, no final do mesmo século XIX, para manter as terras em África, embrenhou-se pelo interior.
Quase quatro décadas depois do fim da presença além-mar, é Portugal hoje um país inviável. E, todavia, hoje não há uma Ínclita Geração. Quem hoje governa Portugal é gente fraca que tem tornado o povo fraco.
Sem perspetivas quanto ao futuro, sem cultura, sem conhecimento de qualquer tipo, os políticos de hoje são o que de pior esta Terceira República produziu!
Portugal é um país inviável, tal como é, consequentemente, o distrito de Portalegre e os seus concelhos. Não vale a pena iludir esta realidade. O distrito de Portalegre, e o que conta é a economia, não tem qualquer relevância no tecido económico e financeiro. Demograficamente é residual e geograficamente é ultraperiférico.
Os deputados eleitos pelo círculo distrital, sendo que um dos dois não só não é do distrito como ninguém o viu alguma vez por cá, não têm peso político, não têm reconhecimento público. Os autarcas governam tipo merceeiros, apenas se preocupando em manter feliz as suas clientelas, como é o caso da finalidade das malfadadas Fundações, a começar pela distrital mais emblemática. Na chamada capital de distrito nada acontece, estando-se sempre à espera que terceiros venham como salvadores.
E nada se salva!
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 11/11/2013
Mário Casa Nova Martins
http://www.radioportalegre.pt/index.php/desabafos/mario-casanova-martins.html