\ A VOZ PORTALEGRENSE: Presidenciais e Presidenciável

quarta-feira, março 18, 2015

Presidenciais e Presidenciável

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Presidenciais e Presidenciável
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O tempo corre célere, e o futuro está mais próximo do que parece, é quase presente. E Portugal vai ter eleições para a presidência da república nos inícios do próximo ano.
Embora não haja candidaturas assumidas, existem nomes de candidatos que são pronunciáveis, como os de António Vitorino, Carvalho da Silva ou Maria de Belém Roseira, na Esquerda, e Rui Rio, Manuela Ferreira Leite e Marcelo Rebelo de Sousa no que os próprios chamam de Centro-Direita.
Certo é que, neste tempo, não há nenhum nome falado na área da Direita, facto político que aconteceu sempre nesta terceira república. As circunstâncias, concretamente a decapitação da Direita levada a cabo em 28 de setembro de 1974 e em 11 de março de 1975, originam esta orfandade.
Contudo, é possível corrigir este facto político, este erro de regime, já no próximo acto eleitoral presidencial, assim haja vontade, ou vontades que em torno de um nome credível, impoluto, se congreguem esforços para levar por diante uma verdadeira, com reais hipóteses de conquistar o seu espaço, candidatura de Direita.
Manuel Monteiro não perde oportunidade para afirmar que não tem qualquer interesse na vida político-partidária, acrescentando sempre que é uma fase que está ultrapassada.
Por outro lado, insiste em dizer que a ausência do Estado pode levar a fragilidades imensas por parte dos cidadãos, que o tema do Estado não é abordado pela Direita, para quem o Estado é um ente perigoso e tem a convicção que o Estado é o último reduto da defesa das liberdades individuais.
Face a tais ideias, surge em Manuel Monteiro a imagem de um Homem de Estado, não já a figura de um político ou de um líder partidário. Aliás, desde que deixou a política activa, Manuel Monteiro assume-se como que figura tutelar de uma Direita nacional e conservadora, muitas das vezes comportando-se como senador da república.
Ao longo dos anos que leva longe dos partidos nos quais militou, PND e CDS, nunca deixou de ser um espectador comprometido com as vidas destes dois pequenos partidos, principalmente do CDS, uma vez que hoje o PND não é mais do que um partido regional madeirense. Longe da vista, mas não longe do coração, dir-se-á.
É evidente que a Direita não se revê nos candidatos a candidatos às presidenciais de 2016, que há data são Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes ou Rui Rio. Todos têm em comum o não se considerarem de Direita, mas, ao mesmo tempo, consideram como seu o eleitorado de Direita, o qual desprezam, mas do qual são eleitoralmente dependentes.
A esta distância temporal, afigura-se difícil a eleição de um candidato à Direita da Esquerda. Mas não seria de todo impossível que acontecesse, se, por uma vez, a Direita se apresentasse plural à primeira volta das presidenciais, e que depois se unisse em torno da candidatura mais votada para alcançar o objectivo primeiro que é a vitória na pugna eleitoral
Manuel Monteiro é um candidato presidencial credível na área da Direita. Com Valores e Princípios, coerente, nunca deixou de ser uma voz que defende a identidade nacional, num tempo muito difícil para o país e para os portugueses.

Ainda há muito tempo para se congregarem vontades que levem a que Manuel Monteiro assuma uma candidatura nacional à presidência da república. Será um caminho árduo a percorrer, mas exequível, e, porventura, vitorioso.
Mário Casa Nova Martins