Desabafos 2018/2019 - XXI
Há muito que a classe dos professores é “carne para canhão” para
sindicatos, governos, alunos, encarregados de educação e população em geral.
Os professores tornaram-se odientos para a opinião pública,
um grupo social desprezível, uma classe a abater.
Os professores têm sido vítimas de experiências ditas
pedagógicas desde o tempo em que Veiga Simão era ministro da Educação até hoje.
Todos os anos surgem alterações que transformam os professores em burocratas,
impedindo-os da nobre arte de ensinar.
O facilitismo face a notas e exames, em vez de dar aos
professores prestígio, transforma-os em alvo fácil de menorização social.
São sucessivos governos, através do ministério que tutela a
Educação, quem promove o facilitismo de e por todas as formas, sempre com o fim
estatístico do número de aprovações.
Hoje os professores são alvo da indisciplina de alunos, de
grosseria de encarregados de educação, de violência de alunos, de violência de
encarregados de educação. Hoje os professores são alvo de todos os insultos da
sociedade, que neles vê ‘inimigos’.
Os professores perderam estatuto social e económico.
Impedidos de se afirmarem na sociedade pela função que desempenham, são
tratados como seres menores no sistema educativo, com os resultados que se
conhecem.
Hoje a Escola não ensina, não forma, não educa. A
desregulação da entidade Família piora a situação do professor. Há muito que a
demissão parental face à educação dos filhos é um drama e simultaneamente uma
evidência. E o professor também é uma vítima dessa desregulação.
Ser professor hoje é ser um herói. E o futuro dar-lhe-á
razão.
Rádio Portalegre, 20 de Maio de 2019
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