\ A VOZ PORTALEGRENSE: novembro 2011

quarta-feira, novembro 30, 2011

O que é «Portalegre Digital» - I

O que é «Portalegre Digital»?
É um dos ‘mistérios’ que assolam Portalegre. O que é, para que serve «Portalegre Digital».
O que é, para que serve, quem a constitui, que verbas movimenta, de onde vêm essas verbas, tudo questões que em Portalegre se formulam em relação a uma denominada «Associação para o Desenvolvimento de Portalegre Distrito Digital».
Pessoalmente, fizemos este conjunto de perguntas a dois destacados quanto ilustres políticos locais, um do PSD e outro do PS. E ambos não foram capazes de nos dar uma resposta minimamente convincente. Melhor, como que, como se diz na gíria, embatucaram.
O que ‘esconde’ esta Associação para que seja uma ‘ilustre desconhecida’ para a larga maioria dos portalegrenses, ao mesmo tempo que doutos políticos indígenas não conseguem enunciar objectivos e fins da mesma?
Indo ao “motor de busca” da Google, escrevendo ‘Associação para o Desenvolvimento de Portalegre Distrito Digital’, surge-nos este site:
Aqui ficamos a saber:
Empresa / Entidade
Associação para o Desenvolvimento de Portalegre Distrito Digital
Morada
R. Eng. Luís M Amaral 10 - Pavilhão B – 1
Portalegre
7300-058 PORTALEGRE
Localização
Website
Agora, entramos no site http://www.portalegredigital.pt
Aí, clicando em ‘APDD Missão e Objectivos', ficamos a conhecer melhor a Associação:
A sua Missão e os seus Objectivos, através dos Antecedentes Históricos, dos Estatutos, dos Associados e saber-se os Contactos, que são:
Associação Para o Desenvolvimento de Portalegre Distrito Digital
Rua Eng. Luís Mira Amaral, N.º 10 - Pavilhão B1 – CACE
7300 - 058 Portalegre
Telefone: 245 203 101
Fax: 245 203 128
Coordenação
Directora Executiva:
Ana Raquel Carrilho Relvas Milhano
Gestão de Apoio da Administração e Direcção: Andreia Isabel Jorge Branco
Não conhecemos nem formal nem informalmente estas Pessoas, cujo desempenho, estamos certos, é feito com o maior profissionalismo.
Mas o ‘anonimato’ nem sempre dura. De um momento para o outro, a novel Associação para o Desenvolvimento de Portalegre Distrito Digital tornou-se notícia, e de âmbito nacional, graças a quatro denominados ‘ajustes directos’ a quatro empresas, sendo duas de um mesmo proprietário.
Estes ajuste directos podem ser consultados em:
Os quatro foram efectuados todos no mesmo dia.
O total dos ajustes directos tem o valor de 298 700.00 €.
Saúde-se tão benemérita associação.
Mas, a pergunta, ou perguntas mantêm-se:
_ Quem financia esta Associação? Dá lucro? No caso de dar prejuízo, quem arcará com o mesmo?
Também fica a pergunta:
_ Porque a modalidade do ‘ajusto directo’ e não a do ‘concurso público’?
Mais uma pergunta:
_ Há alguma forma de favorecimento às empresas contratadas, ao ser decidido o ‘ajuste directo’ em vez do ‘concurso público’?
Por Portalegre tudo acontece. Há anos, o então presidente da CMP dizia haver fantasmas no edifício da própria CMP. Disso os jornais fizeram eco. Logo, em Portalegre, já nada espanta!...
Mário Casa Nova Martins
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Texto da revista SÁBADO que despoletou esta notícia:
QUATRO CONTRATOS NO MESMO DIA (OU COMO CONTORNAR O TECTO MÁXIMO DE 75 MIL EUROS)
A Associação para o Desenvolvimento de Portalegre Distrito Digital (entre os associados figura a Câmara Municipal de Portalegre) celebrou quatro contratos por ajuste directo no mesmo dia 14 de Outubro de 2011, pelos seguintes valores: 74.700, 74.500, 74.500 e 74.800 euros. Ou seja, todos ligeiramente abaixo do tecto máximo de 75.000 euros, acima dos quais o concurso público já seria obrigatório neste caso: bens e serviços no sector público administrativo tradicional. Factura total: 298.700 euros, distribuídos por quatro empresas. Duas delas, a Ilustratown e a DFCM Consultadoria, têm um sócio em comum, Diogo Mendes. Os contractos em causa visam o fornecimento de serviços de informação e gestão de conteúdos. A Câmara Municipal de Portalegre remete quaisquer esclarecimentos para a associação, que não respondeu aos contactos da SÁBADO.
in, SÁBADO – Nº 395 – 23 A 29 DE NOVEMBRO DE 2011 – página 64
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Link para este caso no facebook:
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Associação para o Desenvolvimento de Portalegre Distrito Digital
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Ilustratown-Informação Tecnológica Lda
Ajuste directo
Descrição:
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Dfcm Consultadoria - Consultoria e Serviços de Outsourcing Lda
Ajuste directo
Descrição:
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Tempo Sem Fim, Lda.
Ajuste directo:
Descrição:
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5 Estações - Informação e Serviços, Lda.
Ajuste directo:
Descrição:

O que é «Portalegre Digital» - II

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Texto da revista SÁBADO que despoletou esta notícia:
QUATRO CONTRATOS NO MESMO DIA (OU COMO CONTORNAR O TECTO MÁXIMO DE 75 MIL EUROS)
A Associação para o Desenvolvimento de Portalegre Distrito Digital (entre os associados figura a Câmara Municipal de Portalegre) celebrou quatro contratos por ajuste directo no mesmo dia 14 de Outubro de 2011, pelos seguintes valores: 74.700, 74.500, 74.500 e 74.800 euros. Ou seja, todos ligeiramente abaixo do tecto máximo de 75.000 euros, acima dos quais o concurso público já seria obrigatório neste caso: bens e serviços no sector público administrativo tradicional. Factura total: 298.700 euros, distribuídos por quatro empresas. Duas delas, a Ilustratown e a DFCM Consultadoria, têm um sócio em comum, Diogo Mendes. Os contractos em causa visam o fornecimento de serviços de informação e gestão de conteúdos. A Câmara Municipal de Portalegre remete quaisquer esclarecimentos para a associação, que não respondeu aos contactos da SÁBADO.
in, SÁBADO – Nº 395 – 23 A 29 DE NOVEMBRO DE 2011 – página 64
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Link para este caso no Facebook:
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Associação para o Desenvolvimento de Portalegre Distrito Digital
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Ilustratown-Informação Tecnológica Lda
Ajuste directo
Descrição:
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Dfcm Consultadoria - Consultoria e Serviços de Outsourcing Lda
Ajuste directo
Descrição:
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Tempo Sem Fim, Lda.
Ajuste directo:
Descrição:
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5 Estações - Informação e Serviços, Lda.
Ajuste directo:
Descrição:

terça-feira, novembro 29, 2011

Eléments N°141 - L'Agonie de l'Europe et de l'Euro

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Le crédit permet de consommer l’avenir dès le moment présent. Il repose sur l’utilisation d’une somme virtuelle que l’on actualise en lui attribuant un prix, l’intérêt. Sa généralisation fait perdre de vue le principe élémentaire selon lequel on doit limiter ses dépenses au niveau de ses ressources, car on ne peut perpétuellement vivre au-dessus de ses moyens. L’essor du capitalisme financier a favorisé cette pratique : certains jours, les marchés échangent l’équivalent de dix fois le PIB mondial, ce qui montre l’ampleur de la déconnection avec l’économie réelle. Lorsque le système de crédit devient une pièce centrale du dispositif du Capital, on rentre dans un cercle vicieux, l’arrêt du crédit risquant de se traduire par un effondrement généralisé du système bancaire. C’est en brandissant la menace d’un tel chaos que les banques ont réussi à se faire constamment aider des Etats.(...)
Il en est de l’endettement comme de la croissance matérielle : ni l’un ni l’autre ne peuvent se prolonger à l’infini. Le système de l’argent périra par l’argent.
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DOSSIER
L'agonie de l'Euro(pe)
L'année 2012 sera terrible, par Alain de Benoist
Les Européens doivent se considérer comme une puissance «ré-émergente», par Jean-Claude Lempereur
L'euro ? Il faut en faire une monnaie commune, par Alain de Benoist
ET AUSSI
Face à la rédaction d'Eléments : Richard Millet, l'imprécateur
Tintin à Hollywood : un mariage contre-nature ? par Francis Bergeron et Michel Marmin
"Nicolas Sarkozy trahit la France", un entretien avec Jacques Vergès
In memoriam : Vladimir Dimitrijevic, par François Bousquet
L'addictature ou l'impossible révolte, par J. H. d'Avirac
Amour : Éros ou Agapè ? par Pierre Le Vigan
«Pour l'Europe, c'est le tigre ou la mort», entretien avec Alain Sennepin
Gilbert Keith Chesterton, par Philippe Maxence

segunda-feira, novembro 28, 2011

O sorriso de Marcello Caetano

O sorriso de Marcello Caetano
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O ‘13º mês’ em Portugal, foi criado por Marcello Caetano em 1972, (Decreto-Lei, 457 de 15 Novembro de 1972).
Com a introdução do ‘14.º mês’, o ’13.º mês’ passou a ser conhecido como o ‘subsídio de natal’, e aquele como o ‘subsídio de férias’.
Vale a pena lembrar o que a este propósito escreveu o seu admirador Joaquim Veríssimo Serrão: _ «Deve-se-lhe a criação daquilo a que se chama um estado social entre nós, como as pensões para as empregadas domésticas e os trabalhadores rurais, e o 13.º mês». «Verificou-se mesmo, no seu tempo, uma subida nos ordenados e uma melhoria do nível de vida, com o desemprego quase inexistente. Reforçou, por outro lado, as reservas de ouro, o que manteve o escudo na terceira moeda do mundo, depois do dólar e do franco suíço.»
Somos frontalmente críticos de marcellismo, e só ferrenhos marcellistas é que falam favoravelmente daquele período e das medidas sociais introduzidas por Marcello Caetano, como se antes tudo fosse ‘medievalismo’.
Mas neste tempo de grave crise económica e financeira, também social e acima de tudo crise de Valores, não deixa de ser irónico que a ‘herança social’ do marcellismo seja hoje lembrada, em confronto com o facto de em 2011 haver portugueses que tiveram um corte de metade no dito ’13.º mês’ e que a partir de 2012 esse subsídio deixa pura e simplesmente de ser atribuído.
Podemos ser saudosistas, mas nunca o seremos do marcellismo. Mas lembrar que foi no tempo de Marcello Caetano que os portugueses receberam pela primeira vez o ‘13.º mês’, e agora passados quarenta anos esse ‘abono’ vai-lhes ser totalmente retirado, não deixa de ser irónico!
Será que o «24 de Abril» está a ‘sorrir’ do «25 de Abril»? Parece que sim…
Mário Casa Nova Martins

Acção Integral

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domingo, novembro 27, 2011

Eléments N°140 - Révoltes arabes sous influences

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Toute la question, maintenant, est de savoir comment les mouvements actuels pourront résister aux récupérations de toutes sortes, voire aux contre-révolutions. « On osa jusqu’à la fin, parce qu’on avait osé d’abord », disait Saint-Just à propos de la Révolution de 1789. Mais les révolutionnaires français savaient au moins ce qu’ils voulaient. L’anonyme « printemps arabe », qui n’a pour l’instant fait émerger aucune idée neuve, aucune figure capable de remplir le vide du pouvoir, aucune classe intellectuelle capable de théoriser ses aspirations, osera-t-il « jusqu’à la fin » ? On peut en douter. Les révoltes permettront à de nouvelles générations d’accéder au pouvoir, pas forcément de changer de régime.
Le monde arabe moderne est né en 1916, quand les populations du Proche-Orient se sont soulevées contre les Turcs ottomans, maîtres de la région depuis le début du XVIème siècle. Depuis cette date, les « printemps arabes » se sont succédé, mais l’« indépendance » proclamée le 5 juin 1916 à La Mecque est toujours restée un rêve. On attend encore qu’il puisse se concrétiser.
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Au sommaire du dossier "Révoltes arabes sous influences"
• Derrière les jacqueries des peuples, les révoltes de palais, par Pascal Eysseric
• Egypte : le pays qui dansait sur un volcan
• Entretien avec Patrick Haenni, métamorphose de l'islam
• Chronologie des révoltes arabes
• Turquie : la nouvelle révolution verte, par Tancrède Josseran
Et aussi
• Entretien exclusif avec le général Vincent Desportes : « Le piège américain »
• L'aventure de Sylvain Tesson : la quête du paladin
• Chine : les habits neufs du capitalisme mondial, par Flora Montcorbier
• Nicolas Gogol, le démon du ridicule, par François Bousquet
• Bruno de Cessole, promenade au pays des géants, par Michel Marmin
• D. H. Lawrence, le prophète du sang primitif, par Fabrice Valclérieux
• Le dictionnaire culte des films français pornographiques et érotiques, par Francis Moury

sábado, novembro 26, 2011

Futsal - C Desportivo Portalegrense

C. D. Portalegrense - Almançor
26 de Novembro de 2011
17:00
Pavilhão Municipal de Portalegre

sexta-feira, novembro 25, 2011

Os cães ladram e a caravana passa

Os cães ladram e a caravana passa
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Hoje em dia as gerações mais novas, e não só, não sabem o que quer dizer, o que significa a expressão ‘capitães de abril’. De tal não virá grande mal ao mundo, pelo contrário, limitam-se a não saber que os ditos ‘capitães de abril’ são uma corporação com interesses de índole económica, e que foram o embrião de um golpe de estado em 25 de Abril de 1974.
Mas as consequências dos actos dos ‘capitães de abril’ foram muito para além dos seus interesses corporativistas, transformando-se em ‘cartilha política’ assente em três desideratos, os três D’s. Democratizar, descolonizar e desenvolver são o leitmotiv da actual Terceira República, da qual os ‘capitães de abril’ se sentem ‘fundadores’.
Os ‘capitães de abril’ há muito que criaram uma associação, também ela de índole corporativa, visto o seu objectivo principal ser a perpetuação de uma vassalagem aos ‘heróis de abril’, fundamentalmente em termos económicos.
E, precisamente, sentindo que a classe militar estava perder privilégios, de ordem económica, evidentemente, eis que dois daqueles ‘capitães de Abril, daqueles ‘heróis de abril’ vêm a terreiro ameaçar as gentes de novo golpe de estado!
Mas ‘o tiro saiu-lhes pela colatra’… Os dois ‘heróis de abril’ caíram no ridículo… Os dois ‘capitães de abril’ foram caricaturados da forma mais baixa no semanário Expresso pelo ‘caricaturista de serviço’, e que acima reproduzimos.
Os dois ‘capitães de abril’ não esperariam que a sociedade civil os tivesse em tão baixa conta, a ponto de ser bem certo o provérbio popular, «os cães ladram e a caravana passa»!
Um dos ‘heróis de abril’ é um consumado terrorista que os ‘brandos costumes de índole estado-novense’ permitiram que não pagasse pelos crimes das assassinas “FP – 25 de Abril”. O outro dos ‘heróis de abril’ é useiro e vezeiro em tiradas pseudo anti-fascistas, que só assustam papalvos. Ambos são o pior que o golpe de estado de 25 de Abril de 1974 produziu. Que descansem em paz!
Mário Casa Nova Martins

quinta-feira, novembro 24, 2011

Governo em 'queda livre'

Governo em 'queda livre'
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Continua o lento declínio do PSD nas sondagens. De mês para mês o PSD vem descendo nas intenções de voto, muito fruto da incapacidade de governar. Mais do que o falsear das promessas que fez na campanha eleitoral, a incompetência dos ministros e suas equipas no tentar combater a crise, é o primeiro factor do cada vez maior descontentamento dos portugueses.
Mas, desta vez, a descida do PSD é acompanhada pela também descida do CDS. É que ‘começa a fazer rombo’ principalmente a inépcia do ministério que tutela a Agricultura, o Mar, o Ambiente e o Ordenamento do Território.
Há muito que se esfumou o tempo da graça, e a graça que foi o fim da obrigatoriedade de se usar gravata no ministério não passou disso mesmo, uma graça num tempo de desgraça!
Pertencente ao lóbi da igreja católica no governo, o outro representante é o social-democrata Miguel Macedo, ministro da Administração Interna, a ministra desdobra-se em aparições públicas inconsequentes, sendo o ministério que menos tem conseguido cumprir os objectivos a que Portugal está obrigado junto das instâncias europeias do sector. E o não conseguir resolver o problema da Lei do Arrendamento, prova que o seu desempenho é um flop.
De referir o ‘definhar’ do BE e o consequente ‘acumular’ do PCP. Por que espera o BE para substituir o ‘jesuítico’ Francisco Louçã na liderança partidária?
Mário Casa Nova Martins

quarta-feira, novembro 23, 2011

Mário Silva Freire

A PERIFERIA DAS PERIFERIAS
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Já várias vezes, e por diversos modos, tentei chamar a atenção do poder local e daqueles que nos representam para a importância das acessibilidades (ou da falta delas!) no desenvolvimento de uma região.
Leio no jornal Fonte Nova de 15 de Novembro passado, numa análise preliminar aos censos de 2011, feita pelo sociólogo José Correia Pais, que o Distrito de Portalegre entre 2001 e 2011, perdeu 8066 habitantes.
Ora, é na oportunidade de criação de emprego que reside o potencial de crescimento de uma região, seja ele demográfico ou económico. Mas o emprego só é gerado se houver investimento. Numa altura em que os poderes públicos estão a conter ou a diminuir os seus contingentes, é na criação de empresas que reside o futuro de uma região.
Admitamos, então, que um investidor está a pensar em criar na região de Portalegre uma PME do sector secundário, aquele que mais perda sofreu nestes últimos anos. Uma das questões que primeiramente colocará será, naturalmente, a que se relaciona com as acessibilidades que tem para transportar as matérias-primas, exportar os seus produtos e modos rápidos e económicos de deslocar os agentes directamente interessados (fornecedores, clientes e produtores). 
Como é que Portalegre se situa, nos campos rodoviário e ferroviário, para ser um elemento de atractividade de potenciais investidores? A resposta, infelizmente, é esta: quanto ao sector rodoviário, não andarei longe da verdade se considerar Portalegre a única capital de distrito a não ter uma auto-estrada que a sirva ou, sequer, qualquer via desse tipo em projecto.
Quanto ao sector ferroviário, a resposta foi dada há pouco: o Plano Estratégico de Transportes do Governo prevê o encerramento de 622,7 quilómetros de linha ferroviária e de diversos serviços, entre os quais o transporte de passageiros na Linha do Leste entre Abrantes e Portalegre, bem como a desactivação do Ramal de Cáceres.
Numa altura em que a palavra de ordem é o corte nas despesas e a selecção nos investimentos públicos, pergunto-me sobre qual a razão que leva o governo central, os poderes locais, com todas as entidades e instituições que neles existem e os deputados do distrito, a assistirem, inertes, ou a contribuírem para o afundamento demográfico e económico de uma região como a de Portalegre? Será que por estarmos neste interior tão periférico já saímos do mapa?
Termino com o que escrevi neste mesmo blog em 28 de Outubro de 2009: “É dos manuais da ciência política que a melhor maneira de aglutinar vontades é encontrar um inimigo comum. Ora, aqui, se inimigos existem, eles têm a ver com o desemprego e a desertificação humana. Então, porque não eleger estes inimigos para aglutinar esforços no sentido de exigir das entidades competentes a criação de uma Linha do Leste condigna que sirva a cidade e a região de Portalegre?”
Mário Freire

terça-feira, novembro 22, 2011

Tintin que é 'pouco' Tintin

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Tintin que é ‘pouco’ Tintin
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O que primeiro nos ocorre dizer sobre o filme «O Segredo de La Licorne» é que não é um filme para Tintinófilos e que o filme não conquista mais leitores para a obra de Hergé.
Das quatro versões disponíveis, em português e 3D, em inglês e 3D, em português e 2D e em inglês e 2D, escolhemos ver a última. Quando o filme estiver disponível à venda em DVD, escolheremos a versão em francês, que é a língua ‘original’ de Tintin.
O filme é baseado principalmente em «O Caranguejo das Tenazes de Ouro» e em «O Segredo do Licorne». A sequela será, pelo certo, baseada em «O Tesouro de Rackam o Terrível».
Para quem conhece minimamente As Aventuras de Tintin, é bastante discutível ‘ligar’ o primeiro, «O Caranguejo das Tenazes de Ouro», aos segundo e terceiro, «O Segredo do Licorne» e «O Tesouro de Rackam o Terrível», até porque estes dois últimos completam a mesma história.
Sabe-se que Steven Spielberg nunca foi leitor de Hergé, e que Hergé afirmou ser aquele o único que poderia levar Tintin ao grande-ecrã com sucesso. Mas, o sucesso que Hergé anteviu é apenas de índole financeira, já que uma vez mais se prova a dificuldade de transpor um herói da BD escrita para o cinema.
Em termos técnicos, Peter Jacson é perfeito, irrepreensível. Mas em termos de argumento as ‘invenções’ são tão excessivas quanto despropositadas. A presença/chamada de Bianca Castafiori, ‘apenas’ para partir com a sua voz um vidro à prova de bala é a prova maior do desconhecimento do universo de Tintin.
Era expectável que existissem no filme cenas ‘à Spielberg’, tipo Indiana Jones. O que de facto acontece, e que de tal não vem mal ao mundo porque as mesmas são ‘inventadas’, não obedecendo a qualquer parte dos álbuns.
É conhecida a forma como Spielberg trata a História, falsificando-a sem pudor. Também aqui a história está falsificada, e a maior ‘falsificação’ é o aparecimento do ‘mau’, descendente directo de Rackan o Terrível que luta contra o descendente directo do Cavaleiro de Haddock.
Também há uma inversão no curso da história, quando no filme se descobre o tesouro em Moulinsart, o que é correcto, mas prepara-se para no segundo filme acontecer a viagem em busca do tesouro que se pensava encontrar nos destroços de La Licorne, e que pertence ao álbum «O Tesouro de Rackam o Terrível». Mas a sétima arte é muito pródiga nestes cenários.
Hoje, a apetência para a leitura é cada vez menor. E os mais novos há muito que desaprenderam o que é o hábito da leitura, se é que alguma vez o tiveram. Assim, e pelas razões acima apontadas, dificilmente o filme criará motivação para que As Aventuras de Tintin ganhem novos leitores.
Para os Tintinófilos, claro que nem tudo é mau no filme, muito pelo contrário. Mas a maior ‘recompensa’ é ver os seus/nossos heróis como pessoas, lembrando aquela pioneira experiência de «Le crabe aux pinces d'or», datada de 1947, com bonecos de pano, e, claro, em francês.
Mário Casa Nova Martins
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Tintin no 'Expresso'

Na 'Atual', revista do semanário 'Expresso, do dia 12 de Novembro de 2011, página 45, está a classificação dada ao filme «As Aventuras de Tintin - O Segredo do Licorne», por três críticos de cinema.
Francisco Ferreira, Jorge Leitão Ramos e Vasco Baptista Marques, em uníssono, atribuem duas estrelas, em cinco, ao filme. Tal como nós no semanártio 'O Diabo'.
Mário Casa Nova Martins

segunda-feira, novembro 21, 2011

Tintin que é 'pouco' Tintin

CINEMA
Tintin que é ‘pouco’ Tintin
MÁRIO CASA NOVA MARTINS
As Aventuras de Tintin - O Segredo do Licorne
Título original: The Adventures of Tintin
Realização: Steven Spielberg
Vozes (versão original): Jamie Bell, Andy Serkis, Daniel Craig, Simon Pegg, Nick Frost
Vozes (versão dobrada): Simon Frankel, Luís Mascarenhas, Pêpê Rapazote, Rui Unas, Nuno Markl
EUA/NZ, 2011, 107 min.
Estreia: 27 de Outubro de 2011 
“O Segredo de La Licorne” não é um filme para Tintinófilos e não conquista mais leitores para a obra de Hergé. É baseado principalmente em «O Caranguejo das Tenazes de Ouro» e em “O Segredo do Licorne” e a sequela será, pelo certo, baseada em “O Tesouro de Rackham o Terrível”. Para quem conhece minimamente As Aventuras de Tintin, é bastante discutível ‘ligar’ o primeiro, “O Caranguejo das Tenazes de Ouro”, aos segundo e terceiro, “O Segredo do Licorne” e “O Tesouro de Rackham o Terrível”, até porque estes dois últimos completam a mesma história.
Sabe-se que Spielberg nunca foi leitor de Hergé, e que Hergé afirmou ser aquele o único que poderia levar Tintin ao grande ecrã com sucesso. Mas, o sucesso que Hergé anteviu é apenas de índole financeira, já que uma vez mais se prova a dificuldade de transpor um herói da BD escrita para o cinema.
Em termos técnicos, Peter Jackson é perfeito, irrepreensível. Mas no argumento as ‘invenções’ são tão excessivas quanto despropositadas. A presença de Bianca Castafiori, ‘apenas’ para partir com a sua voz um vidro à prova de bala é a prova maior do desconhecimento do universo de Tintin. Era expectável que existissem cenas ‘à Spielberg’, tipo Indiana Jones. O que de facto acontece, e que de tal não vem mal ao mundo porque as mesmas são ‘inventadas’, não obedecendo a qualquer parte dos álbuns.
Os mais novos há muito que desaprenderam o que é o hábito da leitura. Assim, e pelas razões acima apontadas, dificilmente o filme criará motivação para que Tintin ganhe novos leitores. Para os Tintinófilos, claro que nem tudo é mau no filme, muito pelo contrário. Mas a maior ‘recompensa’ é ver os seus/nossos heróis como pessoas, lembrando aquela pioneira experiência de “Le crabe aux pinces d'or”, datada de 1947, com bonecos de pano, e, claro, em francês.
Filme **
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in, O DIABO, 15 de Novembro de 2011, Nº 1820, pg. 21

Tintin n'O Diabo

O Nonas, o Alberto Araújo Lima, soube que tínhamos preparado para editar em «A Voz Portalegrense» um texto sobre o filme «As Aventuras de Tintin - O Segredo do Licorne», e disse-nos que ia falar com o Duarte, o Duarte Branquinho director do semanário «O Diabo», sugerindo-lhe que o mesmo saísse no jornal.
O Duarte fez o favor de aceitar, e dada a não elasticidade do papel de jornal o texto foi ‘encurtado, adaptado ao espaço que «O Diabo» concede ao Cinema.
Assim, hoje editamos o texto que saiu no jornal, e amanhã editamos o ‘original’.
Agradecemos ao Duarte, e também ao Nonas, o facto de, pela primeira vez, termos um texto nosso publicado em «O Diabo».
Mário Casa Nova Martins

domingo, novembro 20, 2011

FINIS MUNDI

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