\ A VOZ PORTALEGRENSE: Crónica de Nenhures

segunda-feira, abril 21, 2008

Crónica de Nenhures

O tempo não volta para trás
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Passa hoje um ano sobre o regresso de Paulo Sacadura Cabral Portas à liderança do CDS. É uma efeméride que não trás nada de novo ou de positivo à Direita em Portugal. O CDS continua a definhar nas sondagens. O Partido e o líder não conseguem tornar-se alternativa à Esquerda que está no Poder.
Mas há um ano a situação do CDS ainda era pior, com José Ribeiro e Castro. Sem perfil para liderar o CDS, conseguiu no seu curto consulado, transformar o Partido num “cadáver anunciado”. Sem carisma, sem apoio das bases, limitou-se a fazer uma má gestão do Bem que lhe chegara às mãos, em “bandeja” por Maria José Nogueira Pinto, que nunca perdoara a traição de Telmo Correia quando ela foi candidata à liderança em Braga, no estertor do monteirismo.
Para uns, o regresso de Paulo Portas foi extemporâneo. Para outros não fazia sentido, “a água nunca corre duas vezes por debaixo da mesma ponto”, e para justificar este ditado popular lembrava-se a “segundo vida” de Diogo Freitas do Amaral à frente do CDS, um descalabro.
Pensámos e defendemos que Paulo Portas era o “mal menor”, e hoje continuamos assim a pensar. A nossa ideia pressupunha que durante este tempo se fossem criando condições para uma reestruturação partidária do espaça da Direita. Todavia tal não veio a acontecer, pelo contrário, hoje a Direita está mais “órfã” que nunca nesta Terceira República!
E a vitória dos Socialistas, novamente com maioria absoluta nas eleições legislativas do próximo ano, vai elevar à máxima potência o patético que será a guerra dentro da Direita, cujo exemplo é o que se passa hoje no maior partido da Oposição, o PSD.
O PNR vai subindo em votos, embora ultimamente ande sem intervenção pública, o que lhe retira visibilidade mediática. Pergunta-se se o PND e Manuel Monteiro ainda existem politicamente, já que eleitoralmente não têm consistência. E a mesma pergunta quanto ao PPM. O PSD trava uma luta que o vai levar a mais uma derrota eleitoral. E o CDS não consegue “chegar” junto dos Portugueses.
Paulo Portas não vai ganhar a sua “última batalha”, como se previra. Mas também nunca ganhou nenhuma eleição em que participou enquanto líder. O CDS vem perdendo votos e mandatos, como se num plano inclinado se movimentasse.
MM