A VOZ PORTALEGRENSE
quarta-feira, abril 30, 2008
terça-feira, abril 29, 2008
Revistas
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Sem o pretensiosismo e o proselitismo que tinha a defunta revista Atlântico, eis que duas revistas marcam um espaço no panorama político-ideológico português. Referimo-nos ao Boletim Evoliano e ao Identitário.
O número em questão do Boletim Evoliano é o terceiro, considerando o número zero. Nele continua a divulgação do pensamento e da obra de Julius Evola, acrescido de dois textos de Eduard Alcântara, mostrando aspectos pouco conhecidos da vida de Evola.
Julius Evola continua pouco conhecido fora de certos grupos que nele encontram o Mestre para o seu Pensamento e Acção. Com esta revista procura-se que se alargue o conhecimento de uma personalidade impar na Cultura Europeia.
O primeiro número da Identitário é constituído por um conjunto de textos que procuram explicar a génese deste pensamento e explicitar a sua doutrina. Seis capítulos formam o corpo da revista, começando pelo Nacional, seguindo pelo Internacional, Vida Associativa, Cultura, Entrevista e culminando com Teoria.
De leitura fácil, realce para a análise em «“300”: Esparta Revisitada», por J. Martins.
Diga-se que ambas têm um aspecto gráfico excelente, curiosamente com o mesmo número de páginas, vinte. Se os prazos de saída se cumprirem, o mês de Maio trará o quarto número do Boletim Evoliano, que é quadrimestral, e o segundo da Identitário, que é trimestral.
O número em questão do Boletim Evoliano é o terceiro, considerando o número zero. Nele continua a divulgação do pensamento e da obra de Julius Evola, acrescido de dois textos de Eduard Alcântara, mostrando aspectos pouco conhecidos da vida de Evola.
Julius Evola continua pouco conhecido fora de certos grupos que nele encontram o Mestre para o seu Pensamento e Acção. Com esta revista procura-se que se alargue o conhecimento de uma personalidade impar na Cultura Europeia.
O primeiro número da Identitário é constituído por um conjunto de textos que procuram explicar a génese deste pensamento e explicitar a sua doutrina. Seis capítulos formam o corpo da revista, começando pelo Nacional, seguindo pelo Internacional, Vida Associativa, Cultura, Entrevista e culminando com Teoria.
De leitura fácil, realce para a análise em «“300”: Esparta Revisitada», por J. Martins.
Diga-se que ambas têm um aspecto gráfico excelente, curiosamente com o mesmo número de páginas, vinte. Se os prazos de saída se cumprirem, o mês de Maio trará o quarto número do Boletim Evoliano, que é quadrimestral, e o segundo da Identitário, que é trimestral.
Mário
segunda-feira, abril 28, 2008
Hergé
Hergé
LES VRAIS SECRETS DE
La Licorne
En 1942, paraissait en strips quotidiens dans Le Soir volé, contrôlé par la Propaganda Abteilung, le récit original de l’extraordinaire aventure du Secret de La Licorne. Les planches seront ensuite découpées en 1943 pour réduire le nombre de cases et permettre à Casterman de sortir l'album malgré la pénurie de papier.
En 2004, en hommage aux 75 ans de Tintin, ces strips ont été republiés dans Le Soir à partir des films d’impression retrouvés à la Fondation Hergé. Les voici pour la première fois réunis dans cette intégrale du Secret de La Lícorne, au format à l'italienne, tels qu’Hergé les avait créés. A travers ces planches inédites, non retouchées, enrichies de nombreux commentaires et documents d'archives, le maître de la ligne claire touche au sommet de son art graphique et narratif.
En 1942, paraissait en strips quotidiens dans Le Soir volé, contrôlé par la Propaganda Abteilung, le récit original de l’extraordinaire aventure du Secret de La Licorne. Les planches seront ensuite découpées en 1943 pour réduire le nombre de cases et permettre à Casterman de sortir l'album malgré la pénurie de papier.
En 2004, en hommage aux 75 ans de Tintin, ces strips ont été republiés dans Le Soir à partir des films d’impression retrouvés à la Fondation Hergé. Les voici pour la première fois réunis dans cette intégrale du Secret de La Lícorne, au format à l'italienne, tels qu’Hergé les avait créés. A travers ces planches inédites, non retouchées, enrichies de nombreux commentaires et documents d'archives, le maître de la ligne claire touche au sommet de son art graphique et narratif.
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Há dias entrámos em dois leilões do ebay. Ganhámos, mas nem tudo correu como prevíramos. No primeiro, o livro ficou em 45,50 €. O preço era justo, mas depois o vendedor queria 26 € de portes. Claro que era uma exorbitância, mas porque queríamos o livro aceitámos. A seguir não queria o método usual de pagamento, pelo paypal, queria uma transferência bancária. Como a transferência era internacional, para a Bélgica, teríamos que pagar pelo serviço bancário 21,37 €. Então, o total seria 92,87 €, em que os portes, 47,37 €, eram superiores ao valor do livro. É evidente que anulámos a compra!
O segundo é “Les Vrais Secrets de La Licorne”. Aqui o vendedor, também belga, aceitava o pagamento por paypal, mas exigiu 7 € de portes. É um valor correcto, mas a verdade é que ele pagou apenas 1,28 € mais a embalagem, que em Portugal custa menos de 1 €. Assim ganhou duplamente, no livro e nos portes. Mas sempre foi mais “comedido”…
Diga-se, por fim, que “Les Vrais Secrets de La Licorne” é uma obra imprescindível na Biblioteca de qualquer Hergéniano, tal como para qualquer Tintinófilo.
O segundo é “Les Vrais Secrets de La Licorne”. Aqui o vendedor, também belga, aceitava o pagamento por paypal, mas exigiu 7 € de portes. É um valor correcto, mas a verdade é que ele pagou apenas 1,28 € mais a embalagem, que em Portugal custa menos de 1 €. Assim ganhou duplamente, no livro e nos portes. Mas sempre foi mais “comedido”…
Diga-se, por fim, que “Les Vrais Secrets de La Licorne” é uma obra imprescindível na Biblioteca de qualquer Hergéniano, tal como para qualquer Tintinófilo.
Mário
IX Feria del Libro de Cáceres
Decorre até 4 de Maio a IX Feria del Libro de Cáceres. Visitámo-la. O tempo convidava a uma visita a Cáceres, cujo Centro Historio merece ser percorrido, e com o interesse acrescido pela feira do Livro, fácil foi não resistir.
Não é uma feira que tenha muitos livros, mas mistura o novo com o antigo.
Destes tivemos a oportunidade de encontrar “El Ranacimiento” do Conde Gobineau. Divide-se em cinco partes cujos títulos auguram uma leitura interessantíssima. São, Savonarola, César Bórgia, Júlio César, Leão X e Miguel Ângelo.
Um outro é de Vintila Horia, com o título “Informe último sobre el Reino H”. É composto por três contos, o primeiro dá o título ao livro, enquanto os outros são “Humo en el cielo”, “El monstruo”, “Claviceps purpúrea” e “Crónica de una torre y de la sombra”.
Leituras para o bom tempo que se avizinha.
sábado, abril 26, 2008
Crónica de Nenhures
capa / 22-04-08
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A capa que nunca existiu
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Já não é do nosso tempo. Mas continuamos a ouvir o seu nome aos mais velhos. Também sabemos que há coisa de meia dúzia de anos morreu a sua última Menina. Esta ficara e casara por cá. Todos a respeitavam. Conhecíamo-la de vista, e hoje quando nos cruzamos cumprimentamos o Viúvo. Este era empregado do Jorge Arranhado e adepto ferrenho do outro Clube, o “inimigo”, o Estrela. É uma pessoa amável e está no Lar da Santa Casa da Misericórdia.
Maria da Estrela tinha uma Casa de Meninas na Rua de São Lourencinho, onde segundo os doutos historiadores do burgo foi a Judiaria. Quando a Lei proibiu esta actividade rendosa, já era tarde para Maria da Estrela mudar de ramo. Mas a fama de pessoa séria e casa de boa clientela e de excelente qualidade ficou. Ainda hoje, quando se refere o nome de Maria da Estrela, há um sinal de respeito, o qual era o cartão-de-visita da Casa.
Quando passamos pela Rua de São Lourencinho, e passamos à porta da Casa, porque também há muito que nos disseram onde era essa Casa de Saudosa Memória, tentamos imaginar como seriam aqueles tempos. Burgueses disputariam as Meninas. Lavradores das redondezas teriam a sua Menina por conta. Quantas histórias nos contaram de gente que quando vinha à Cidade em dia de Mercado ou de Feira não perdia o hábito de visitar a Maria da Estrela!
A discrição de Maria da Estrela era condição para que o negócio prosperasse. E prosperava! Mas uma Lei do Salazarismo acabou com um Arte tão antiga como o Mundo.
Maria da Estrela continuou a receber em sua Casa os Amigos, que nunca se conformaram com o facto. Porém, tudo já era diferente. As Meninas já não precisavam de ir ao médico, como antes semanalmente, a rotina da vida alterou do dai para a noite. Mas os outros, os anteriores tempos eram tempos mais saudáveis, mais puros, mais verdadeiros.
E o tempo foi passando. O nome de Maria da Estrela continuou respeitado. Mas nunca nenhuma Comunicação Social se interessou pela sua História de Vida. Morreu no anonimato. Nunca teve uma notícia a seu respeito num qualquer pasquim, e, claro, nunca a sua fotografia apareceu numa primeira página. E merecia. Fez mais por Portalegre que a grande maioria daqueles a quem o nome foi dado a uma Rua da Cidade. Que ninguém duvide!
Maria da Estrela é um ícone de Portalegre da primeira metade do século XX. Merece ser lembrada.
Maria da Estrela tinha uma Casa de Meninas na Rua de São Lourencinho, onde segundo os doutos historiadores do burgo foi a Judiaria. Quando a Lei proibiu esta actividade rendosa, já era tarde para Maria da Estrela mudar de ramo. Mas a fama de pessoa séria e casa de boa clientela e de excelente qualidade ficou. Ainda hoje, quando se refere o nome de Maria da Estrela, há um sinal de respeito, o qual era o cartão-de-visita da Casa.
Quando passamos pela Rua de São Lourencinho, e passamos à porta da Casa, porque também há muito que nos disseram onde era essa Casa de Saudosa Memória, tentamos imaginar como seriam aqueles tempos. Burgueses disputariam as Meninas. Lavradores das redondezas teriam a sua Menina por conta. Quantas histórias nos contaram de gente que quando vinha à Cidade em dia de Mercado ou de Feira não perdia o hábito de visitar a Maria da Estrela!
A discrição de Maria da Estrela era condição para que o negócio prosperasse. E prosperava! Mas uma Lei do Salazarismo acabou com um Arte tão antiga como o Mundo.
Maria da Estrela continuou a receber em sua Casa os Amigos, que nunca se conformaram com o facto. Porém, tudo já era diferente. As Meninas já não precisavam de ir ao médico, como antes semanalmente, a rotina da vida alterou do dai para a noite. Mas os outros, os anteriores tempos eram tempos mais saudáveis, mais puros, mais verdadeiros.
E o tempo foi passando. O nome de Maria da Estrela continuou respeitado. Mas nunca nenhuma Comunicação Social se interessou pela sua História de Vida. Morreu no anonimato. Nunca teve uma notícia a seu respeito num qualquer pasquim, e, claro, nunca a sua fotografia apareceu numa primeira página. E merecia. Fez mais por Portalegre que a grande maioria daqueles a quem o nome foi dado a uma Rua da Cidade. Que ninguém duvide!
Maria da Estrela é um ícone de Portalegre da primeira metade do século XX. Merece ser lembrada.
Viva a Maria da Estrela!
Mário Casa Nova Martins
O Sexo dos Anjos e Vintila Horia
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Manuel Azinhal lembrou Vintila Horia a propósito de um Lugar a ele dedicado. Aproveitou também para lembrar a importância de três das suas obras com edição em Portugal, se bem que há muito esgotadas.
Como a Manuel Azinhal, para nós também nos ajudaram a “crescer” enquanto Pessoa, daí trazer as suas capas, para que sejam recordadas.
Juntamos um opúsculo de João Bigotte Chorão. Nele fala-se do Autor e da Obra, e continua a ser uma excelente introdução ao Pensamento de Vintila Horia.
Como a Manuel Azinhal, para nós também nos ajudaram a “crescer” enquanto Pessoa, daí trazer as suas capas, para que sejam recordadas.
Juntamos um opúsculo de João Bigotte Chorão. Nele fala-se do Autor e da Obra, e continua a ser uma excelente introdução ao Pensamento de Vintila Horia.
MM
sexta-feira, abril 25, 2008
Desabafos
No âmbito do Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados, mais de cinco mil famílias (5.524) portuguesas, num total de 16.531 pessoas, receberam em 2007 ajuda alimentar fornecida pela AMI - Assistência Médica Internacional. Este valor é mais do dobro dos agregados apoiados em 2006 (2.434), enquanto representa o triplo das pessoas.
Ao abrigo deste programa, a AMI distribuiu 488 toneladas de alimentos em 2007. Contudo, em 2006 tinham sido 530 toneladas, o que mostra uma diminuição de bens atribuídos, cabendo desta forma menos bens por pessoa. Também frequentaram os equipamentos de oito Centros Porta Amiga do país 7.386 pessoas, o que corresponde a mais 11 por cento do que em 2006.
Ainda segundo dados desta organização, o universo em análise é de uma população maioritariamente portuguesa (79 por cento) que reside maioritariamente na área geográfica da Grande Lisboa. Dos utentes sem-abrigo, 24 por cento são mulheres - mais 11 por cento do que em 1999. E estes números não incluem dois abrigos nocturnos e um centro social que só abriram no final de 2007.
A estatística mostra que em média aparecem nestes centros cerca de 2.800 novos casos de pobreza por ano. As mulheres são as mais afectadas, representando 53 por cento das pessoas que procuram apoio. As causas principais apontadas são o desemprego, a monoparentalidade e a violência doméstica. Os principais motivos referidos por quem procura este auxílio estão relacionados com a precariedade financeira (87 por cento) e o desemprego (40 por cento). E o que os utentes procuram é sobretudo apoio social para iniciar um novo projecto de vida e géneros alimentares.
Este conjunto de dados merece cuidada análise, enquanto Organizações como a AMI têm que ter o maior apoio possível dos portugueses.
Ao abrigo deste programa, a AMI distribuiu 488 toneladas de alimentos em 2007. Contudo, em 2006 tinham sido 530 toneladas, o que mostra uma diminuição de bens atribuídos, cabendo desta forma menos bens por pessoa. Também frequentaram os equipamentos de oito Centros Porta Amiga do país 7.386 pessoas, o que corresponde a mais 11 por cento do que em 2006.
Ainda segundo dados desta organização, o universo em análise é de uma população maioritariamente portuguesa (79 por cento) que reside maioritariamente na área geográfica da Grande Lisboa. Dos utentes sem-abrigo, 24 por cento são mulheres - mais 11 por cento do que em 1999. E estes números não incluem dois abrigos nocturnos e um centro social que só abriram no final de 2007.
A estatística mostra que em média aparecem nestes centros cerca de 2.800 novos casos de pobreza por ano. As mulheres são as mais afectadas, representando 53 por cento das pessoas que procuram apoio. As causas principais apontadas são o desemprego, a monoparentalidade e a violência doméstica. Os principais motivos referidos por quem procura este auxílio estão relacionados com a precariedade financeira (87 por cento) e o desemprego (40 por cento). E o que os utentes procuram é sobretudo apoio social para iniciar um novo projecto de vida e géneros alimentares.
Este conjunto de dados merece cuidada análise, enquanto Organizações como a AMI têm que ter o maior apoio possível dos portugueses.
quinta-feira, abril 24, 2008
Dias que Voam
A T fez-me uma surpresa nos Dias que Voam. “Descobriu” um mapa de um circuito que marcou uma época para as gentes de Portalegre.
A “volta à serra” era um prazer que os portalegrenses cultivavam. Hoje já assim não é, mas mantém-se a beleza daqueles campos.
Como agradecimento, e tendo em conta o facto de a T ter a paixão pelos Livros, que também assumo, trago uma fotografia do lugar onde de certeza a T irá em finais de Maio, princípios de Junho, a Feira do Livro de Lisboa!
Bem-Haja T.
Beijo.
A “volta à serra” era um prazer que os portalegrenses cultivavam. Hoje já assim não é, mas mantém-se a beleza daqueles campos.
Como agradecimento, e tendo em conta o facto de a T ter a paixão pelos Livros, que também assumo, trago uma fotografia do lugar onde de certeza a T irá em finais de Maio, princípios de Junho, a Feira do Livro de Lisboa!
Bem-Haja T.
Beijo.
Mário
quarta-feira, abril 23, 2008
Dia Mundial do Livro
Hoje é o Dia Mundial do Livro. Segundo dados estatísticos, foram vendidos em Portugal no ano transacto 13,5 milhões de livros, o que, considerando nove milhões de portugueses, dá a média de um livro e meio por cada um.
Ora sabendo-se que o hábito da leitura está em declínio, é fácil inferir que para se assistir a este volume de vendas, que o restrito grupo dos Leitores, comprou um alto número de livros durante o ano de 2007.
Para celebrar este dia, lembramos um livro que lemos lá por 1973. À época a sua leitura não nos deixou indiferente.
Ora sabendo-se que o hábito da leitura está em declínio, é fácil inferir que para se assistir a este volume de vendas, que o restrito grupo dos Leitores, comprou um alto número de livros durante o ano de 2007.
Para celebrar este dia, lembramos um livro que lemos lá por 1973. À época a sua leitura não nos deixou indiferente.
Em resumo, e recorrendo à própria apresentação do editor:
_ O denso e sufocante romance que agora se publica é talvez a obra mais significativa de Pinget e aquela que consagrou o seu nome no panorama da moderna literatura francesa, sobretudo no movimento do nouveu roman, sendo justamente colocado a par de escritores como Robbe-Grillet, Michel Butor, Claude Simon, Marguerite Duras, e outros.
Através de um estilo poderoso, barroco em muitos aspectos, Pinget cria o ambiente asfixiante de um velho casarão onde o que acontece (ou aconteceu) é agora narrado pelo Mordomo, que explica «tudo» o que ali se passou.
Assim, o romance constrói-se lentamente, pelas perguntas e respostas que surgem num diálogo ininterrupto, martelado e exaustivo, com toda a gama de pormenores, descrição de personagens e palavras, de pessoas e locais de uma paisagem vazia, sim, mas sintomática para destruição de antigos mitos e preconceitos sociais.
A memória do Mordomo é o elemento narrativo que sobressai neste belo e difícil romance de Robert Pinget.
Que se passa (ou passou) para justificar o longo interrogatório a que é submetido o Mordomo?
Lido o romance até ao fim, sabe depois o leitor a intenção e o sentido literário que o autor de O Garoto quis dar à sua obra – um livro difícil, sim, mas na verdade uma das obras mais notáveis da literatura contemporânea.
O Interrogatório (L'Inquisitoire, Paris, Ed. de Minuit, 1962)
Robert Pinget
Editora Ulisseia Limitada, Fevereiro de 1969
editora ulisseia - série literária - 89
_ O denso e sufocante romance que agora se publica é talvez a obra mais significativa de Pinget e aquela que consagrou o seu nome no panorama da moderna literatura francesa, sobretudo no movimento do nouveu roman, sendo justamente colocado a par de escritores como Robbe-Grillet, Michel Butor, Claude Simon, Marguerite Duras, e outros.
Através de um estilo poderoso, barroco em muitos aspectos, Pinget cria o ambiente asfixiante de um velho casarão onde o que acontece (ou aconteceu) é agora narrado pelo Mordomo, que explica «tudo» o que ali se passou.
Assim, o romance constrói-se lentamente, pelas perguntas e respostas que surgem num diálogo ininterrupto, martelado e exaustivo, com toda a gama de pormenores, descrição de personagens e palavras, de pessoas e locais de uma paisagem vazia, sim, mas sintomática para destruição de antigos mitos e preconceitos sociais.
A memória do Mordomo é o elemento narrativo que sobressai neste belo e difícil romance de Robert Pinget.
Que se passa (ou passou) para justificar o longo interrogatório a que é submetido o Mordomo?
Lido o romance até ao fim, sabe depois o leitor a intenção e o sentido literário que o autor de O Garoto quis dar à sua obra – um livro difícil, sim, mas na verdade uma das obras mais notáveis da literatura contemporânea.
O Interrogatório (L'Inquisitoire, Paris, Ed. de Minuit, 1962)
Robert Pinget
Editora Ulisseia Limitada, Fevereiro de 1969
editora ulisseia - série literária - 89
terça-feira, abril 22, 2008
Crónica de Nenhures
Parece que o “País dos Laranjas” está mais sossegado. É que D. Sebastião regressou de Alcácer-Quibir!
Depois de se ter tornado famosa, primeiro no Ministério da Educação, onde com arrogância tratou os Professores como se de meros números se tratassem, e depois como Ministro de Estado e das Finanças, onde a par da mesma arrogância se permitiu ao remarque do “nunca tenho dúvidas e raramente me engano”, eis que em final de temporal, recorde-se que faz o anuncio um dia depois de um fim-de-semana com um tempo de frio, chuva e nevoeiro…, como que ressuscita.
A “Dama de Ferro à portuguesa” há muito que estava arrecadada no baú das Gloriosas Memórias do Cavaquismo. O bafio era insuportável. Havia que fazer qualquer coisa. É verdade que de quando em vez era arejada, sempre que a Laranjolândia entrava em mais uma crise. E esse arejamento traduzia-se na ameaça de voltar dos quintos dos infernos para domesticar a arraia-miúda, vulgo populistas, que “levantava a grimpa” e destabilizava a paz e a harmonia do Admirável Mundo Cavaquista.
Desta vez a crise no Cavaquistão era tão grande, que não havia outro remédio senão trazê-la à luz do dia. Aproximavam-se dias de grandes decisões, vulgo feitura das listas a Deputados à Assembleia da República, e era preciso não deixar que os Outros arrebanhassem os melhores lugares, isto é, os de eleição certa, porque a derrota é mais do que garantida.
Assim, os Notáveis lá foram ter com a Velha Senhora, que contrafeita teve que aceitar.
Agora sim. O Futuro apresenta-se radioso. Com Aníbal em Belém e Manuela, a Delfim, em São Bento, o Hidromel vai jorrar com abundância!
PS – No serão em Casa da Senhora, entre os convivas estava o Maoísta da Marmeleira. Mau sinal! …
Depois de se ter tornado famosa, primeiro no Ministério da Educação, onde com arrogância tratou os Professores como se de meros números se tratassem, e depois como Ministro de Estado e das Finanças, onde a par da mesma arrogância se permitiu ao remarque do “nunca tenho dúvidas e raramente me engano”, eis que em final de temporal, recorde-se que faz o anuncio um dia depois de um fim-de-semana com um tempo de frio, chuva e nevoeiro…, como que ressuscita.
A “Dama de Ferro à portuguesa” há muito que estava arrecadada no baú das Gloriosas Memórias do Cavaquismo. O bafio era insuportável. Havia que fazer qualquer coisa. É verdade que de quando em vez era arejada, sempre que a Laranjolândia entrava em mais uma crise. E esse arejamento traduzia-se na ameaça de voltar dos quintos dos infernos para domesticar a arraia-miúda, vulgo populistas, que “levantava a grimpa” e destabilizava a paz e a harmonia do Admirável Mundo Cavaquista.
Desta vez a crise no Cavaquistão era tão grande, que não havia outro remédio senão trazê-la à luz do dia. Aproximavam-se dias de grandes decisões, vulgo feitura das listas a Deputados à Assembleia da República, e era preciso não deixar que os Outros arrebanhassem os melhores lugares, isto é, os de eleição certa, porque a derrota é mais do que garantida.
Assim, os Notáveis lá foram ter com a Velha Senhora, que contrafeita teve que aceitar.
Agora sim. O Futuro apresenta-se radioso. Com Aníbal em Belém e Manuela, a Delfim, em São Bento, o Hidromel vai jorrar com abundância!
PS – No serão em Casa da Senhora, entre os convivas estava o Maoísta da Marmeleira. Mau sinal! …
MM
segunda-feira, abril 21, 2008
Crónica de Nenhures
Passa hoje um ano sobre o regresso de Paulo Sacadura Cabral Portas à liderança do CDS. É uma efeméride que não trás nada de novo ou de positivo à Direita em Portugal. O CDS continua a definhar nas sondagens. O Partido e o líder não conseguem tornar-se alternativa à Esquerda que está no Poder.
Mas há um ano a situação do CDS ainda era pior, com José Ribeiro e Castro. Sem perfil para liderar o CDS, conseguiu no seu curto consulado, transformar o Partido num “cadáver anunciado”. Sem carisma, sem apoio das bases, limitou-se a fazer uma má gestão do Bem que lhe chegara às mãos, em “bandeja” por Maria José Nogueira Pinto, que nunca perdoara a traição de Telmo Correia quando ela foi candidata à liderança em Braga, no estertor do monteirismo.
Para uns, o regresso de Paulo Portas foi extemporâneo. Para outros não fazia sentido, “a água nunca corre duas vezes por debaixo da mesma ponto”, e para justificar este ditado popular lembrava-se a “segundo vida” de Diogo Freitas do Amaral à frente do CDS, um descalabro.
Pensámos e defendemos que Paulo Portas era o “mal menor”, e hoje continuamos assim a pensar. A nossa ideia pressupunha que durante este tempo se fossem criando condições para uma reestruturação partidária do espaça da Direita. Todavia tal não veio a acontecer, pelo contrário, hoje a Direita está mais “órfã” que nunca nesta Terceira República!
E a vitória dos Socialistas, novamente com maioria absoluta nas eleições legislativas do próximo ano, vai elevar à máxima potência o patético que será a guerra dentro da Direita, cujo exemplo é o que se passa hoje no maior partido da Oposição, o PSD.
O PNR vai subindo em votos, embora ultimamente ande sem intervenção pública, o que lhe retira visibilidade mediática. Pergunta-se se o PND e Manuel Monteiro ainda existem politicamente, já que eleitoralmente não têm consistência. E a mesma pergunta quanto ao PPM. O PSD trava uma luta que o vai levar a mais uma derrota eleitoral. E o CDS não consegue “chegar” junto dos Portugueses.
Paulo Portas não vai ganhar a sua “última batalha”, como se previra. Mas também nunca ganhou nenhuma eleição em que participou enquanto líder. O CDS vem perdendo votos e mandatos, como se num plano inclinado se movimentasse.
Mas há um ano a situação do CDS ainda era pior, com José Ribeiro e Castro. Sem perfil para liderar o CDS, conseguiu no seu curto consulado, transformar o Partido num “cadáver anunciado”. Sem carisma, sem apoio das bases, limitou-se a fazer uma má gestão do Bem que lhe chegara às mãos, em “bandeja” por Maria José Nogueira Pinto, que nunca perdoara a traição de Telmo Correia quando ela foi candidata à liderança em Braga, no estertor do monteirismo.
Para uns, o regresso de Paulo Portas foi extemporâneo. Para outros não fazia sentido, “a água nunca corre duas vezes por debaixo da mesma ponto”, e para justificar este ditado popular lembrava-se a “segundo vida” de Diogo Freitas do Amaral à frente do CDS, um descalabro.
Pensámos e defendemos que Paulo Portas era o “mal menor”, e hoje continuamos assim a pensar. A nossa ideia pressupunha que durante este tempo se fossem criando condições para uma reestruturação partidária do espaça da Direita. Todavia tal não veio a acontecer, pelo contrário, hoje a Direita está mais “órfã” que nunca nesta Terceira República!
E a vitória dos Socialistas, novamente com maioria absoluta nas eleições legislativas do próximo ano, vai elevar à máxima potência o patético que será a guerra dentro da Direita, cujo exemplo é o que se passa hoje no maior partido da Oposição, o PSD.
O PNR vai subindo em votos, embora ultimamente ande sem intervenção pública, o que lhe retira visibilidade mediática. Pergunta-se se o PND e Manuel Monteiro ainda existem politicamente, já que eleitoralmente não têm consistência. E a mesma pergunta quanto ao PPM. O PSD trava uma luta que o vai levar a mais uma derrota eleitoral. E o CDS não consegue “chegar” junto dos Portugueses.
Paulo Portas não vai ganhar a sua “última batalha”, como se previra. Mas também nunca ganhou nenhuma eleição em que participou enquanto líder. O CDS vem perdendo votos e mandatos, como se num plano inclinado se movimentasse.
MM
O Inferno na Luz
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No espaço de dez dias, de uma sexta-feira a domingo, o Sport Lisboa e Benfica averbou três derrotas. Marcou 3 golos e sofreu 10!
E nada a dizer quanto a arbitragens. E nada a dizer quando à justeza das vitórias dos três adversários do SLB. E nada a contestar seja o que for, a não ser que o Benfica é uma Instituição à deriva, sem líder, sem futuro.
Também queremos aqui deixar uma palavra de Solidariedade a Todos os Benfiquistas que ultimamente têm sido vítimas de violência policial, por defenderem o Sport Lisboa e Benfica.
A Direcção do Sport Lisboa e Benfica, presidida por Luís Filipe Vieira, ultimamente é useira e vezeira em chamar o Corpo de Intervenção da Polícia de Segurança Pública, para que este, pela força das bastonadas, cale a Voz dos Benfiquistas!
Quando sente a mais pequena manifestação de desagrado pelo estado actual do Clube, Luís Filipe Vieira não olha a meios para calar quem tem opinião diferente da institucional. Primeiro insultava quem tinha opinião contrária à sua, agora “acrescentou-lhe” a violência. Nunca tal se vira no Sport Lisboa e Benfica!
Que Todos os Benfiquistas se unam em volta dos Símbolos do Sport Lisboa e Benfica, e que Todos lutem para que esta gente que desgoverna o SLB seja afastada. O primeiro passo é a realização de uma Assembleia-Geral, e o segundo, após marcação de eleições intercalares, é a procura de Gente Série e Credível, e claro que seja do Sport Lisboa e Benfica, para que traga de volta a Mística!
E nada a dizer quanto a arbitragens. E nada a dizer quando à justeza das vitórias dos três adversários do SLB. E nada a contestar seja o que for, a não ser que o Benfica é uma Instituição à deriva, sem líder, sem futuro.
Também queremos aqui deixar uma palavra de Solidariedade a Todos os Benfiquistas que ultimamente têm sido vítimas de violência policial, por defenderem o Sport Lisboa e Benfica.
A Direcção do Sport Lisboa e Benfica, presidida por Luís Filipe Vieira, ultimamente é useira e vezeira em chamar o Corpo de Intervenção da Polícia de Segurança Pública, para que este, pela força das bastonadas, cale a Voz dos Benfiquistas!
Quando sente a mais pequena manifestação de desagrado pelo estado actual do Clube, Luís Filipe Vieira não olha a meios para calar quem tem opinião diferente da institucional. Primeiro insultava quem tinha opinião contrária à sua, agora “acrescentou-lhe” a violência. Nunca tal se vira no Sport Lisboa e Benfica!
Que Todos os Benfiquistas se unam em volta dos Símbolos do Sport Lisboa e Benfica, e que Todos lutem para que esta gente que desgoverna o SLB seja afastada. O primeiro passo é a realização de uma Assembleia-Geral, e o segundo, após marcação de eleições intercalares, é a procura de Gente Série e Credível, e claro que seja do Sport Lisboa e Benfica, para que traga de volta a Mística!
MM
O Público e o Cónego Melo
Só há pouco liguei o computador, pelo só agora soube que o João Melo tinha lido no jornal Público de ontem, domingo dia 20, a transcrição do meu Postal sobre a morte do Cónego Melo. Agradeço-lhe o que escreveu. Mas aquela frase é indiscutivelmente sinónima de Amizade.
Por cá, foi um outro Amigo que me chamou à atenção para o facto.
Mas o importante é que a Memória do Cónego Melo tem quem a defenda. Quem não esqueça que a Ele devemos muito da Liberdade que hoje desfrutamos. E, também, quem não receie estar contra-a-corrente!
Por cá, foi um outro Amigo que me chamou à atenção para o facto.
Mas o importante é que a Memória do Cónego Melo tem quem a defenda. Quem não esqueça que a Ele devemos muito da Liberdade que hoje desfrutamos. E, também, quem não receie estar contra-a-corrente!
Mário Casa Nova Martins
domingo, abril 20, 2008
Corto Maltese
Corto Maltese
Um dia queria como ele ser
Umas mil aventuras viver
Outras tantas mulheres amar
Mas só por uma me apaixonar!
Ser um marinheiro a valer
Pelos portos do mundo passar
Em cada um uma paixão ter
Mas nela continuar a pensar!
Em Buenos Aires tango dançaria
Em Lisboa o fado cantar
Enquanto esperaria.
Pela vida fora
Por ela tudo faria
Porque amo Pandora!
Mário Casa Nova Martins
sábado, abril 19, 2008
Eduardo Melo Peixoto
No imaginário anti-comunista em Portugal figurará sempre Eduardo Melo Peixoto. Figura da Igreja, ganhou notoriedade quando do denominado o Verão Quente de 1975, que culminaria com o golpe contra-revolucionário de 25 de Novembro. A ele se fica a dever a contra-ofensiva dos sectores democráticos do Norte contra a extrema-esquerda liderada pelo Partido Comunista Português.
Este episódio na recheada vida desta Figura impar da Igreja católica portuguesa, marcou para sempre a biografia do Cónego Melo. Para nós é uma Referência.
Que descanse em Paz.
Este episódio na recheada vida desta Figura impar da Igreja católica portuguesa, marcou para sempre a biografia do Cónego Melo. Para nós é uma Referência.
Que descanse em Paz.
Mário Casa Nova Martins
sexta-feira, abril 18, 2008
Coimbra
Feira do Livro de Coimbra
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De 18-04-2008 a 03-05-2008
De 18-04-2008 a 03-05-2008
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Praça da República
Praça da República
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Segunda, terça, quarta, quinta, sexta e domingo das 15h00 às 23h00
Sábado das 15h00 às 00h00 (e véspera de feriados)
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Coimbra - Samaritana
Desabafos
A cidade e o concelho de Portalegre atravessam a maior crise da sua história. Falências em todos os sectores da actividade económica marcam os anos mais recentes. Uma outrora próspera cidade industrial, com indústrias que iam dos têxteis à panificação, vê-se hoje na mais completa indigência económica.
Depois do fim da centenária indústria têxtil, em breve assistir-se-á ao fim da indústria corticeira, as mais tradicionais e antigas, enquanto uma outra que era “cartão de visita” também vai encerrar.
A Manufactura de Tapeçarias de Portalegre tornara-se conhecida em todo o mundo. A sua qualidade de fabrico era factor de vendas. A aposta em nomes de artistas plásticos consagrados, cujos trabalhos eram transpostos, foi uma estratégia correcta. Paixão da vida de um Homem, Guy Fino, cujo nome deu para um Museu onde fica para a posteridade a Memória desta arte portalegrense, não conseguiu sobreviver-lhe por muitos anos.
A sustentabilidade económica desta empresa de tipo familiar e artesanal estribava-se na existência de uma empresa a montante, do mesmo grupo económico, que lhe fornecesse o fio para os trabalhos. Mas essa empresa abriu falência, pelo que era de esperar que dificuldades surgissem no horizonte para a Manufactura de Tapeçarias de Portalegre. E assim veio a acontecer.
A par desta situação, o alto custo de uma tapeçaria esbarrou com uma crise económica mundial que retraiu a procura deste bem de luxo. A falta de encomendas, a par da não venda do stock existente, criou uma situação que vai levar ao encerramento da empresa.
Tudo o que os políticos, que não entendem de economia, fizerem para que não aconteça o fecho desta unidade fabril, é apenas adiar o inadiável. Com o maior dos pesares, se afirma que tudo o mais é demagogia.
Depois do fim da centenária indústria têxtil, em breve assistir-se-á ao fim da indústria corticeira, as mais tradicionais e antigas, enquanto uma outra que era “cartão de visita” também vai encerrar.
A Manufactura de Tapeçarias de Portalegre tornara-se conhecida em todo o mundo. A sua qualidade de fabrico era factor de vendas. A aposta em nomes de artistas plásticos consagrados, cujos trabalhos eram transpostos, foi uma estratégia correcta. Paixão da vida de um Homem, Guy Fino, cujo nome deu para um Museu onde fica para a posteridade a Memória desta arte portalegrense, não conseguiu sobreviver-lhe por muitos anos.
A sustentabilidade económica desta empresa de tipo familiar e artesanal estribava-se na existência de uma empresa a montante, do mesmo grupo económico, que lhe fornecesse o fio para os trabalhos. Mas essa empresa abriu falência, pelo que era de esperar que dificuldades surgissem no horizonte para a Manufactura de Tapeçarias de Portalegre. E assim veio a acontecer.
A par desta situação, o alto custo de uma tapeçaria esbarrou com uma crise económica mundial que retraiu a procura deste bem de luxo. A falta de encomendas, a par da não venda do stock existente, criou uma situação que vai levar ao encerramento da empresa.
Tudo o que os políticos, que não entendem de economia, fizerem para que não aconteça o fecho desta unidade fabril, é apenas adiar o inadiável. Com o maior dos pesares, se afirma que tudo o mais é demagogia.
BigMac
Como se costuma dizer, hoje já ganhei o dia.
Depois de meses de ausência, tive o agradabilíssimo prazer da visita do meu Amigo BigMac.
De um humor refinado, Benfiquista dos sete costados, é com o maior prazer que o saúdo.
Forte Abraço, Caríssimo!
Depois de meses de ausência, tive o agradabilíssimo prazer da visita do meu Amigo BigMac.
De um humor refinado, Benfiquista dos sete costados, é com o maior prazer que o saúdo.
Forte Abraço, Caríssimo!
Mário
quinta-feira, abril 17, 2008
Crónica de Nenhures
Nem o mais ferrenho anti-Benfiquista alguma vez imaginou o triste penar em que caiu o Sport Lisboa e Benfica. A vergonha enche os corações dos Benfiquistas por esse Mundo fora. Vergonha não por o SLB ter sido eliminado das provas por eliminatórias, ou ter perdido o objectivo principal que era vencer a Primeira Liga. Vergonha pela estado calamitoso em que se encontra o Clube dirigido por Luís Filipe Vieira!
Não se pode dizer que tudo correu mal esta época futebolística. Tudo começou a correr mal desde que o Benfica foi Campeão. Vieira assumiu como “seu” o Título. A equipa que circulou em torno do futebol sénior foi relegada para um segundo plano, e as condições que em conjunto “deram” o Título, degradaram-se e desagregaram-se, e hoje o SLB é uma Nau com um mau Timoneiro!
Como se diz na gíria futebolística, um bom Balneário é condição primordial para se alcançarem boas prestações, que no caso do SLB se traduziriam em títulos. Ora, hoje em dia pululam grupos dentro do Balneário do Estádio da Luz. Um deles, e quiçá o responsável maior do actual descalabro, é o Grupo dos Evangélicos. Liderado por Luisão e acolitado por Leo, estes jogadores são adeptos de uma Seita religiosa brasileira. A sua religiosidade, posta na forma de viver a profissão e a vida familiar, entra em choque com tão diversas mentalidades, tantas quantas as diferentes Culturas dos jogadores encarnados, verdadeira Babel de línguas, raças e credos.
Também a escolha de Fernando Chalana, para substituir o “desmotivado” Camacho, se mostrou um erro crasso. Sabendo-se o percurso de vida de Chalana, era fácil perceber que não tinha condições para liderar um grupo tão exigente. Uma vez mais a culpa principal não é dele, mas sim de quem o convidou.
Então, tudo volta ao início. O Sport Lisboa e Benfica não tem líder à altura. Enquanto Luís Filipe Vieira estiver como Presidente, o “abismo mora mesmo ali ao lado”. Dito de outra forma, pelas piores razões, ninguém pára o Benfica!
Não se pode dizer que tudo correu mal esta época futebolística. Tudo começou a correr mal desde que o Benfica foi Campeão. Vieira assumiu como “seu” o Título. A equipa que circulou em torno do futebol sénior foi relegada para um segundo plano, e as condições que em conjunto “deram” o Título, degradaram-se e desagregaram-se, e hoje o SLB é uma Nau com um mau Timoneiro!
Como se diz na gíria futebolística, um bom Balneário é condição primordial para se alcançarem boas prestações, que no caso do SLB se traduziriam em títulos. Ora, hoje em dia pululam grupos dentro do Balneário do Estádio da Luz. Um deles, e quiçá o responsável maior do actual descalabro, é o Grupo dos Evangélicos. Liderado por Luisão e acolitado por Leo, estes jogadores são adeptos de uma Seita religiosa brasileira. A sua religiosidade, posta na forma de viver a profissão e a vida familiar, entra em choque com tão diversas mentalidades, tantas quantas as diferentes Culturas dos jogadores encarnados, verdadeira Babel de línguas, raças e credos.
Também a escolha de Fernando Chalana, para substituir o “desmotivado” Camacho, se mostrou um erro crasso. Sabendo-se o percurso de vida de Chalana, era fácil perceber que não tinha condições para liderar um grupo tão exigente. Uma vez mais a culpa principal não é dele, mas sim de quem o convidou.
Então, tudo volta ao início. O Sport Lisboa e Benfica não tem líder à altura. Enquanto Luís Filipe Vieira estiver como Presidente, o “abismo mora mesmo ali ao lado”. Dito de outra forma, pelas piores razões, ninguém pára o Benfica!
MM
quarta-feira, abril 16, 2008
Centenário de António Lopes Ribeiro
António Lopes Ribeiro
(Lisboa, 16 de Abril de 1908 — Lisboa, 14 de Abril de 1995)
*
As ilusões antigas que embalaram
Quarenta anos da vida que vivi,
Como a Fénix lendária, remoçaram
No preciso momento em que as perdi.
Quarenta anos da vida que vivi,
Como a Fénix lendária, remoçaram
No preciso momento em que as perdi.
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Morrem?... Renascem; não me desamparam.
Como viver, ó Ilusão, sem ti,
Se aquelas que eu amei também amaram
Como viver, ó Ilusão, sem ti,
Se aquelas que eu amei também amaram
As ilusões que eu próprio construí?
.
Vivendo de ilusões nunca me iludo,
Pois sem elas a vida é um Entrudo,
Carnaval de mentiras e traições.
.
Quando uma ilusão morre às mãos do tédio,
Só se conhece um único remédio:
Só se conhece um único remédio:
Ir à procura doutras ilusões.
António Lopes Ribeiro
in, António Lopes Ribeiro, Cinemateca Nacional, 1983, pg. 69
in, António Lopes Ribeiro, Cinemateca Nacional, 1983, pg. 69
Capa & Contracapa
terça-feira, abril 15, 2008
Crónica de Nenhures
Há presentemente uma guerra entre a Igreja, neste caso a Católica, e o Estado em Portugal? A resposta, tendo em conta as últimas intervenções públicas quer do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, CEP, D. Jorge Ortiga, quer do reitor da Universidade Católica, Manuel Braga da Cruz, é afirmativa.
Se o primeiro questiona o Estado, através do Governo do Partido Socialista, sobre questões de natureza económica, nas quais diz a Igreja Católica estar a ser lesada, já o segundo refere-se ao próximo centenário da Implantação da República.
Não nos vamos imiscuir nas relações entre a CEP e o Governo, tudo não passa de questões de natureza económica, fiscal, mas vamo-nos deter na questão colocada por Braga da Cruz.
Das palavras do reitor da UC, parece que o importante no dia 5 de Outubro de 1910 não foi a mudança de Regime, mas sim o início de uma perseguição à Igreja Católica. Desta forma, parece que o que vigorava em Portugal não era uma Monarquia mas uma Teocracia da Igreja Católica.
É verdade que a História da Primeira República não pode ser feita sem que nela esteja um capítulo, com muitas páginas, que narre as perseguições que a Igreja Católica sofreu naquele período. Mas a vivência da Primeira República cujo expoente máximo é Afonso Costa e o Partido Republicano, depois Partido Democrático, não se resume à luta entre clericalismo e anti-clericalismo, laicismo e anti-laicismo. E a Igreja Católica não foi a única perseguida pelos furibundos Republicanos. Que o digam os Monárquicos que se mantiveram fiéis, para raiva dos “Adesivos”! E os próprios Republicanos que se opunham ao totalitarismo do partido de Afonso Costa.
Se a Igreja Católica quer dar a sua versão do que foi a Primeira República, só lhe fica bem. Contribuir para o Debate das Ideias é sempre de louvar, mas querer-se fazer passar como a entidade que representa o Regime anterior à República, não só é falso, como não lhe fica bem. O processo laicização em Portugal começa com o Primeiro Liberalismo, e continua, com a excepção do interregno do reinado de D. Miguel, até ao fim da Monarquia.
Não se percebe este “abrir de feridas” por parte da Igreja Católica. Nos tempos que correm, “guerras” entre Religião e Estado, são sempre guerras perdidas para a Religião. E neste caso, com razões de natureza económica subjacentes, ainda pior para o opinião pública, sempre tão susceptível quanto se fala em manter privilégios, para não se falar na “opinião publicada”, maioritariamente contra a Igreja.
Se o primeiro questiona o Estado, através do Governo do Partido Socialista, sobre questões de natureza económica, nas quais diz a Igreja Católica estar a ser lesada, já o segundo refere-se ao próximo centenário da Implantação da República.
Não nos vamos imiscuir nas relações entre a CEP e o Governo, tudo não passa de questões de natureza económica, fiscal, mas vamo-nos deter na questão colocada por Braga da Cruz.
Das palavras do reitor da UC, parece que o importante no dia 5 de Outubro de 1910 não foi a mudança de Regime, mas sim o início de uma perseguição à Igreja Católica. Desta forma, parece que o que vigorava em Portugal não era uma Monarquia mas uma Teocracia da Igreja Católica.
É verdade que a História da Primeira República não pode ser feita sem que nela esteja um capítulo, com muitas páginas, que narre as perseguições que a Igreja Católica sofreu naquele período. Mas a vivência da Primeira República cujo expoente máximo é Afonso Costa e o Partido Republicano, depois Partido Democrático, não se resume à luta entre clericalismo e anti-clericalismo, laicismo e anti-laicismo. E a Igreja Católica não foi a única perseguida pelos furibundos Republicanos. Que o digam os Monárquicos que se mantiveram fiéis, para raiva dos “Adesivos”! E os próprios Republicanos que se opunham ao totalitarismo do partido de Afonso Costa.
Se a Igreja Católica quer dar a sua versão do que foi a Primeira República, só lhe fica bem. Contribuir para o Debate das Ideias é sempre de louvar, mas querer-se fazer passar como a entidade que representa o Regime anterior à República, não só é falso, como não lhe fica bem. O processo laicização em Portugal começa com o Primeiro Liberalismo, e continua, com a excepção do interregno do reinado de D. Miguel, até ao fim da Monarquia.
Não se percebe este “abrir de feridas” por parte da Igreja Católica. Nos tempos que correm, “guerras” entre Religião e Estado, são sempre guerras perdidas para a Religião. E neste caso, com razões de natureza económica subjacentes, ainda pior para o opinião pública, sempre tão susceptível quanto se fala em manter privilégios, para não se falar na “opinião publicada”, maioritariamente contra a Igreja.
MM
segunda-feira, abril 14, 2008
Leilão
Quantidade e qualidade de obras de Poesia. Também manuscritos de valor. Enfim, a não perder este Leilão promovido pela Renascimento.
Nota para o facto do responsável pelo Catálogo ser José Vicente, Livraria Olisipo, sinal de qualidade.
Nota para o facto do responsável pelo Catálogo ser José Vicente, Livraria Olisipo, sinal de qualidade.
domingo, abril 13, 2008
sábado, abril 12, 2008
26.ª Volta ao Alentejo em Bicicleta
*
Cumpriu-se hoje a penúltima etapa da 26.ª Volta ao Alentejo em Bicicleta. A chegada era na Serra de São Mamede, a escasso meio quilómetro do alto da serra, onde se localiza o marco geodésico.
Estivemos lá. Mesmo sendo um sábado e com tempo agradável, isto é, não havia nem chuva, nem vento, nem frio àqueles 1025 metros de altitude, não havia muito gente. Inclusive junto à meta, onde nos encontrávamos, estava-se à vontade. Mas Portalegre é uma cidade “estranha”, pelo não estranhámos aquela falta de adesão popular a uma modalidade rainha das estradas e sabendo-se que é a única manifestação ciclista que visita a região.
Como chegámos cedo, ainda tivemos tempo de ir até ao cume, onde há anos não íamos. De lá a vista é soberba. Num dia límpido, vê-se a Serra da Estrela, e a vista alcança de todos os pontos cardeais distâncias fantásticas. Curiosamente nunca lá estivemos à noite, nem de lá alguma vez assistimos a um nascer ou pôr-do-sol. Mas deve ser um espectáculo magnífico! Verdadeira mãe-de-água, a Serra de São Mamede, integrada numa reserva florestal, está minimamente preservada.
A única “mancha negra” é a degradada Ermida de São Mamede, há muito vandalizada e que hoje apenas mantém as paredes. Na nossa juventude íamos todos os anos à Romaria de São Mamede. Lembramos a Quermesse e o Coreto onde a Banda Euterpe tocava. É com pena que dizemos que esse Tempo não vai deixar memória física.
Estivemos lá. Mesmo sendo um sábado e com tempo agradável, isto é, não havia nem chuva, nem vento, nem frio àqueles 1025 metros de altitude, não havia muito gente. Inclusive junto à meta, onde nos encontrávamos, estava-se à vontade. Mas Portalegre é uma cidade “estranha”, pelo não estranhámos aquela falta de adesão popular a uma modalidade rainha das estradas e sabendo-se que é a única manifestação ciclista que visita a região.
Como chegámos cedo, ainda tivemos tempo de ir até ao cume, onde há anos não íamos. De lá a vista é soberba. Num dia límpido, vê-se a Serra da Estrela, e a vista alcança de todos os pontos cardeais distâncias fantásticas. Curiosamente nunca lá estivemos à noite, nem de lá alguma vez assistimos a um nascer ou pôr-do-sol. Mas deve ser um espectáculo magnífico! Verdadeira mãe-de-água, a Serra de São Mamede, integrada numa reserva florestal, está minimamente preservada.
A única “mancha negra” é a degradada Ermida de São Mamede, há muito vandalizada e que hoje apenas mantém as paredes. Na nossa juventude íamos todos os anos à Romaria de São Mamede. Lembramos a Quermesse e o Coreto onde a Banda Euterpe tocava. É com pena que dizemos que esse Tempo não vai deixar memória física.
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Já não recordamos o nome do vencedor da etapa. Também lá fomos para ver os ciclistas e, claro, o Sport Lisboa e Benfica. Segundo por lá se dizia, os ciclistas adeptos do Futebol Clube do Porto, José Azevedo e Cândido Barbosa, tinham maleitas que os impediram de estar presentes. Quanto aos outros ciclistas do SLB, a sua prestação foi muito modesta. A crise do SLB estende-se a todas as Modalidades, o que reforça a ideia que o problema maior é a fraca liderança, protagonizada por Luís Filipe Vieira.