\ A VOZ PORTALEGRENSE: abril 2016

terça-feira, abril 26, 2016

Desabafos, 2015/2016 - XV

Em recente conselho nacional (sábado, 16/04/2015), o CDS aprovou o novo regulamento para as eleições autárquicas de outono de 2017, o qual, em linhas gerias, define que os candidatos do partido sejam "idóneos" e "competentes".
É evidente que qualquer candidato a uma qualquer eleição, seja de que partido for, tem, ou terá que ser competente e idóneo, o que leva a questionar se no passado e no CDS tal ou tais requisitos não foram cumpridos.
Verdade se diga que a actual presidente do CDS tem toda a razão em exigir idoneidade e competência aos futuros candidatos do partido. Ela conhece bem o partido.
Recorde-se que em sucessivas eleições o CDS apareceu coligado com o PSD, coligações que sempre são o chamado ‘abraço de urso’ do PSD ao CDS.
Hoje, fruto dessa ligação ao PSD, o CDS quase desapareceu nas sondagens que ultimamente têm sido tornadas públicas, pelo que as eleições autárquicas de 2017 serão um ‘começar de novo’ do CDS.
Claro que nos concelhos em que o PSD precisar da ‘muleta’ do CDS, irá de mansinho procurar a coligação, enquanto nos outros concelhos, onde dispensa o CDS, apelará ao voto útil, e tal tem sempre conseguido.
Na região de Portalegre, por muito que os responsáveis políticos digam o contrário, o CDS não tem implantação, já teve, pelo que o trabalho será árduo e tem que começar muito tempo antes do que os outros partidos políticos. E não pode estar à espera de que o PSD o venha aliciar para uma coligação.
O CDS até tem gente idónea e competente. Contudo, ela está há muito afastada do partido pelas mais variadas razões. O recente apoio do CDS à cleptocracia angolana veio afastar muitos que começavam a acreditar de novo no partido.
O CDS faz falta, assim a sua líder o perceba e o entenda.
Mário Casa Nova Martins
Rádio Portalegre, 25 de Abril de 2016

terça-feira, abril 12, 2016

Desabafos, 2015/2016 - XIV

Pelas piores razões, Angola volta a ser notícia. A prisão por delito de opinião de mais de uma dezena de angolanos, põe uma vez mais a nu o regime autocrático de Angola, que desde a independência tem à frente um governo liderado pelo MPLA.
Não seria notícia o apoio à autocracia angolana por parte do PCP, sempre ao lado das ditaduras, sejam elas a de Cuba ou da Coreia do Norte, ou sejam eles partidos totalitários como são todos os partidos comunistas marxistas-leninistas, ou grupos terroristas.
Notícia é um partido que se diz democrata-cristão, o CDS, apoiar a falta de liberdade em Angola.
O CDS de Assumpção Cristas votou no parlamento ao lado do ortodoxo PCP a não condenação do regime angolano pela prisão de cidadãos seus num acto anti-democrático e totalitário.
Mas a verdade que o CDS de Assumpção Cristas, no seguimento do CDS de Paulo Portas, há muito que se tornou num partido de interesses, porta-voz de interesses corporativos que nada têm a ver com a Democracia-Cristã que diz professar.
Hoje os Valores do CDS não passam de interesses. O CDS é um partido lobista. O CDS caminha para um gueto, do qual dificilmente sairá.
A ideia de que a Direita votará no CDS apenas porque é o partido mais à direita no parlamento tem os dias contados. A ideia que a Direita está refém do CDS sempre foi uma falácia, como mostram os diferentes resultados eleitorais em também diferentes eleições.
A continuar neste rumo, o CDS transformar-se-á num partido dispensável para a Direita.
Um lamento, um profundo lamento, tendo em o caminho que o CDS liderado por Assumpção Cristas está a trilhar.
Mário Casa Nova Martins
Rádio Portalegre, 11 de Abril de 2016