Desabafos 207/2018 - XIV
O
primeiro-ministro de Portugal, vestido a rigor, roçadeira na mão, veio no
passado 24 de Março à Serra de São Mamede, em pré-campanha eleitoral para as
legislativas de 2019, segundo rezam as crónicas, «limpar a floresta».
É
assim, hoje, a política, a política-espectáculo, sem Princípios ou Valores,
cultivando apenas a arte circense.
Durante
6 minutos e 47 segundos, com pouca arte segundo as crónicas, o espectáculo, com
honras televisivas e outras, teve o impacto desejado junto do povo ordeiro.
Sensibilização,
apregoou-se, e muito bem, principalmente numa Serra, num Parque Natural, com o nome Parque Natural da Serra de São Mamede, onde a limpeza que ali é feita, faz com que há
anos não haja no Parque incêndios de monta. Felizmente!
O
povo do concelho de Portalegre saiu à rua para ir ver o primeiro-ministro. E
pela comunicação social local ficou a saber-se que estava e ficou feliz com a
visita.
Também
não é de estranhar, gente dócil, para quem tudo está bem, que tudo começa e
acaba bem, ver o primeiro-ministro enche-lhes o coração e a alma de felicidade.
Para
quê questionar o primeiro-ministro sobre os problemas do concelho de
Portalegre?
O
concelho de Portalegre vê o IC 13 inacabado, o IP 2 jamais terá perfil de
autoestrada, o comboio nunca será alternativa ao automóvel, a Barragem do Pisão não passa de miragem, os Serviços há
muito que estão em Évora, a Saúde está um caos, as valências do Hospital José
Maria Grande cada vez são menos, o investimento público é nulo. A própria
autarquia, verdadeiro “albergue espanhol”, está ingovernável.
Em
suma, Portalegre, cidade e concelho, foi à Serra de São Mamede ver o primeiro-ministro,
e de lá veio com os pulmões cheios de ar puro.
Bem-aventurada seja!
Rádio Portalegre, 9 de Abril de 2028
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