AA - Evolução na continuidade
Evolução na
continuidade
Quando a Esquerda ganha as eleições, ela ganha. Mas quando
as perde, ela ganha também, porque a Direita não aplica as suas ideias e
submete-se à Esquerda.
O parágrafo anterior é a realidade de meio século de
Socialismo travestido por vezes de Social-Democracia em Portugal. 1974-2024,
cinquenta anos que começaram com a tentativa da implantação da Democracia
Popular, vulgo Comunismo, entre 11 de Março de 1975 e 25 de Novembro de 1975,
seguido de ininterrupta ‘via p’ró Socialismo’, um «abrir caminho para uma
sociedade socialista» que em tempos a Constituição da República celebrava no
seu preâmbulo, mas que nunca deixou de andejar no sentido da miséria do
Socialismo. Pelo meio, bancarrotas, resgates, clientelismo, fraudes, corrupção,
dependência e subsidiodependência.
Há semanas que o Orçamento de Estado para 2025 é tema na
praça pública. Ainda não é conhecido o documento, mas já há partidos que
afirmam ir votar contra, outros que impõem condições severas para que o venham
a aprovar. Em suma, um ‘circo mediático’ cuja principal finalidade é desviar a
atenção dos Portugueses da crua realidade social em que o país está mergulhado.
Não será difícil adivinhar que o próximo Orçamento de Estado
continuará a famigerada caminhada para o Socialismo, penalizando Famílias e
Empresas, favorecendo os lóbies que sustentam o governo, as instituições e fundações
onde a Esquerda mais radical faz apologia das maiores aberrações e de situações
contra-natura. Também será penalizado quem trabalha, quem cria riqueza e será
favorecida a subsidiodependência. Nada de novo, portanto.
Segundo estudos de opinião mais recentes, dando-lhe crédito,
o que por vezes não é fácil, o enorme Centrão, PS+PSD, continua largamente
maioritário, a Extrema- Esquerda, Livre, Bloco de Esquerda, PCP, não cresce, e
a Direita desce um pouco.
Quanto à Direita, não se sabe que partido ou partidos a
representam. O Chega está na economia entre PSD e PS. O CDS não tem voz,
debaixo da ´pata’ do PSD. O próprio PSD diz-se Social-Democrata, e na economia
está perto do Socialismo que o PS defende. A IL diz-se não de Direita, mas tem
um programa económico de Direita, semelhante, salvaguardando a diferença
temporal, ao do CDS quando as ideias do Grupo de Ofir eram dominantes no
partido.
Posto isto, só há que respeitar a vontade popular, se bem
que não deixe de ser curioso ouvir e ler tanta crítica ao Centrão, e depois
continuadamente dão-lhe o voto!
Mário Casa Nova Martins