\ A VOZ PORTALEGRENSE: dezembro 2008

terça-feira, dezembro 30, 2008

2009

Feliz Ano Novo!
Mário

domingo, dezembro 28, 2008

António Martinó de Azevedo Coutinho

CROMOS DA BOLA – V
(sem data, apenas na memória)
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Na última semana recordei brevemente Carlos Canário e António Bentes.
De Manuel Martelo já falei em passada crónica. Filho de uma antiga “glória” do Estrela de Portalegre (também aí guarda-redes e companheiro de Carlos Canário pelos finais dos anos 30) ele tinha ido para Évora, a fim de valorizar a equipa do Lusitano durante a época (1951-52) em que este clube rijamente disputou com o Juventude a promoção ao máximo escalão do futebol nacional.

A anterior equipa de Martelo, o Grupo Desportivo Portalegrense, foi um competidor aguerrido neste mesmo campeonato da II Divisão. No seu reduto, derrotara o Juventude e empatara (2-2) com o Lusitano. E este ponto de diferença (nessa altura a vitória era premiada com 2 pontos e o empate com 1), marcava ainda o campeonato quando se ia disputar, no Campo Estrela, um encontro decisivo da segunda volta: Lusitano de Évora - Desportivo Portalegrense.
É este episódio dramático e eticamente reprovável que hoje aqui evoco, até para que não se pense que todo o futebol dos anos 40, 50 ou 60 era aureolado por manifestações de ingénuo romantismo, como aquelas a que aludi na anterior crónica.
No dia 9 de Março de 1952 uma vibrante multidão enchia o estádio. Pelo Lusitano, para além de Martelo na baliza, batiam-se já alguns dos jogadores que também brilhariam na época seguinte, então já na Divisão maior, como Soeiro, Madeira, Valle, Paulo e Pepe. O nosso Desportivo, liderado pelo veterano e correcto Roqui, contava, entre outros, com Moreno, Robalo, Parra, Santos e Jacinto.
O árbitro, com trabalho bastante desigual de uma para outra das partes, chamava-se Libertino (sic) Domingues e, para supresa geral, o intervalo assinalava a justa vantagem do Portalegrense por 2-1, num desafio que o seu adversário tinha que vencer a todo o custo.
Eu tinha acompanhado a comitiva oficial do Desportivo, pelo que assistia, ao vivo e na bancada central, ao desespero que grassava entre os adeptos eborenses. Uma das maiores “vítimas” do seu descontrolado nervosismo colectivo era precisamente Martelo, na circunstância quase tido como um infiltrado traidor, a soldo do inimigo...

O que se passou na segunda parte é quase inenarrável. Porém, um jornalista desportivo local, Morujo Trindade, estampou a propósito n’A Voz Portalegrense uma crónica dura e corajosa que - ainda isso hoje me espanta - a Censura oficial deixou passar...
Aí ficaram relatadas algumas das violências então acontecidas num vulgar campo da bola deste país de brandos costumes, como as sucessivas provocações de Valle a Roqui que levariam à expulsão de ambos, a selvática agressão de Teixeira da Silva a Robalo, que conduziria este directamente ao hospital local e, sobretudo, a autoritária e patética intervenção final do governador civil de Évora, ao mandar prender os jogadores Roqui e Jacinto, talvez porque estes tivessem oferecido demasiada resistência desportiva ao seu clube!
Ainda a este propósito, lembrarei para sempre as públicas e firmes expressões da justa indignação por parte de alguns qualificados cidadãos portalegrenses presentes no estádio, entre os quais destaco o meu saudoso primo João José Albuquerque, que prontamente recuperariam as “vítimas” de tão lamentáveis incidentes: Roqui e Jacinto, do Governo Civil, e Robalo, do Hospital...
O resultado final - já quase me esquecia de tal pormenor! - foi de 6-2, a favor do Lusitano. Obviamente.
Martelo recompor-se-ia do sofrimento moral que lhe foi infligido nessa tarde pelos seus próprios adeptos e admiradores e contaria muitas jornadas de glória até ao tal dia aziago, em Coimbra, na época seguinte...
Ainda que isso pareça vir a despropósito, não posso esquecer aqui e agora uma proeza que, pouco tempo depois deste triste episódio, marcaria pela positiva o futebol indígena: a final do Campeonato Nacional de Júniores atingido com brilhantismo pela equipa do Desportivo Portalegrense. Obrigando o adversário -nada mais nada menos que a Académica de Coimbra - ao desempate do 1-1 inicial através de uma finalíssima, só aí foi vencida por 2-1. Tal aconteceu na Tapadinha, em Lisboa, no dia 1 de Junho desse ano de 1952, e alguns dos seus protagonistas ainda estão entre nós. Para que conste, nesta terra quase sem memória...
Quanto a Domingos Carrilho Demétrio, o popular Patalino, nunca com ele convivi directamente. Mas sempre admirei, nos campos de jogo, a sua forma elegante e mortífera de alvejar com os pés ou com a cabeça as redes contrárias.
Nasceu pobre, jogou descalço com bolas trapeiras contra outros gaiatos pelas ruas de Elvas e aí foi perseguido por zelosos polícias quando isso era “crime” público... Como aconteceu com quase todos nós. A invulgar habilidade que o distinguia levou-o, sucessivamente, ao ingresso em diversos clubes da sua terra e - imagine-se - em 1943-44 chegou até a envergar a camisola do Lanifícios de Portalegre, ao que parece apenas em dois ou três encontros. Depois de algumas vicissitudes, ingressou no Lusitano de Évora, onde se manteve entre 1952 e 1956. Chegou mesmo a internacional, embora o final da sua carreira futebolista o conduzisse a alguns clubes pouco sonantes.
Morreu em 1989 e a sua terra natal que - ao contrário de Portalegre - distingue e honra a memória dos filhos ilustres, atribuiu-lhe um lugar na toponímia local, concedeu o seu nome ao estádio da cidade e aí implantou solenemente um busto, que o perpetua como o mais famoso desportista elvense.
Aliás, já desde 1948 que estava publicada uma biografia ilustrada de Domigos Demétrio, da autoria de Azinhal Abelho, intitulada Patalino: o astro de “O Elvas”.
Canário, Bentes, Martelo e Patalino - quatro figuras ilustres, distintas no seu perfil ou no seu currículo, idênticas no destaque que merecem entre os maiores desportistas que pisaram o pó ou a relva dos estádios do Norte Alentejano, de Portugal e até do Mundo. Também iguais no lugar que ocupam na memória de muitos de nós...
O pretexto para aqui terem sido evocadas foi comum e convém lembrá-lo: o universo fascinante dos cromos da bola. Daqueles cromos da Idade da Pedra (sim, sim, da pedra ou ardósia escolar!), lambuzados q.b. quando ainda não tinham sido inventadas as assépticas estampas policromadas e autocolantes, repetidas até à exaustão no secreto interior de dourados envelopes surpresa.
Qualquer dia destes, prometo (e se o Mário consentir!) voltar às cadernetas...
António Martinó de Azevedo Coutinho
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sábado, dezembro 27, 2008

Crónica de Nenhures

O sangue jorra e a morte galopa em Terras Bíblicas. A Palestina amanheceu hoje ao som da raiva e do ódio. Israel lançou mais um grande quanto mortífero ataque, e feriu e matou indiscriminadamente.
Imparável, Israel continua o massacre de Palestinianos. Mas não se julgue que está sozinho, ou apenas acompanhado pelos EUA. Não, Israel tem aliados no Mundo Árabe, e joga politicamente nas dissensões entre Árabes.
A Jordânia é um Estado fantoche, que apenas existe para ser aliado de Israel. O Egipto depende económica e militarmente dos EUA e não tem credibilidade para mediar o conflito entre Israel e a Palestina. A Arábia Saudita é um país tão rico em petrodólares como em corrupção. O Iraque está ocupado e em guerra civil. O Líbano é uma terra em guerra civil latente. Apenas resta no xadrez do Médio Oriente a Síria e o Irão.
Irão e Síria são Estados Párias para o Ocidente. Mas neles está a réstia de esperança para que os Palestinianos venham um dia a ter a sua Terra livre para constituírem o seu Estado.
O Povo Palestiniano só terá Paz quando Israel sair dos Territórios Ocupados e a Jordânia se limitar ao espaço geográfico a que os Hashemitas têm direito.
Mas virá o dia em que o Ocidente, por força da sua Opinião Pública, não poderá apoiar mais Israel. Os Mito Fundacionais de Israel cada vez mais não passam de mitos. A História vem paulatinamente desmontando as “razões históricas” que consubstanciam a existência do Estado de Israel. O Sionismo é o grande responsável por tudo o que de mal e mau acontecerá no futuro ao Povo Israelita. Israel tem o direito à existência. O Povo Israelita tem o direito de viver em Paz e Segurança.
O Sionismo, defensor do Grande Israel, impede que o problema do Médio Oriente se resolva por fins pacíficos. Fanatismo religioso e racismo são os principais ingredientes do Sionismo, que num longíquo Tempo de Liberdade foi considerado uma forma de racismo e discriminação racial pela ONU. Foi no dia 10 de Novembro de 1975, que a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas aprovou a Resolução 3379, decretando que o sionismo é uma forma de racismo.
Mário Casa Nova Martins

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Panda Jogos

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Panda Jogos é o único grande site de jogos com 100% tráfego nacional!
Panda Jogos é um dos poucos grandes sites de jogos criados por portugueses, com tráfego inteiramente nacional e que tentam fazer frente ao poderio estrangeiro que se vive no mundo web em Portugal.

Vitória de Guimarães

Glórias do Passado
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A Paixão pelo Vitória Sport Clube, de Guimarães, e pelo Futebol

Desabafos

Todos os anos têm a sua história. Este de 2008, que está a terminar, não foge a essa regra. Porém, pela negativa, este ano ficará com mais parágrafos que anos anteriores. O ano de 2008 é um ano mau para o Mundo!
Na política, é facto político menor a certeza que a má Administração Bush cessa funções nos inícios do próximo ano, tendo em conta que ditaduras como Cuba ou Coreia do Norte continuam as suas maldades, ou, ainda, que o genocídio do povo Palestiniano caminha sem fim à vista.
Na economia, a crise da alta de preços das principais matérias-primas deu lugar ao recuo no consumo. A sua depois progressiva baixa não impediu que a especulação financeira conduzisse a uma crise com semelhanças à vivida em 1929, e que culminou com a maior fraude financeira da história, praticada pelo judeu Bernard Madoff
Contudo, o maior drama vivido em 2008 é em África. O que se passa no Zimbabué é grave, tem muito de contornos políticos e racistas, mas existindo vontade para tal é fácil solucioná-lo. Puramente racistas sãos os conflitos na zona dos Grandes Lagos. Aqui a situação está incontrolável, e a falta de interesse geopolítico pela região por parte das grandes potências, permite que os maiores crimes contra a humanidade ali sejam praticados com impunidade.
Hoje o Mundo está mais perigoso do que no início de 2008. Desemprego, fome, guerra, doenças, tomaram conta do quotidiano, e cada vez mais são a notícia que enche primeiras páginas de jornais e revistas, e são abertura de rádio e telejornais.
A Esperança é uma palavra vã. É que Deus morreu. Hoje o Mundo é só Razão. Não há lugar para a Fé.
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 26/12/08
Mário Casa Nova Martins

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Natal de 2008

Natal

Noite Bela
Noite de Amor
Nasceu o Menino
Que é Nosso Senhor.

Noite da Família
Noite de Consoada
Noite de Festa
Noite Sagrada.

A alegria é imensa
Nasceu o Salvador!
Vinde Todos visitá-Lo
Tempo de Paz e Amor.
Mário

terça-feira, dezembro 23, 2008

Natal de 2008

Um Santo Natal .
Mário

segunda-feira, dezembro 22, 2008

José Campos e Sousa

domingo, dezembro 21, 2008

António Martinó de Azevedo Coutinho

CROMOS DA BOLA – IV
(sem data, apenas na memória)
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O pretexto - em que o Mário simpaticamente me implicou - foi o dos cromos da bola. Com efeito, entendi este compromisso - gostosamente aceite - como desafio (ou provocação!?) para aqui desfiar algumas velhas e já quase esquecidas notas há muito arquivadas na memória de tempos idos.
O pior é que estas coisas da memória são como as cerejas; a gente puxa por uma e outras vêm agarradas...
Carlos Canário, António Bentes, Manuel Martelo e Domingos Demétrio “Patalino” foram aqui evocados, como legítimos representantes do futebol norte-alentejano. É claro que há outros, mas estes foram os que vieram “agarrados” aos tais cromos, ao tal pretexto original.
Como eles são parte significativa do complexo fenómeno socio-desportivo que levou gerações e gerações a gostar, a sério, do futebol, não resisto a relatar aqui, como espécie de “anexo” a esta curta série de testemunhos pessoais, algumas outras notas (ia mesmo a escrever: cerejas!)...

Tive a ventura de contactar, ao vivo, com Carlos Canário. Em finais de 1981, eu, o António Ventura e o Aurélio Bentes com ele conversámos em Portalegre, para a entrevista depois publicada no número dois da revista A Cidade. Dessa interessante conversa, também protagonizada pelo seu irmão Cristóvão, temido goleador do Desportivo, guardo ainda hoje a bela lembrança de um homem superior e, ao mesmo tempo, simples. Não vale a pena recapitular, aqui e agora, as declarações de um dos mais notáveis futebolistas do seu tempo. Basta reler o texto, acessível em qualquer biblioteca que disponha da colecção da revista (1.ª série).

Evoco, apenas, um dos títulos que destacámos: Às vezes treinávamos de relógio na mão para o treinador não se esquecer que tínhamos de ir trabalhar. Quem assim falava tinha sido jogador efectivo de um dos clubes de topo do nosso futebol, internacional consagrado e, ao mesmo tempo, vulgar empregado num armazém de mercearia...
Não restam dúvidas de que então, pela honra -autêntica- de vestir a camisola branca com riscas verdes horizontais e um leão estampado ou a camisola encarnada com uma águia sobre o coração, muita gente pagaria em vez de receber...
Carlos Canário era o médio-direito que, no meio campo, compunha o jogo que os cinco violinos dianteiros depois “tocavam”. Jogou no Sporting entre 1938 e 1951, conquistando 16 títulos e integrando dez vezes a selecção nacional. Em caso de necessidade jogava no ataque e, aí, chegou a marcar 16 golos numa só época, dos mais de 90 que contou durante os 14 anos da sua carreira no SCP.
No dia 2 de Setembro de 1951 poria termo a este percurso como futebolista profissional, mas aceitou reatá-lo no ano seguinte para substituir o lesionado Juca, a expresso pedido dos dirigentes leoninos na altura. Só arrumou definitivamente as botas, quando Juca recuperou e voltou aos relvados. Comentários para quê?
Quanto a Bentes, antes do mais uma revelação, surpreendente ou talvez não!
Em boa e rigorosa verdade, António de Deus Costa de Matos Bentes de Oliveira é natural da freguesia de S. João do Souto, Braga, onde nasceu a 29 de Agosto de 1927. A generalidade dos documentos e textos desde sempre divulgados a propósito, inclusive na Internet, consideram-no como portalegrense de gema...
Assim o chamei também, mas deliberadamente, não só porque a família, desde o “patriarca” seu avô, António Bentes de Oliveira, se fixou em Portalegre desde 1911, como sobretudo por ter sido aqui que o “rato atómico” nasceu para o futebol.
Depois desta inconfidência, eis um episódio interessante a propósito dos primeiros pontapés de Bentes no seio do futebol lagóia.
Em 1944, tinha então 17 anos, ele jogava no Desportivo, apenas em desafios particulares, pois não tinha idade oficial para integrar a equipa júnior! Quando o clube “clandestinamente” o integrou no campeonato distrital desta categoria foi logo depois “vítima” da não homologação do respectivo título, conquistado em vão...
No entanto, suprema contradição, ao ser constituída nessa mesmíssima época (1944-45) a selecção sénior de Portalegre, Bentes foi escolhido como titular efectivo, alinhando a interior esquerdo...
Com os seus 164 cm de altura, Bentes foi um gigante, na Académica de Coimbra, onde jogou desde os 18 anos. Disputou 354 jogos envergando a camisola negra e “assinou” 214 golos, pelo que é o melhor marcador de sempre da história da Briosa.
Um episódio, apenas, bastará para definir o perfil moral de António Bentes. No dia 18 de Maio de 1947, em Elvas, o árbitro lisboeta Abel Ferreira acabara de validar um “golo” da sua autoria. A bola estava bem dentro da baliza elvense, mas entrara por um buraco na rede lateral. O pseudo-marcador assume então a pronta iniciativa de esclarecer o juiz da partida, sendo o pretenso e falso golo de imediato anulado. A Académica, no final, perdeu o desafio por 3-2! Este belo gesto de Bentes valeu-lhe, da parte de amigos e admiradores, um doutoramento póstumo “honoris causa”, pela “Faculdade da Verdade Desportiva”... Repito-me: comentários para quê?
Na próxima crónica, a última da série, recordarei Martelo e Patalino.
António Martinó de Azevedo Coutinho
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sexta-feira, dezembro 19, 2008

Desabafos

Por estes dias, o CDS assiste a mais uma debandada de militantes. Este facto político pode ser tudo menos estranho neste partido. Desde a sua fundação que episódios desta natureza são cíclicos ou, melhor, sazonais. Quando o CDS deixa de estar no poder, há sempre militantes que argumentam divergências de estratégia para com o líder para saírem. Em tempo de vacas magras, é normal este comportamento.
A história desta Terceira República mostra que esses militantes que saem não são militantes de base. São quadros do CDS que devem a sua importância e mediatismo na vida pública não ao mérito, mas à escolha do líder para ocuparem cargos políticos, não dentro da estrutura do partido, mas em lugares de nomeação política, sejam eles no governo ou em organismos públicos, onde mordomias de toda a ordem são prémio para tão grande sacrifício pela Causa Pública.
O CDS tem sido uma forja de quadros para a actividade política, que depois se passam para o sector privado, sem que antes tenham deixado nos lugares que ocuparam as maiores suspeitas de favorecimento a privados, como é exemplo os casos ocorridos nos governos de Durão Barroso e Pedro Santana Lopes.
Com a abalada destes outrora tão dedicados como desinteressados militantes, assim eles se definiam no tempo das vacas gordas, nova fornada de quadros surgirá quando o CDS voltar a estar perto do poder, para virem a ocupar os então novos lugares de nomeação política.
É esta a sina e o quotidiano do CDS. Sempre renascido e a rejuvenescer, o CDS é o lugar certo, no tempo certo, para o maior oportunismo de gente sem ideologia e sem princípios.
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 19/12/08
Mário Casa Nova Martins

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Biblioteca Municipal de Portalegre

Agradecemos e Retribuímos os Votos de Boas Festas.
A Biblioteca Municipal de Portalegre é uma Casa de Saberes. Honra-nos frequentá-la.
Mário Casa Nova Martins

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Carlos Juzarte Rôlo

«Um fuzileiro no Sertão» é um livro escrito por Carlos Juzarte Rôlo, Capitão-de-mar-e-guerra reformado, e editado pela Comissão Cultural da Marinha.
Fala sobre uma expedição levada a cabo em 1769 no interior do Brasil por um fuzileiro português, Teotónio José Juzarte.
O lançamento do livro terá lugar em Lisboa, no Museu da Marinha, Pavilhão das Galeotas, hoje 17 de Dezembro e pelas 17:30 horas.
A apresentação da obra será feita pelo Prof. Doutor António Ventura.

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terça-feira, dezembro 16, 2008

Manuel André Pinheiro

Na Morte do Padre Pinheiro
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Recentemente, a propósito da Comunicação Social em Portalegre falámos do padre Manuel André Pinheiro. Depois, o dr. Mário Freire disse-nos que o padre Pinheiro estava doente. Agora soubemos que faleceu e que o seu funeral se realizou no passado fim-de-semana em Lisboa.
Conhecemos o padre Manuel André Pinheiro na Escola Secundária Mouzinho da Silveira, há cerca de década e meia. Ao tempo era o director do semanário «
O Distrito de Portalegre». Gostávamos de conversar nos intervalos das aulas e fomos criando uma Amizade que se veio a prolongar por muito tempo.
Naquele ano, pelo 1.º de Dezembro, o padre Pinheiro acompanhou-nos ao “Jantar dos Conjurados”, uma iniciativa que a então pujante Real Associação de Portalegre realizava, mas que hoje apenas existe uma memória. Foi nesse jantar que nos convidou para escrever no jornal.
Mais tarde, mal aconselhado, o padre Pinheiro incompatibilizou-se com um administrador do jornal e escreve um editorial violentíssimo onde este é atacado de forma indirecta. Por esta razão, em seguida o senhor bispo afasta-o da direcção. Foi um período doloroso para o padre Pinheiro, que foi superando a mágoa pelo acontecido com a realização de um projecto de que foi principal impulsionador e financiador, a «Jubileu», uma revista que se integrava correctamente na celebração dos quatrocentos e cinquenta anos da elevação de Portalegre a cidade e a sede de bispado. Na ficha técnica estão como seus autores Manuel André Pinheiro, João Ribeirinho Leal e Mário Martins.
A revista foi muito bem aceite pelo senhor bispo, que desde a primeira hora acompanhou e apoiou, e pela comunidade portalegrense. Contudo, gerou grande polémica em parte do clero local, que recusou que ela se integrasse nos eventos programados para a efeméride. Este facto muito desgostou o padre Pinheiro, que vira na sua iniciativa somente mais um contributo, e que nunca se quis imiscuir com as actividades que a comissão formada para o efeito tinha programado.
Esta polémica, injusta e injustificável, acentuou-se na apresentação da revista em Portalegre, no Instituto Português da Juventude. Numa sala composta, era notada a ausência de elementos da tal comissão, que ao longo da gestação da «Jubileu» não se coibiam em público de atacar o seu mentor pela iniciativa, acusando-a de divisionista e o padre Pinheiro de provocatório. Tudo o padre Pinheiro ouviu, e a tudo não respondeu. Mas faz no IPJ um discurso rude, trazendo à tona as angústias que o consumiam.
A «Jubileu» também foi apresentada em Abrantes e Castelo Branco. Na quarta cidade da diocese, Ponte de Sôr, o pároco, com palavras simpáticas, não julgou oportuna, necessária, conveniente a apresentação.
Em Abrantes, numa tarde de frio e sol, e perante a maior assistência de todas as apresentações, a «Jubileu» foi recebida com carinho e respeito. E de lá se abalou para Castelo Branco, onde numa sala literalmente cheia, e com a nossa maior perplexidade, dois cónegos da cidade fizeram um autêntico comício pró-restauração da diocese de Castelo Branco. Parecia que esse era o motivo principal do acontecimento e não a apresentação da «Jubileu».
De facto, foi em Portalegre que a apresentação foi mais fraca em termos de assistência. E era esta cidade que a revista «Jubileu» queria homenagear! A mediocridade em todo o seu esplendor.
Reformado do ensino, o padre Pinheiro continua o seu múnus na paróquia da Ribeira de Nisa, uma freguesia do conselho de Portalegre. Em paralelo começa a escrever um livro de teologia, que virá a publicar mais tarde junto com um outro de cariz mais autobiográfico. Mas cresce a conflituosidade com os seus pares, sempre mal aconselhado, e num tempo em que a saúde o obriga a uma estada em Lisboa, junto da família e para tratamento, prolonga essa permanência, ajudando numa paróquia próxima.
Todavia, continua a corresponder-se com o senhor bispo, e nas cartas mostra uma vontade forte de regressar a Portalegre. Essa vontade vai sendo adiada, e quando regressa à diocese não fica em Portalegre como gostava, mas vai para a paróquia do Sardoal, na chamada “zona do pinhal”.
É no período em que dialoga por carta com o senhor bispo que pela última vez conversámos. O padre Pinheiro telefona-nos a perguntar a nossa opinião sobre o seu hipotético regresso a Portalegre. Com a maior franqueza, e porque tínhamos dados que iam no sentido do padre Pinheiro não vir a regressar à cidade e ao seminário diocesano, dissemos-lhe que pensávamos ser ideia melhor continuar junto da família, então a Mãe estava perto dos cem anos e era também em Lisboa que estava a Irmã e os Sobrinhos.
Na altura não percebemos a irritação sentida pela nossa resposta, que ia em contrario com o desejo do regresso. E a partir daquele momento, nunca mais falámos ou vimos o padre Pinheiro. Depois ainda lhe enviámos um número da revista «Ave Azul», que entretanto saíra, e pelo Natal seguinte um cartão de Boas Festas, nunca tendo havido qualquer resposta. Temos a maior das penas que assim tivesse acontecido. Quanto lamentamos.
Depois que o
padre José Dias Heitor Patrão deixou a direcção de «O Distrito de Portalegre», e nós saimos um mês depois no mesmo momento da saída da diocese de D. Augusto César como bispo emérito, portanto já ambos não estávamos no jornal, saiu um artigo do padre Pinheiro, onde escrevia que no período em que o padre Patrão e nós estávamos em lugares de direcção, “o jornal tinha sido tomado por um grupo de aventureiros políticos”.
Que se diga que o padre Patrão sempre publicou tudo o que o padre Pinheiro enviava para «O Distrito de Portalegre», e com o maior destaque. Mas o padre Patrão e nós sabíamos e sabemos que, e uma vez mais, o padre Pinheiro andava a ser mal aconselhado. E por quem.
Com toda a verdade, o padre Pinheiro era um Homem de Bem. E Acreditava!
Quiçá o seu maior defeito era fazer fé em tudo o que lhe diziam. Desta forma, servia de “carne para canhão” nas querelas em que entrava, nunca sendo parte interessada. Tomava sempre um dos partidos e era vítima dos excessos verbais que então formalizava. Foi esta a razão do seu desterro em Lisboa.
Já no Sardoal, o padre Pinheiro viu um grande sonho realizado: a edição das suas obras. Nunca tivemos contacto com elas. Por terceiros ouvimos falar de excertos, os quais eram muito doridos.
Nunca “recuperara” da saída da direcção de «O Distrito de Portalegre» e do não regresso a Portalegre cidade.
Nesta parte final da sua vida, do Sardoal fez a ponte com Portalegre através de gente que sempre o aconselhou mal e dele se serviu. Não merecia tal sorte. Vivia em sofrimento físico e moral.
O padre Pinheiro era um Homem Bom!
Que a sua Alma descanse em Paz.
Mário Casa Nova Martins
Jubileu

domingo, dezembro 14, 2008

António Martinó de Azevedo Coutinho

CROMOS DA BOLA – III
(1952/53)
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Três anos depois, eu já não tinha idade para coleccionar, publicamente, os cromos dos caramelos. Porém, em privado, mantinha com persistência a minha “paixão” de sempre pelos quadradinhos.
Frequentava então em Évora a Escola do Magistério Primário e o contexto social e humano em que aí me integrara não aceitaria de bom grado que um jovem, quase quase professor, se dedicasse ainda a tão pueris passatempos.
Aqui, considero conveniente invocar a História dos Cromos em Portugal na defesa da minha própria honra. É que os retratos de futebolistas usados para embrulhar lambuzados rebuçados iam já caindo em desuso e este tipo de coleccionismo apenas duraria até meados da década de 50. O ano de 1952 é precisamente aquele em que, entre nós, os cromos passam a ser higienicamente apresentados no interior de “envelopes surpresa”, numa iniciativa da editora Agência Portuguesa de Revistas. O lançamento da novidade seria feito através da colecção Os Três Mosqueteiros, com reproduções de fotogramas de uma adaptação cinematográfica da obra de Alexandre Dumas. Aliás, possuo esta pioneira caderneta.
No entanto, devo aqui confessar que, clandestinamente, também coleccionei uma (e só uma!) das equipas que integraram o conjunto intitulado Caramelos Jogadores da Primeira Divisão Nacional 1952/53, editado pela infatigável Fábrica Universal.
Passo a explicar o insólito caso.
Vivi em Évora, durante os anos lectivos 1951/52 e 1952/53, a feliz coincidência de duas épocas fascinantes do futebol local, que corresponderam à luta ombro-a-ombro entre o Lusitano e o Juventude pela subida à 1.ª Divisão e, depois de ter vencido tal confronto, à estreia do Lusitano entre os “grandes” do nosso pontapé-na-bola. O onze do Juventude, campeão nacional da 3.ª Divisão na época anterior e dotado de uma equipa fantástica, onde actuava o antigo guarda-redes do Benfica, Rogério Contreiras, mais Casimiro, Lampreia, Buccheli, Pinto de Almeida, Passos ou os fabulosos irmãos Mendonça, dera uma séria e digna réplica ao seu rival da cidade... e, em boa verdade, mereceria mais a promoção!
Tornei-me então sócio do Lusitano pois, como estudante, beneficiava de vantajosas condições para frequentar dominicalmente o velho Campo Estrela, assim se denominava o airoso estádio do clube. Havia, porém, uma outra e mais poderosa razão justificativa desta minha pontual “inclinação” pelo Lusitano, chamada Manuel Martelo, o talentoso guarda-redes portalegrense que os eborenses tinham em tempos “roubado” ao Desportivo, o clube local das minhas simpatias. Baixo, quase atarracado, ele dispunha no entanto de uma surpreendente agilidade que os “sábios” destas coisas da bola costumam designar por “felina” e era seguro e valente como poucos...
Aliás, eu passava então uma boa parte das minhas tardes livres nos altos do desaparecido Café Camões, onde me deliciava com fascinantes jogos de snooker entre alguns jogadores do Lusitano, sobretudo os protagonizados pelos argentinos Valle e Di Paola. E aí convivia também com o patrício e amigo Martelo, que já conhecia desde Portalegre. Durante alguns meses, até fomos em comum comensais numa “clássica” tasca eborense, cujo nome já perdi, sita em ruela ali para os lados do velho Jardim das Canas.
Por isso, lembro-me bem do dia aziago em que, na prática, terminou a brilhante carreira futebolística do Manuel Martelo. Encontrei-o pelo fim da tarde, no sítio do costume – os altos do Café Camões, no seu regresso de um fatídico encontro em Coimbra, contra a Académica. Destemido como sempre numa corajosa saída da baliza, chocara com um adversário e partira uma perna, agora já engessada e apoiada, na horizontal, numa cadeira em frente...
Largas horas com ele convivi depois, nas visitas frequentes que lhe fazia, no quarto onde então habitava, quase paredes meias com o Teatro Garcia de Resende. Mas o possante suplente Dinis Vital tinha entretanto tomado conta, em definitivo, das redes do Lusitano.
Depois, regressei a Portalegre e o Martelo continuou em Évora, trabalhando nos Serviços Municipalizados da respectiva autarquia. Ao tempo, excepto os estrangeiros e meia dúzia de privilegiados jogadores indígenas, ninguém vivia só do futebol...
Creio que estará plenamente justificado o facto de ter coleccionado, quase em segredo, esses cromos do Lusitano de Évora. Obviamente, nem sequer adquiri a caderneta. Agora juntei-os, limpei-lhes o pó, alinhei-os na sua posição em campo e meti-os no computador. O enquadramento, o emblema e os dizeres são da minha inteira responsabilidade, para que os cromos não se sentissem tão “órfãos” do seu natural meio ambiente: a caderneta!
Olho-os e sinto através deles a nostalgia dos tempos, incontornáveis, em que aquela equipa se batia de igual para igual com as maiores, no velho Campo Estrela, onde até o Sporting (este sim, o meu mais autêntico clube do coração!) foi vencido. O portalegrense Martelo e o elvense Patalino, ambos já desaparecidos, brilharam a grande altura nesse Lusitano com direito a memória.
Nunca os esquecerei.
António Martinó de Azevedo Coutinho
Equipa do Lusitano de Évora
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Martelo – Guarda-redes do Lusitano
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No Campo Estrela
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Vital – Guarda-redes do Lusitano
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Post Scriptum - Ver:

sábado, dezembro 13, 2008

Tapeçarias de Portalegre

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in, Caras, N.º 696, 13 de Dezembro de 2008, p. s/n (161)

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Homenagem ao Padre Patrão

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in, O Distrito de Portalegre, Quinta-Feira 11 de Dezembro de 2008, página 20
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in, Alto Alentejo, Quarta-Feira 10 de Dezembro de 2008, página 10
*in, EM PORTALEGRE CIDADE
*in, EM PORTALEGRE CIDADE DO ALTO ALENTEJO
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in, RÁDIO PORTALEGRE

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in, ÉVORA TERRA PORTUGUESA

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Apoios:

Governo Civil de Portalegre
Câmara Municipal do Gavião
Câmara Municipal de Portalegre
Pés Vagarosos - Associação de Desporto e Lazer do Norte Alentejano
Jornal Alto Alentejo
Jornal O Distrito de Portalegre
Rádio Portalegre
Em Portalegre Cidade
Em Portalegre Cidade do Alto Alentejo
Évora Terra Portuguesa

Desabafos

Lê-se em “nota de imprensa”, divulgada esta semana:
«Celebra o seu octogésimo aniversário, no próximo mês de Maio de 2009, o Rev. Padre Dr. José Dias Heitor Patrão.
A cidade e a região sentem-se agradecidas ao Homem, ao Historiador e ao Padre. Por esse motivo, um grupo de pessoas da cidade de Portalegre entendeu por bem organizar, por altura da data do seu aniversário, uma homenagem pública a tão insigne alentejano.
Ao dar conhecimento desta iniciativa, a Comissão Organizativa da Homenagem ao Padre Dr. José Patrão, mostra-se aberta a toda a colaboração.»
O Padre Patrão foi nosso Professor da disciplina de Religião e Moral no antigo Liceu Nacional de Portalegre. Recordamos que as aulas desta disciplina eram de inscrição facultativa, mas quisemos tê-las justamente por causa do Professor. A sala de aula era no chamado anexo, ao fundo de um corredor no Convento de São Francisco.
Deixaram uma “marca” aquelas aulas. E desde então ficou uma amizade, que em ocasiões várias se mostrou verdadeira.
O Padre Patrão é uma figura pública em Portalegre. Antigo padre-operário em França, teve papel de relevo no período após o 25 de Abril de 1974, sendo uma consciência contra os excessos que por aqui se iam praticando. À História da Arte, ao ensino, ao jornalismo, dedicou e continua a dedicar a sua inteligência e labor. Crítico, não deixa de contribuir para uma melhor Sociedade nesta terra que escolheu para viver. Natural do Gavião, na fronteira norte do Alentejo, é um Alentejano autêntico.
Estamos com a Homenagem que lhe vai ser feita.
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 12/12/08
Mário Casa Nova Martins

Instituto Português de Oncologia (IPO)

O Instituto Português de Oncologia (IPO) está a angariar filmes VHS ou DVD's para os doentes da unidade de transplantes que estão em isolamento.
São crianças e adultos que precisam de um transplante de medula e de estar ocupados durante o tempo de internamento, explicou ao Portugal Diário a Enfermeira responsável pela unidade, Elsa Oliveira.
A falta de "stocks" torna necessária a ajuda da população.
Precisamos de filmes para as pessoas mais desfavorecidas que não têm possibilidade de os trazer. Algumas crianças trazem os seus próprios filmes e brinquedos mas depois quando têm alta levam-nos, acrescenta.
O IPO aceita todos os géneros de filmes, mas a preferência vai para a comédia.
Numa altura menos feliz das suas vidas, um sorriso vai fazer bem a quem passa dias inteiros numa cama de hospital.
Rir é sempre um bom remédio!

As cassetes de vídeo ou DVD's podem ser enviadas para:

Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil
Unidade de Transplante de Medula
A/C Sr.ª Enf. Elsa Oliveira
Rua Professor Lima Basto 1070 Lisboa


Ou então, informe-se pelo telefone: 217 229 800 (geral IPO) 21 726 67 85

quinta-feira, dezembro 11, 2008

José Campos e Sousa I

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O lançamento do CD «Mensagem À Beira-Mágoa» de José Campos e Sousa terá lugar no Auditório da SHIP, no Palácio da Independência, no Largo de São Domingos, amanhã sexta-feira, dia 12, às 21 horas.
Este CD celebra o 120.º aniversário do nascimento de Fernando Pessoa.
O preço do CD é de 17 €.
Os pedidos devem ser feitos para largodocarmo@gmail.com ou comprados no Antiquário Câmara dos Pares, na Rua de S. Bento, em Lisboa.

José Campos e Sousa II

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