\ A VOZ PORTALEGRENSE: Desabafos, 2014/2015 - XIV

terça-feira, março 24, 2015

Desabafos, 2014/2015 - XIV

Pintura Flamenga
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O Socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros.
Margaret Thatcher

Numa compilação de anedotas* feita pela revista americana New Yorker, na sua edição do passado dia 1 de março, alusivas ao ‘triunfo’ do socialismo na Venezuela, uma delas é de uma assertividade que não deixa margem para discussão:
_ Um inglês, um francês e um venezuelano olham uma pintura de Adão e Eva. Para o inglês, a maçã prova que ambos são ingleses. Para o francês, a nudez sugere que são franceses. Para o terceiro, são venezuelanos, porque não têm que vestir, mal têm o que comer e alegadamente vivem no Paraíso!
A graça que transporta, transforma-se de imediato em angústia, sabendo-se o estado em que este país está, fruto de mais uma experiência do ‘socialismo real’.
O povo sempre teve a memória curta, e há muito que esqueceu o fracasso da experiência desse mesmo socialismo no Chile de Salvador Allende, como não quer ver o estado de Cuba, outra experiência desse mesmo socialismo, e ainda menos lembrar o que eram os países comunistas na europa, e ainda o que hoje é a Coreia do Norte e a China.
A comunicação social dominante, bem-pensante e filo-radical de esquerda, que domina os média nesta europa decadente, apoia sempre estas experiências totalitárias, em nome e no bom nome do progresso da sociedade, que de progresso nada tem, sendo mais um regresso à barbárie, ao invocar o que de pior a natureza humana tem, como a inveja, o ódio, o ressabiamento, a frustração, a mesquinhez.
Também as universidades europeias na área das ciências sociais e humanas são o alfobre do pensamento radical de esquerda, transformando os seus alunos em “carne para canhão” de radicalismos, de que é exemplo os teóricos da aventura ou desventura grega que se vive, e a qual acabará como todas as outras, um país económica e socialmente destruído, sendo o seu povo quem mais irá sofrer, deixando-o ainda mais pobre e desesperado.
O mesmo se pode dizer da Venezuela, quando, num ‘salto para a frente’ são dados poderes excepcionais ao presidente da República, com o objectivo de resolver os gravíssimos problemas que o dito socialismo gerou no país, quando a finalidade é o caminho para o totalitarismo.
Há quatro décadas, Portugal caminhava ‘alegremente’ para o socialismo. Os tecidos económicos e socias acabavam de ser destruídos. A universidade era um coito de ideias e ideais totalitários. O comunismo galopava nas mentes, no campo e na rua. Tudo parecia conduzir o país para o totalitarismo comunista. Portugal parecia um país inviável, com o fim do Império.
Todavia, alguma lucidez foi mantida, mas as consequências nefastas desse período ainda hoje se sentem. E uma dessas consequências que perdura é uma Constituição que continua fora da realidade do país e do mundo de hoje, e que é também um entrave na senda do futuro de Portugal.
in, Rádio Portalegre, Desabafos, 23/03/2015
Mário Casa Nova Martins
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http://www.radioportalegre.pt/index.php/desabafos/mario-casanova-martins.html
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