A VOZ PORTALEGRENSE
sexta-feira, março 29, 2013
terça-feira, março 26, 2013
segunda-feira, março 25, 2013
Fernando Correia Pina
Dia após dia
Dia após dia, à mesma hora,
passo nos mesmos sítios, cumprimento
as mesmas pessoas. Sei agora
que um cigarro aceso em movimento
dura desde a esquina do Café Alentejano
até à porta de casa.
Tornei-me pateticamente previsível
nos dias úteis. Invisível nos outros,
nos fins de semana em que fico em casa
a pensar nas coisas que tenho para fazer
e nunca faço.
Padeço de niilismo intermitente:
cedo ou tarde, penso, ninguém saberá
quem fui ou que aspecto tinha
e eu não serei nada.
Às vezes ao cruzar o largo da sé
tenho a sensação de não existir
se ninguém estiver a olhar para mim
a não ser aquele vulto atrás das vidraças
da catedral que talvez seja deus
preocupado com os pombos que lhe estragam
os telhados da casa.
Mas é tudo indistinto.
Talvez que um dia
o vento me cole um papel ao rosto
e nesse papel esteja escrita
uma qualquer banalidade
que me faça sorrir e atravessar
triunfalmente as Portas do Crato
deslumbrado com a leveza das nuvens barrocas
que pairam sobre a Penha
e a minha alma, finalmente,
se reconcilie comigo e eu com o mundo.
Dia após dia, à mesma hora,
passo nos mesmos sítios, cumprimento
as mesmas pessoas. Sei agora
que um cigarro aceso em movimento
dura desde a esquina do Café Alentejano
até à porta de casa.
Tornei-me pateticamente previsível
nos dias úteis. Invisível nos outros,
nos fins de semana em que fico em casa
a pensar nas coisas que tenho para fazer
e nunca faço.
Padeço de niilismo intermitente:
cedo ou tarde, penso, ninguém saberá
quem fui ou que aspecto tinha
e eu não serei nada.
Às vezes ao cruzar o largo da sé
tenho a sensação de não existir
se ninguém estiver a olhar para mim
a não ser aquele vulto atrás das vidraças
da catedral que talvez seja deus
preocupado com os pombos que lhe estragam
os telhados da casa.
Mas é tudo indistinto.
Talvez que um dia
o vento me cole um papel ao rosto
e nesse papel esteja escrita
uma qualquer banalidade
que me faça sorrir e atravessar
triunfalmente as Portas do Crato
deslumbrado com a leveza das nuvens barrocas
que pairam sobre a Penha
e a minha alma, finalmente,
se reconcilie comigo e eu com o mundo.
sexta-feira, março 22, 2013
Deflação
Em fevereiro, a taxa de inflação homóloga, isto é, face a igual
período do ano anterior caiu para -0,03% (tinha sido 0,2% em janeiro), saindo
de valores positivos pela primeira vez desde 2009.
Com a queda no consumo, muitas empresas têm congelado e até diminuído
o preço dos bens.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, é no setor do
vestuário e do calçado que estes casos mais ocorrem.
Por deflação
entende-se o processo inverso à inflação, uma diminuição do índice de preços no
consumidor, uma queda de preços. Vive-se, pois, presentemente em deflação. Sinais
dos tempos.
Mário Casa Nova Martins
terça-feira, março 19, 2013
Desabafos
Hoje, terça-feira dia 19 de Março celebra-se o Dia do Pai. A
igreja católica neste dia celebra São José.
Tempos houve em que esta data tinha um valor ao qual o
aspeto material lhe era secundário, acessório.
Nos dias e tempos que correm, esse significado de honrar o
Pai deu lugar a um mercantilismo em torno de algo que nada tem a ver com o
tradicional conceito de Família.
A Família é um dos principais embriões e padrão de uma
qualquer sociedade. Mas os ataques que a Família sofre, justamente porque é um
elemento civilizacional, tornam a figura da Mãe e do Pai, o seu núcleo primacial,
o alvo preferido do Hedonismo, do Materialismo das dominantes correntes do pensamento
atual. Nada do que é dito e feito contra a instituição Família, acontece sem
que por detrás exista um objetivo determinado, que é a sua destruição.
A fraqueza da igreja católica, ela que é a grande defensora
da Família, associada às lutas pela sua destruição enquanto baluarte de uma
Ética e de uma Moral que vai contra o Materialismo que cada vez mais modela as
relações humanas, faz com que a Família seja hoje algo que contribui também
para a destruição da Civilização, fazendo regredir a Humanidade.
A defesa da Família, na aceção cristã, é imperiosa e
fundamental!
Neste Dia do Pai, Dia de São José, recordo com todo o
carinho e saudade o meu Pai. E, eu que também sou Pai, orgulho-me dos Filhos
que tenho.
in, Rádio
Portalegre, Desabafos, 17/03/2013
Mário
Casa Nova Martins
segunda-feira, março 18, 2013
Fernando Correia Pina
Fim-de-semana com gato
*
O gato é um silêncio
O gato é um silêncio que caminha
um enigma embrulhado em pelo finosenhor de uma casa que é a minha
inesperada prenda do destino;
o gato é um sonho entrecortado
por vigílias intensas, passageiras,
criança tonta de gesto afiado
cavalheiro grave dado a brincadeiras.
Ó fantasma de olhos planetários
macia aparição em movimento
companheiro das horas solitárias
em que todo o mundo reinvento:
fica junto de mim até ser dia,
gato, meu mestre de sabedoria.
*
O gato cabalista
Eu olho o bicho ao sol e digo gato
e penso que há alguém atrás de mim
que ouve a palavra gato e diz um nome
que é o nome da palavra gato.
E esse que sabe os nomes das palavras
esse que pressinto atrás de mim,
é o Altíssimo.
terça-feira, março 12, 2013
segunda-feira, março 11, 2013
Patrícia Azevedo
Patrícia Azevedo vende no 'Custo Justo' e em 'olx'.
*
peluches- 2 por 3 euros
dvds de filmes - 2 euros cada um
tunica rosa- 5 euros
livro de camilo castelo branco- a queda dum anjo -8 euros
colecção de historicos classicos da literatura internacional e
nacional - 80 euros (negociavel)
*
Está tudo no 'olx' e 'Custo Justo' em Portalegre.
sexta-feira, março 08, 2013
Volta
Um dia espero que me respondas
A quê? A tudo, sem calar,
Não, eu não quero mais ondas
Apenas saber com o que contar.
Não te escondas, por favor
A quê? A tudo, sem calar,
Não, eu não quero mais ondas
Apenas saber com o que contar.
Não te escondas, por favor
Diz-me, ao menos por uma vez,
Se em ti ainda existirá dor
Em mim há dúvidas e porquês.
Não te cales, não é o caminho
Hoje, peço-te, volta a acreditar,
Sabes, sinto-me tão sozinho
O passado não mais irá voltar!
Se em ti ainda existirá dor
Em mim há dúvidas e porquês.
Não te cales, não é o caminho
Hoje, peço-te, volta a acreditar,
Sabes, sinto-me tão sozinho
O passado não mais irá voltar!
Derrubemos muralhas, se necessário
Esqueçamos tudo o que nos divide,
Ignoremos todo e qualquer fadário
Aproveite-se o momento que se vive.
Será assim tão difícil nos reencontrar
Ainda que obstáculos temos a destruir,
Não sei dizer até quando iremos pagar
Por erros passados e continuar a fugir.
A todos os deuses o que lhes pedimos
Nesta longa quanto angustiante espera,
Que este inverno interior que sentimos
Se transforme de novo em primavera!
Mário Casa Nova Martins
quinta-feira, março 07, 2013
quarta-feira, março 06, 2013
Desabafos
O «Portal da Opinião Pública» (POP) é o novo projeto da
Fundação Francisco Manuel dos Santos e do Instituto de Ciências Sociais (ICS)
da Universidade de Lisboa. Esta base de dados acrescenta às já conhecidas estatísticas
da «Prodata», a dimensão dos estudos de opinião realizados nos últimos 20 anos
em 29 países europeus.
Desta informação, importa referir dois assuntos, um relacionado
com a Democracia e o outro com a Justiça.
Tratando apenas o caso português, em relação à “Satisfação
com a Democracia”, de 1 (nada satisfeito) a 4 (muito satisfeito), em 1990 os
portugueses davam um valor de 2,7, em 2000 o de 2,5, e em 2012 o de 2.
Assim, em 2012 apenas metade dos portugueses está satisfeito
com a Democracia.
No caso da justiça, a situação é bem pior.
Se em 2003 a “Confiança na Justiça” rondava os 50%, em 2010,
último valor conhecido, essa confiança estava nos 28%.
Não será despiciendo dizer que hoje em Portugal, idos de
Março de 2013, a “Satisfação com a Democracia” está abaixo dos 50%, e que a “Confiança
na Justiça” tem um valor inferior ao do final da primeira década do século XXI.
Vive-se presentemente em Portugal um clima de pré-insurreição
popular. A par do justo descontentamento dos portugueses face à crise do Estado,
fruto da sua falência económica e social, há movimentações extremistas no
sentido de criar instabilidade governativa, a fim de provocar o regresso aos
tempos do famigerado PREC.
As mesmas forças totalitárias que então em três momentos, 28
de Setembro de 1974, 11 de Março de 1975 e 28 de Novembro de 1975, tentaram
instaurar uma Ditadura, estão hoje mais determinadas do que nunca em ‘amanhãs que
cantam’.
in, Rádio
Portalegre, Desabafos, 19/02/2013
Mário
Casa Nova Martins
terça-feira, março 05, 2013
III República e Selvajaria
Isto é uma selvajaria! Mas quando o Panteão Nacional acoita
um regicida, Aquilino Ribeiro. Quando um judeu, Guerra Junqueiro, apela ao
assassinato do Rei, o caçador Simão, e é elevado a herói nacional. Já nada
espanta.
Esta Terceira República está ao nível de um bordel da pior
fama.
E o primeiro-ministro congratula-se por antidemocraticamente ter sido impedido de falar em plena Assembleia da República, ao som de uma música/canção que simboliza, que é o hino da extrema-esquerda totalitária.
E o primeiro-ministro congratula-se por antidemocraticamente ter sido impedido de falar em plena Assembleia da República, ao som de uma música/canção que simboliza, que é o hino da extrema-esquerda totalitária.
E a selvajaria que é o coelho morto e enforcado por uma corda
num pau, ninguém tem a coragem de denunciar!
Mário Casa Nova Martins
segunda-feira, março 04, 2013
H. G. Wells - A Vida Futura
Daqui a Cem Anos / A Vida Futura (H.G. Wells, Things to Come / The Hundred Years to Come, 1936), de William Cameron Menzies e Alexander Korda
*
Herbert George Wells não gostou de «Metropolis» de Fritz
Lang, nem da visão do futuro que este filme propunha e a sua resposta foi
«Things to Come», adaptado para o cinema por William Cameron Menzies, com
argumento do próprio H. G. Wells. Como tantos outros filmes de futurologia,
«Things to Come» imagina um futuro não muito risonho, em cenários típicos do “ano
200”, tal como o previam em 1936 o cinema e a banda desenhada.
O guião foi escrito por H. G. Wells e Lajos Biro, numa
adaptação de duas obras de Wells: «The Shape of
Things to Come», de 1933, e um trabalho não-ficcional que escreveu
em 1931, «The Work, Wealth and Happiness of Mankind». O filme tem sido
considerado, pela crítica, como a primeira superprodução no género de ficção
científica, com cenários grandiosos, efeitos especiais e figurino detalhado.
Qual era a visão do futuro em 1936? Baseado no enigmático
livro de H. G. Wells, este clássico da ficção científica percorre 100 anos de
história, desde a Segunda Guerra Mundial até ao ano de 2036. Ao longo do tempo,
o mundo vai sofrendo transformações e a humanidade evolui apressadamente.
Mas quando um homem tenta chegar à lua, uma violenta revolução torna-se iminente.
Mas quando um homem tenta chegar à lua, uma violenta revolução torna-se iminente.
No fundo este filme é uma Distopia, o Progresso conduziu a
um paraíso concentracionário, onde até a luz do Sol é dispensável.
Atual. Imperdível!
Mário Casa Nova Martins
*
*
domingo, março 03, 2013
sábado, março 02, 2013
Expulsos
No rescaldo da Segunda Guerra Mundial, a Europa foi o cenário de uma transferência forçada de população em grande escala.
Milhões de alemães que vivem na Checoslováquia, Hungria e Polónia, foram deslocados das suas casas e enviados para viver entre as ruínas do Reich.
Estas expulsões que ocorreram entre 1945 e 1947, foram organizadas pelas autoridades dos países em questão, com a ajuda dos britâni...cos, soviéticos e norte-americanos.
Foram entre 12 e 14 milhões de pessoas, a maioria mulheres e crianças, e as expulsões foram realizadas com tal brutalidade que elas causaram muitas vítimas.
Pelo menos 500.000 deportados morreram em campos de trânsito, onde se reuniam durante a viagem, ou quando chegam na Alemanha, exaustos, com fome e desabrigados.
Este trágico episódio aconteceu em plena luz do dia, à frente de jornalistas, diplomatas, trabalhadores humanitários e de vários observadores.
Os seus efeitos são ainda visíveis na Europa e no mundo de hoje. No entanto, fora da Alemanha, está quase completamente esquecido. É esta lacuna que este livro histórico pretende preencher.
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Milhões de alemães que vivem na Checoslováquia, Hungria e Polónia, foram deslocados das suas casas e enviados para viver entre as ruínas do Reich.
Estas expulsões que ocorreram entre 1945 e 1947, foram organizadas pelas autoridades dos países em questão, com a ajuda dos britâni...cos, soviéticos e norte-americanos.
Foram entre 12 e 14 milhões de pessoas, a maioria mulheres e crianças, e as expulsões foram realizadas com tal brutalidade que elas causaram muitas vítimas.
Pelo menos 500.000 deportados morreram em campos de trânsito, onde se reuniam durante a viagem, ou quando chegam na Alemanha, exaustos, com fome e desabrigados.
Este trágico episódio aconteceu em plena luz do dia, à frente de jornalistas, diplomatas, trabalhadores humanitários e de vários observadores.
Os seus efeitos são ainda visíveis na Europa e no mundo de hoje. No entanto, fora da Alemanha, está quase completamente esquecido. É esta lacuna que este livro histórico pretende preencher.
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sexta-feira, março 01, 2013
CDS em Portalegre
Estamos já em Março, e aqui no concelho de Portalegre nada se sabe do CDS! Para não se falar do distrito.
Vai concorrer às eleições autárquicas do próximo outono?
Não é uma pergunta de retórica, mas sim uma questão que coloca o seu Eleitorado de Portalegre.
Começa o tempo a escassear para uma candidatura credível do CDS no concelho de Portalegre!
Vai concorrer às eleições autárquicas do próximo outono?
Não é uma pergunta de retórica, mas sim uma questão que coloca o seu Eleitorado de Portalegre.
Começa o tempo a escassear para uma candidatura credível do CDS no concelho de Portalegre!
Mário Casa Nova Martins