\ A VOZ PORTALEGRENSE: 3.ª Convenção do MEL e as Direitas

sexta-feira, maio 28, 2021

3.ª Convenção do MEL e as Direitas

O «MEL – Movimento Europa e Liberdade» é um grupo, uma agremiação lobista, no sentido positivo, que pretende divulgar o pensamento de Direita através da intervenção académica, realizando entre outras actividades uma reunião anual a que dá o nome de «Convenção».

Nos passados dias 25 e 26 de Maio realizou a 3.ª Convenção, para a qual convidou gentes das Direitas, e também das Esquerdas. E também convidou os líderes dos quatro partidos com assento parlamentar à direita do PS.

Diz-se ‘à direita’ e não da Direita, porque dos quatro, dois assumem-se de Direita, CDS e Chega, um que se diz nem de Direita nem de Esquerda, IL, e outro que se diz que não é de Direita, o PSD.

Os painéis temáticos tiveram muita qualidade, foram claros e explicativos, ficando a ideia que em Portugal a Lei de Gresham existe de facto na política, mas nos partidos, não nos «espectadores comprometidos» que sabem pensar, que têm ideias e as sabem expressar.

Da intervenção dos quatro líderes parlamentares, começando por Rui Rio, ficou uma vez mais provado o equívoco ideológico que é o PSD. Também se provou que a “profecia” de José Miguel Júdice segundo a qual o PSD não será governo pelo menos até 2027, é bem real. Rui Rio colocou o PSD num gueto, e dele não consegue sair, sendo visto na opinião pública como uma muleta da governação socialista, o aliado indesejável para o próprio PS.

O líder da Iniciativa Liberal, do alto da sua superioridade moral (???) face à Direita, mostrou o que é a IL, um partido ultra-liberal na economia e ‘compagnon de route’ nas causas fracturantes do BE. Extraordinário!

O líder do Chega, foi igual a si próprio. A insistência na ida para o governo ‘aliado’ ao PSD, a insistência no nome de Rui Rio, quase uma súplica, desgasta a imagem de alguém e de um partido que parece apenas ter como ideologia ir para o governo, esquecendo que primeiro tem que conquistar o seu espaço político através de ideias próprias e de realizações políticas que lhe deem a força eleitoral necessária para então ira para a governação.

Por fim, o líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos.

Rodrigues dos Santos fez um discurso vigoroso, assertivo. O defunto Freitas do Amaral deve ter dado ‘saltos no caixão’!

Foi desmontado o Centrismo, se é que ele alguma vez existiu. O CDS foi definido da forma que ao longo da sua História a larga maioria dos seus Militantes e Simpatizantes o consideravam, um partido de Direita, mas que vicissitudes da própria natureza desta Terceira República têm impedido de o afirmar.

Sem complexos de qualquer ordem, Francisco Rodrigues dos Santos, foi um líder que deixou nesta Convenção a marca do verdadeiro CDS!

Pena é que no seu ‘exército’ a Lei de Gresham seja tão evidente!

Mário Casa Nova Martins