AA - Silly Season
Há muito que este inglesismo entrou no vocabulário
português, significando um período do ano, concretamente o mês de Agosto, com
escassez de acontecimentos sejam de que ordem for.
No caso da política e dos políticos ambos dizem estar de férias,
gerando a ‘silly season’, e quando voltam marcam esse regresso com uma festa
popular a que dão o nome de ‘rentrée.’
Este Agosto de 2024 não foi excepção. E lá se viu
comícios-festa, ‘universidade de verão’, ‘academia socialista’, e outras formas
de marcar a agenda política para os meses seguintes. Tudo em nome da
democracia, cada um com a sua democracia.
Mas nesta ‘silly season’ tiveram lugar umas eleições presidenciais
que se tornaram, como agora é de bom-tom dizer-se, ‘virais’. Aconteceram na
Venezuela, um país que graças ao petróleo já foi rico e que agora graças ao
Socialismo é pobre. Mas isso são ‘contas de outro rosário’.
Segundo os resultados da Comissão Nacional Eleitoral da
Venezuela, o vencedor teve 51,2 % dos votos e o vencido 44,2 %. Contudo,
‘observadores’ dizem que o vencedor teve 20 % e o vencido 60 %.
Sempre se soube que na Venezuela as eleições iriam ser
fraudulentas, como acontecera nas anteriores, para que a ‘nomenklatura’
continuasse no poder. E assim vai a América Latina.
Na Europa e Médio Oriente continuam as guerras, seja ‘por
procuração’, ou legítimas consoante o lado em que os contendores se encontram.
Mas outras guerras híbridas ou menos híbridas continuam pelos dois hemisférios.
Sempre a busca pela posse dos recursos naturais. Tudo é economia.
E em Portugal continua a discutir-se ‘o sexo dos anjos’,
concretamente sobre o conceito de ‘pessoas que menstruam’ e outras temáticas
Woke, às quais se ‘associou’ o partido do Governo e o próprio Governo.
Neste ‘fim de tempo’, ‘festas e romarias’ contentam o viver
dos Portugueses, tal como no conto da Cigarra e da Formiga. Vive-se o tempo da
Cigarra, mas em breve virá o tempo em que a Formiga, avisada e ajuizada,
provará ter a razão pelo seu lado.
A instabilidade política portuguesa é real. Um presidente da
República circense, um Governo que governa pensando constantemente em próximas
eleições, uma Oposição à Direita e à Esquerda que caminha com desnorte, e uma
Esquerda Radical altamente minoritária que age como ‘senhora e detentora das virtudes
wokistas’.
Aproxima-se o Outono, um outono que pode ter inúmeros
sentidos. Nenhum será bom.
Mário Casa Nova Martins
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