\ A VOZ PORTALEGRENSE: Centenário de António Lopes Ribeiro

quarta-feira, abril 16, 2008

Centenário de António Lopes Ribeiro

António Lopes Ribeiro
(Lisboa, 16 de Abril de 1908 — Lisboa, 14 de Abril de 1995)
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As ilusões antigas que embalaram
Quarenta anos da vida que vivi,
Como a Fénix lendária, remoçaram
No preciso momento em que as perdi.
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Morrem?... Renascem; não me desamparam.
Como viver, ó Ilusão, sem ti,
Se aquelas que eu amei também amaram
As ilusões que eu próprio construí?
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Vivendo de ilusões nunca me iludo,
Pois sem elas a vida é um Entrudo,
Carnaval de mentiras e traições.
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Quando uma ilusão morre às mãos do tédio,
Só se conhece um único remédio:
Ir à procura doutras ilusões.
António Lopes Ribeiro
in, António Lopes Ribeiro, Cinemateca Nacional, 1983, pg. 69

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