A VOZ PORTALEGRENSE
segunda-feira, março 30, 2015
terça-feira, março 24, 2015
Desabafos, 2014/2015 - XIV
Pintura Flamenga
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O Socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros.
Margaret Thatcher
Numa compilação de anedotas* feita pela
revista americana New Yorker, na sua
edição do passado dia 1 de março, alusivas ao ‘triunfo’ do socialismo na
Venezuela, uma delas é de uma assertividade que não deixa margem para
discussão:
_ Um inglês, um francês e um venezuelano olham
uma pintura de Adão e Eva. Para o inglês, a maçã prova que ambos são ingleses.
Para o francês, a nudez sugere que são franceses. Para o terceiro, são
venezuelanos, porque não têm que vestir, mal têm o que comer e alegadamente
vivem no Paraíso!
A graça que
transporta, transforma-se de imediato em angústia, sabendo-se o estado em que
este país está, fruto de mais uma experiência do ‘socialismo real’.
O povo sempre teve a
memória curta, e há muito que esqueceu o fracasso da experiência desse mesmo socialismo
no Chile de Salvador Allende, como não quer ver o estado de Cuba, outra
experiência desse mesmo socialismo, e ainda menos lembrar o que eram os países comunistas
na europa, e ainda o que hoje é a Coreia do Norte e a China.
A comunicação social
dominante, bem-pensante e filo-radical de esquerda, que domina os média nesta
europa decadente, apoia sempre estas experiências totalitárias, em nome e no
bom nome do progresso da sociedade, que de progresso nada tem, sendo mais um
regresso à barbárie, ao invocar o que de pior a natureza humana tem, como a
inveja, o ódio, o ressabiamento, a frustração, a mesquinhez.
Também as
universidades europeias na área das ciências sociais e humanas são o alfobre do
pensamento radical de esquerda, transformando os seus alunos em “carne para
canhão” de radicalismos, de que é exemplo os teóricos da aventura ou desventura
grega que se vive, e a qual acabará como todas as outras, um país económica e
socialmente destruído, sendo o seu povo quem mais irá sofrer, deixando-o ainda
mais pobre e desesperado.
O mesmo se pode dizer
da Venezuela, quando, num ‘salto para a frente’ são dados poderes excepcionais
ao presidente da República, com o objectivo de resolver os gravíssimos
problemas que o dito socialismo gerou no país, quando a finalidade é o caminho
para o totalitarismo.
Há quatro décadas,
Portugal caminhava ‘alegremente’ para o socialismo. Os tecidos económicos e
socias acabavam de ser destruídos. A universidade era um coito de ideias e
ideais totalitários. O comunismo galopava nas mentes, no campo e na rua. Tudo
parecia conduzir o país para o totalitarismo comunista. Portugal parecia um
país inviável, com o fim do Império.
Todavia, alguma
lucidez foi mantida, mas as consequências nefastas desse período ainda hoje se
sentem. E uma dessas consequências que perdura é uma Constituição que continua
fora da realidade do país e do mundo de hoje, e que é também um entrave na
senda do futuro de Portugal.
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 23/03/2015
Mário Casa Nova Martins
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http://www.radioportalegre.pt/index.php/desabafos/mario-casanova-martins.html
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sexta-feira, março 20, 2015
quarta-feira, março 18, 2015
Presidenciais e Presidenciável
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Presidenciais e Presidenciável
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O tempo corre célere, e o futuro está mais próximo do que
parece, é quase presente. E Portugal vai ter eleições para a presidência da
república nos inícios do próximo ano.
Embora não haja candidaturas assumidas, existem nomes de
candidatos que são pronunciáveis, como os de António Vitorino, Carvalho da
Silva ou Maria de Belém Roseira, na Esquerda, e Rui Rio, Manuela Ferreira Leite
e Marcelo Rebelo de Sousa no que os próprios chamam de Centro-Direita.
Certo é que, neste tempo, não há nenhum nome falado na área
da Direita, facto político que aconteceu sempre nesta terceira república. As
circunstâncias, concretamente a decapitação da Direita levada a cabo em 28 de
setembro de 1974 e em 11 de março de 1975, originam esta orfandade.
Contudo, é possível corrigir este facto político, este erro
de regime, já no próximo acto eleitoral presidencial, assim haja vontade, ou
vontades que em torno de um nome credível, impoluto, se congreguem esforços
para levar por diante uma verdadeira, com reais hipóteses de conquistar o seu espaço,
candidatura de Direita.
Manuel Monteiro não perde oportunidade para afirmar que não
tem qualquer interesse na vida político-partidária, acrescentando sempre que é
uma fase que está ultrapassada.
Por outro lado, insiste em dizer que a ausência do Estado
pode levar a fragilidades imensas por parte dos cidadãos, que o tema do Estado
não é abordado pela Direita, para quem o Estado é um ente perigoso e tem a
convicção que o Estado é o último reduto da defesa das liberdades individuais.
Face a tais ideias, surge em Manuel Monteiro a imagem de um
Homem de Estado, não já a figura de um político ou de um líder partidário.
Aliás, desde que deixou a política activa, Manuel Monteiro assume-se como que
figura tutelar de uma Direita nacional e conservadora, muitas das vezes
comportando-se como senador da república.
Ao longo dos anos que leva longe dos partidos nos quais
militou, PND e CDS, nunca deixou de ser um espectador comprometido com as vidas
destes dois pequenos partidos, principalmente do CDS, uma vez que hoje o PND
não é mais do que um partido regional madeirense. Longe da vista, mas não longe
do coração, dir-se-á.
É evidente que a Direita não se revê nos candidatos a candidatos
às presidenciais de 2016, que há data são Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro
Santana Lopes ou Rui Rio. Todos têm em comum o não se considerarem de Direita,
mas, ao mesmo tempo, consideram como seu o eleitorado de Direita, o qual
desprezam, mas do qual são eleitoralmente dependentes.
A esta distância temporal, afigura-se difícil a eleição de
um candidato à Direita da Esquerda. Mas não seria de todo impossível que
acontecesse, se, por uma vez, a Direita se apresentasse plural à primeira volta
das presidenciais, e que depois se unisse em torno da candidatura mais votada
para alcançar o objectivo primeiro que é a vitória na pugna eleitoral
Manuel Monteiro é um candidato presidencial credível na área
da Direita. Com Valores e Princípios, coerente, nunca deixou de ser uma voz que
defende a identidade nacional, num tempo muito difícil para o país e para os
portugueses.
Ainda há muito tempo para se congregarem vontades que levem
a que Manuel Monteiro assuma uma candidatura nacional à presidência da
república. Será um caminho árduo a percorrer, mas exequível, e, porventura,
vitorioso.
Mário Casa Nova Martins
sexta-feira, março 13, 2015
quarta-feira, março 11, 2015
Desabafos, 2014/2015 - XIII
Burt Lancaster, D. Fabrício Corbera,
em Il Gattopardo, de Luchino Visconti, 1963
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Nós fomos os
leopardos, os leões: os que hão-de substituir-nos os chacais, as hienas;…
D. Fabrício, Príncipe de Salina
in, O Leopardo, Tomasi di Lampedusa,
Círculo de Leitores, Setembro de 1974, página 183
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Um cidadão, na
qualidade de trabalhador independente, não sabia que tinha que prestar contas à
Segurança Social.
Estando-se em
Portugal, em pleno século XXI, parece difícil de acreditar, e muito menos de
aceitar, tratando-se no caso em questão de alguém com qualificação académica
superior, logo, pensa-se, com um determinado grau de cultura e principalmente
de conhecimento de como funciona a sociedade.
Mas tal acontece, ou,
melhor, ainda acontece nos tempos que correm.
Quando um
primeiro-ministro sabe que esteve em dívida para com a Segurança Social, mesmo
sabendo que o processo dessa dívida prescrevera, só tinha que no momento em que
soube do facto ter tido a ética, mesmo tendo prescrito, de ter voluntariamente
liquidado a verba em falta, e não esperar que o caso fosse público para então
fazer esse pagamento.
Como diz o ditado
popular, «à mulher de César não basta ser séria, tem também que o parecer!».
São acontecimentos
destes, que dado quem neles está envolvido, os torna casos públicos, maculando
o currículo de quem os pratica. Diga-se o que se disser, ou quiser, a imagem
pública do actual primeiro-ministro de Portugal ficou diminuída quer interna,
quer externamente, e logo num tempo em que o governo que lidera se pretende
afirmar como cumpridor de todos os compromissos assumidos perante os
portugueses e face à comunidade internacional.
A não oportunidade
política deste acontecimento é notória. Enfraquece o governo e o partido a que
pertence.
As oposições
aproveitam este momento de fraqueza política do primeiro-ministro para o
achincalhar na praça pública, em vez de tomarem atitudes construtivas com o
objectivo de casos destes não terem lugar. É, como o povo chama, «a porca da
política».
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 09/03/2015
Mário Casa Nova Martins
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