3.ª Convenção do MEL e as Direitas
O «MEL – Movimento Europa e Liberdade» é um grupo, uma
agremiação lobista, no sentido positivo, que pretende divulgar o pensamento de
Direita através da intervenção académica, realizando entre outras actividades
uma reunião anual a que dá o nome de «Convenção».
Nos passados dias 25 e 26 de Maio realizou a 3.ª Convenção,
para a qual convidou gentes das Direitas, e também das Esquerdas. E também
convidou os líderes dos quatro partidos com assento parlamentar à direita do
PS.
Diz-se ‘à direita’ e não da Direita, porque dos quatro, dois
assumem-se de Direita, CDS e Chega, um que se diz nem de Direita nem de
Esquerda, IL, e outro que se diz que não é de Direita, o PSD.
Os painéis temáticos tiveram muita qualidade, foram claros e
explicativos, ficando a ideia que em Portugal a Lei de Gresham existe de facto
na política, mas nos partidos, não nos «espectadores comprometidos» que sabem
pensar, que têm ideias e as sabem expressar.
Da intervenção dos quatro líderes parlamentares, começando
por Rui Rio, ficou uma vez mais provado o equívoco ideológico que é o PSD.
Também se provou que a “profecia” de José Miguel Júdice segundo a qual o PSD
não será governo pelo menos até 2027, é bem real. Rui Rio colocou o PSD num
gueto, e dele não consegue sair, sendo visto na opinião pública como uma muleta
da governação socialista, o aliado indesejável para o próprio PS.
O líder da Iniciativa Liberal, do alto da sua superioridade
moral (???) face à Direita, mostrou o que é a IL, um partido ultra-liberal na
economia e ‘compagnon de route’ nas causas fracturantes do BE. Extraordinário!
O líder do Chega, foi igual a si próprio. A insistência na
ida para o governo ‘aliado’ ao PSD, a insistência no nome de Rui Rio, quase uma
súplica, desgasta a imagem de alguém e de um partido que parece apenas ter como
ideologia ir para o governo, esquecendo que primeiro tem que conquistar o seu
espaço político através de ideias próprias e de realizações políticas que lhe deem
a força eleitoral necessária para então ira para a governação.
Por fim, o líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos.
Rodrigues dos Santos fez um discurso vigoroso, assertivo. O
defunto Freitas do Amaral deve ter dado ‘saltos no caixão’!
Foi desmontado o Centrismo, se é que ele alguma vez existiu.
O CDS foi definido da forma que ao longo da sua História a larga maioria dos
seus Militantes e Simpatizantes o consideravam, um partido de Direita, mas que
vicissitudes da própria natureza desta Terceira República têm impedido de o
afirmar.
Sem complexos de qualquer ordem, Francisco Rodrigues dos
Santos, foi um líder que deixou nesta Convenção a marca do verdadeiro CDS!
Pena é que no seu ‘exército’ a Lei de Gresham seja tão
evidente!
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