\ A VOZ PORTALEGRENSE: maio 2019

terça-feira, maio 21, 2019

Desabafos 2018/2019 - XXI

Há muito que a classe dos professores é “carne para canhão” para sindicatos, governos, alunos, encarregados de educação e população em geral.
Os professores tornaram-se odientos para a opinião pública, um grupo social desprezível, uma classe a abater.
Os professores têm sido vítimas de experiências ditas pedagógicas desde o tempo em que Veiga Simão era ministro da Educação até hoje. Todos os anos surgem alterações que transformam os professores em burocratas, impedindo-os da nobre arte de ensinar.
O facilitismo face a notas e exames, em vez de dar aos professores prestígio, transforma-os em alvo fácil de menorização social.
São sucessivos governos, através do ministério que tutela a Educação, quem promove o facilitismo de e por todas as formas, sempre com o fim estatístico do número de aprovações.
Hoje os professores são alvo da indisciplina de alunos, de grosseria de encarregados de educação, de violência de alunos, de violência de encarregados de educação. Hoje os professores são alvo de todos os insultos da sociedade, que neles vê ‘inimigos’.
Os professores perderam estatuto social e económico. Impedidos de se afirmarem na sociedade pela função que desempenham, são tratados como seres menores no sistema educativo, com os resultados que se conhecem.
Hoje a Escola não ensina, não forma, não educa. A desregulação da entidade Família piora a situação do professor. Há muito que a demissão parental face à educação dos filhos é um drama e simultaneamente uma evidência. E o professor também é uma vítima dessa desregulação.
Ser professor hoje é ser um herói. E o futuro dar-lhe-á razão.
Rádio Portalegre, 20 de Maio de 2019

segunda-feira, maio 20, 2019

Avelino Bento

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NO RIO... ONDE COMEÇA O MAR
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No épico de J.R.R. Tolkien, «The Lord of the Rings», a vitória do Bem sobre o Mal tem como base a amizade entre Frodo e Sam. Sem essa amizade a demanda não teria o fim desejado, e as Trevas venceriam a Luz. Às dúvidas e medos de Frodo, respondeu sempre Sam com a mais pura das amizades.
O Senhor Oliveira da Figueira é a personagem portuguesa mais conhecida no universo de Hergé. Amigo do seu amigo, tem em «Tintin au pays de l’or noire», a oportunidade de mostrar a força da sua amizade por Tintin. Na referência que Hergé faz ao Senhor Oliveira da Figueira, define-o como “um amigo leal”. E num célebre cartão de boas-festas dos Studios Hergé, datado de 1973, o Senhor Oliveira da Figueira surge mesmo ao lado do próprio Georges Remi. Hergé dá a direita ao leal amigo Oliveira da Figueira.
A cumplicidade estabelecida entre Rick Blaine e o capitão Louis Renault, quando da partida do avião que leva Victor Laszlo e Ilsa Lund de Casablanca para Lisboa, faz com que Rick diga a Louis que “é o princípio de uma linda amizade”.
É um bem raro nos tempos que correm, a amizade.  Em sentido largo, pode afirmar-se que é uma forma de relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição. Na amizade, a lealdade é um princípio fundamental. Cultivá-la é uma arte, uma nobre arte. E como é verdadeira a amizade, quando surge entre “amigos improváveis”.
A ideia de intervenção cultural na sociedade portalegrense fez com que conhecesse pessoalmente o Avelino. Amigo comum, Carlos Juzarte Rôlo, foi o elo da ligação da qual resultou a constituição de um grupo de pessoas, cujo elemento comum era o interesse na intervenção cívica na comunidade, através da cultura.
Nasce assim a «Associação Janus – Projecto Cultural». Com Américo Agostinho, Avelino Bento, Carlos Juzarte Rôlo, Fernando Correia Pina, José Polainas, eu próprio, constituímos o núcleo duro. A «Janus» levou a cabo várias iniciativas. Teve vida curta, mas todos os seus eventos tiveram a presença de elites culturais de Portalegre.
Entretanto, a «Plátano, Revista de Arte e Crítica de Portalegre» já tinha existência física. E este grupo passou a colaborar de forma mais intensa na revista, através da participação escrita e nas suas apresentações públicas.
Em todo este percurso, construiu-se forte camaradagem. E também em periódicos encontros, nos quais se honra os manjares tradicionais da região, sempre acompanhados da mais franca e salutar troca de ideias.
Ao longo dos anos a minha relação com o Avelino foi no sentido de se ter criado uma relação de amizade, baseada no respeito, mas também nas diferenças.
A defesa de Princípios e Valores distintos, feita com coerência, com verdade e tolerância, com a maior liberdade de pensar e agir, a tal improbabilidade, foi o cimento para a amizade pura e fraterna que nos une, e que me honra.
Avelino Bento é um académico. Dedicou à Escola, à sua Escola, o melhor dos seus anos e da sua vida. Foi um professor competente, com um percurso que merece os maiores encómios.
Ainda não conhecia pessoalmente o Avelino, e já tinha lido «Teatro e Animação, outros percursos do desenvolvimento sócio-cultural no Alto Alentejo», que é a sua tese de doutoramento.
Já conhecia o Avelino e estive presente na apresentação do seu livro «O meu blog deu-me o mundo».
Hoje tenho o maior prazer em estar com o Avelino na apresentação do seu livro de poesia «No rio… onde começa o mar».
A blogosfera também nos aproximou, com as leituras que fazíamos nos nossos blogs, «A Voz Portalegrense» e «Exdra/Animação». Muito aprendi no «Exdra/Animação», aliás, o período de ouro dos blogues foi extraordinário na difusão e troca de saberes.
Não posso esquecer que foi o Avelino quem propôs o meu nome para apresentar um dos convidados do Ciclo de Conferências de Senadores do Instituto Politécnico de Portalegre. Com a concordância do então presidente do IPP, Doutor Joaquim Mourato, tive o privilégio de fazer a apresentação do Professor Adriano Moreira.
O Avelino é um homem do mundo. Culto, com uma excelente livraria, viajado, conhece vários continentes e inúmeros países e suas culturas, a sua escrita é erudita, sempre com a preocupação de transmitir o conhecimento, fundamentado em bases sólidas. Um excelente conversador, é sempre um prazer e uma mais-valia ouvir e conhecer as suas opiniões, todas elas bem construídas e documentadas.
É verdade que nas diferenças se aprende a colher. Não será despiciendo afirmar que o conhecimento e o saber fazem parte do crescimento integral do homem, na relação com a sociedade a que pertence.
Nesta fase da sua vida, o Avelino quis prestar mais um serviço à comunidade portalegrense, através de um trabalho de grande qualidade que vem desenvolvendo nesta casa da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Portalegre.
Esta tarde é dedicada à Cultura, na sua componente poética. O Avelino oferece-nos o seu último trabalho, uma obra de Poesia, na qual pôs todo o seu Ser.
O momento é do Avelino. E eu sinto orgulho de estar com ele, de o viver junto com ele, de estar com o meu grande Amigo Avelino Bento.
Portalegre, 18 de Maio de 2019
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terça-feira, maio 07, 2019

Avelino Bento 18/05/2019

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segunda-feira, maio 06, 2019

DA PULHICE DO «HOMO SAPIENS»

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Enquanto se aguarda a publicação da acta da famigerada Assembleia Municipal de 29 de Abril de 2019, na qual foi votado e aprovado o nome do comunista Álvaro Cunhal para uma rotunda em Portalegre, segue-se o texto publicado no semanário «Alto Alentejo» de 1 de Maio de 2019, página 2.
Era bom que se lê-se com a maior atenção o texto.
Enquanto a coligação negativa PS-PCP inviabiliza um conjunto de obras tão necessárias quanto urgentes para os interesses de Portalegre e do seu concelho, unem-se socialistas e comunistas de Portalegre para homenagear um ditador, um totalitário, o comunista estalinista Álvaro Cunhal.
Diga-se que esta coligação negativa PS-PCP no concelho de Portalegre não deixa de ser em certa medida uma reedição do Pacto assinado em Moscovo em 23 de Agosto de 1939, entre socialistas alemães e comunistas russos. Um mal para a Humanidade, um mal para Portalegre.
Também se lê que a razão apresentada pelo líder dos comunistas na Assembleia Municipal, é que Álvaro Cunhal é um ‘fundador da democracia’.
Que Democracia defendia Cunhal? Sabe-se pelos seus escritos e pala sua práxis, que a “democracia” de Cunhal era a ditadura do proletariado, uma ditadura atroz, um Totalitarismo, o Comunismo.
O mesmo líder comunista afirmou que 'a homenagem a Cunhal faz todo o sentido'.
Para quem defende a Ditadura, homenagear Cunhal faz todo o sentido, o mesmo sentido se se homenagear Estaline, Fidel Castro ou outro ditador comunista.
Segundo o jornal, houve uma dupla abstenção no PSD.
Aqui o «Alto Alentejo» não foi fidedigno.
Há dois PSD’s em Portalegre, um legítimo, outro que usa o nome do PSD em proveito próprio.
É público que o PSD do concelho de Portalegre tirou a confiança política ao vereador, ‘aterrado de paraquedas’ no concelho. Mas este mantém-se no lugar, por razões do foro pessoal, vulgo interesse pessoal. Há muito que não tem vida profissional, e necessita “como pão para a boca” deste lugar.
Também o verdadeiro e legítimo PSD do concelho de Portalegre retirou confiança política a membros da Assembleia Municipal, que hoje usam o nome do Partido mas que se representam a si próprios.
É desta gente que sai a abstenção.
Esta gente mostra não conhecer a História do PSD no próprio concelho de Portalegre, e a atitude que tomaram representa uma falta de respeito pelos Sociais-Democratas do concelho de Portalegre Vítimas do Comunismo.
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Post-scriptum – Respeito o comunista que apresentou e defendeu a proposta, pela sua coerência.
Não respeito os abstencionistas, pelas razões acima apontadas.

O Soviete de Portalegre

Em Portalegre há muito que a coragem desapareceu.
Coragem é uma palavra vã.
Fala-se em surdina com medo de desagradar aos ‘poderosos’. Às claras, bajula-se os que têm poder, mas nas costas diz-se mal deles. A inveja é lei.
Em Portalegre não há coragem de dizer que o PCP tem uma agenda política, cujo objectivo final é a sovietização de Portalegre.
Os comunistas de Portalegre, discípulos de Gramsci, mas também de Estaline e do seu discípulo dilecto Álvaro Cunhal, têm um programa de conquista de poder que começa pela Cultura.
Assim, dominam as principais colectividades culturais de Portalegre, ocupam instituições centenárias como a Cooperativa Operária. E só lhes tem corrido mal, até ver, o assalto à Fundação Robinson, quiçá, por este assalto estar a ser da responsabilidade do seu satélite, o denominado ‘Partido Ecologista “Os Verdes”’.
Em tudo o resto, a sovietização de Portalegre, corre bem, sendo a última batalha ganha a atribuição do nome de Álvaro Cunhal a uma rotunda.
Com uma implantação diminuta, nas últimas eleições legislativas de 2015 obteve 831 votos a que corresponde 6,51%, consegue protagonizar a agenda política do concelho.
O PCP de Portalegre é quem gere, quem domina a agenda política do concelho.
Minoritário em mandatos, mas com influência maioritária, é o único partido que prepara as Assembleias Municipais, a ponto de as propostas que apresenta, por falta de preparação dos outros deputados municipais, tomarem o tempo das ditas Assembleias Municipais e consequente aprovação, com foi o caso da «Rotunda Álvaro Cunhal».
E quando a proposta está em vias de não ser aprovada, “acontece” que um dos deputados municipais de outra bancada que ia votar contra, se ausenta temporariamente, para que a proposta comunista tenha os votos necessários para ser aprovada.
Sim! É assim que acontece. E basta ir ver às actas das sessões para se saber quem protagoniza este acto espúrio.
Portalegre é um ‘fenómeno’, politicamente falando.
Que se diga que “compagnons de route”, ou “tolos úteis” do PCP, há em Portalegre em todos os quadrantes políticos, CDS, PSD, PS.
Quanto ao PS, cada vez que se coliga em votações com o PCP, Portalegre e o seu concelho ficam a perder.
Portalegre regrediu no tempo. Mas tem o que merece!
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Post-scriptum - Que se diga que se os comunistas não tivessem tomado conta das tais associações culturais, há muito que tinham acabado.

Desabafos 2018/2019 - XX

Em Portalegre cidade, a Avenida do Bonfim, onde está a igreja com o mesmo nome, está partida ao meio com a construção de uma rotunda.
A essa rotunda querem os comunistas de Portalegre que seja dado o nome de “Rotunda Álvaro Cunhal”.
Que tem a ver Portalegre com Álvaro Cunhal?
Que fez Álvaro Cunhal por Portalegre para merecer esta distinção?
Cunhal quis instaurar um regime totalitário em Portugal.
Cunhal sempre defendeu o Regime Comunista, um Totalitarismo.
Cunhal nunca defendeu a Democracia.
Cunhal, símbolo maior do Comunismo em Portugal.
Cunhal, símbolo maior do Totalitarismo em Portugal.
E é o nome desta personagem totalitária, que Portalegre quer dar nome de rua.
Não há ninguém nascido ou que tenha vindo para Portalegre e que se tenha distinguido a ponto de a sua Memória ser honrada com o nome de uma rua?
A Democracia é uma palavra vã em Portalegre.
Os comunistas de Portalegre têm o direito de querer o nome de Álvaro Cunhal numa rua da cidade, é a Democracia.
Porém, o que é estranho é o PS estar de acordo.
Então o PS de Portalegre não sabe quem foi Álvaro Cunhal?
O PS de Portalegre não sabe o que é o Comunismo, um Totalitarismo?
Sabe-se que o PS de Portalegre tem na Assembleia Municipal maioritariamente socialistas radicais próximos do PCP.
Portalegre é uma terra “morta”, sem gentes, sem Causas, sem Futuro.
Rádio Portalegre, 6 de Maio de 2019

Desabafos 2018/2019 - XIX

Foi notícia na passada terça-feira 16 de Abril a demissão do presidente do Conselho de Administração da Fundação Robinson, a pedido do próprio, e que foi acompanhado nesse acto de demissão por um dos vogais desse mesmo órgão.
A Fundação Robinson é desde sempre um nado-morto. As dezenas de indivíduos que ao longo dos anos da sua existência ocuparam cargos na Fundação Robinson, uns foram demitidos, e outros demitiram-se.
Nunca foi dito a verdade sobre a Fundação Robinson. O que é, sabe-se. Também se sabe os seus objectivos e fins. Tudo está escrito nos documentos da sua fundação.
Agora o que não se sabe, além da dívida em que mergulhou, é nada!
Qual o porquê de tanta demissão? O que a Fundação Robinson representa para a cidade e concelho de Portalegre? Faz, hoje, sentido a existência da Fundação Robinson?
É público que os cargos na Fundação Robinson são, entre comas, apetecíveis. As guerras, políticas e pessoais, que existem na autarquia desde sempre foram transpostas para dentro da Fundação Robinson. A extrema-esquerda do concelho de Portalegre há muito anseia dominar a Fundação Robinson.
A degradada frontaria da que outrora foi a Fábrica da Rolha, é o espelho da cidade de Portalegre, degradada e em parte em ruinas. Dessas ruinas emerge a decadência das elites de Portalegre, que mais não são do que vultos fantasmagóricos voando em direcção ao Largo da Boavista.
E os portalegrenses assistem a tudo isto, como sempre em tudo.
Rádio Portalegre, 22 de Abril de 2019

Desabafos 2018/2019 - XVIII

Nem parece que no próximo mês de Maio vai começar o ciclo eleitoral com as eleições para o Parlamento Europeu.
Embora haja movimentações partidárias, com os principais candidatos às europeias a tentarem conquistar votos num eleitorado cada vez mais distante e crente na política e principalmente nos partidos do sistema, do CDS ao BE, tudo parece desinteressante, o que prenuncia uma altíssima taxa de abstenção eleitoral.
Mesmo com o aparecimento de dois novos partidos, ambos ditos centristas, não de direita, o do ‘dinossauro político’ Pedro Santana Lopes, e o do ‘novato’ André Ventura, nada consegue entusiasmar o eleitorado, que, se por um lado continua ‘cativo’ de um complexo de esquerda, por outro, o desencanto com a classe política é cada dia que passa maior.
A União Europeia é contestada, mesmo em Portugal, país subsídio-dependente dela própria. Os eurocratas são uma ‘casta’ que decide à revelia dos Povos, o seu poder nunca foi emanado do voto popular, a eurocracia é um estado dentro da EU, nada diz ao cidadão comum.
A uma Europa federalista, nunca como hoje é importante contrapor uma Europa das Nações. O Brexit prova a tirania que domina a UE. A UE está a humilhar o Reino Unido, esquecendo a lição do também humilhante Tratado de Versailles.
Mais do que memória curta, a UE tem uma existência tão curta que a sua memória é uma não-memória.
Do nacionalista PNR ao estalinista PCP, passado pelos partidos do centrão, a ‘oferta’ é muita e variada. Os portugueses, cansados de vãs promessas eleitorais, têm a palavra, melhor, o voto. Ao exercer o direito de votar, fazem escolhas, opções. Para que tudo fique na mesma.
A política já não é o que era!
Rádio Portalegre, 8 de Abril de 2019