\ A VOZ PORTALEGRENSE: AA - Silly Season

sexta-feira, setembro 13, 2024

AA - Silly Season

Silly Season

Há muito que este inglesismo entrou no vocabulário português, significando um período do ano, concretamente o mês de Agosto, com escassez de acontecimentos sejam de que ordem for.

No caso da política e dos políticos ambos dizem estar de férias, gerando a ‘silly season’, e quando voltam marcam esse regresso com uma festa popular a que dão o nome de ‘rentrée.’

Este Agosto de 2024 não foi excepção. E lá se viu comícios-festa, ‘universidade de verão’, ‘academia socialista’, e outras formas de marcar a agenda política para os meses seguintes. Tudo em nome da democracia, cada um com a sua democracia.

Mas nesta ‘silly season’ tiveram lugar umas eleições presidenciais que se tornaram, como agora é de bom-tom dizer-se, ‘virais’. Aconteceram na Venezuela, um país que graças ao petróleo já foi rico e que agora graças ao Socialismo é pobre. Mas isso são ‘contas de outro rosário’.

Segundo os resultados da Comissão Nacional Eleitoral da Venezuela, o vencedor teve 51,2 % dos votos e o vencido 44,2 %. Contudo, ‘observadores’ dizem que o vencedor teve 20 % e o vencido 60 %.

Sempre se soube que na Venezuela as eleições iriam ser fraudulentas, como acontecera nas anteriores, para que a ‘nomenklatura’ continuasse no poder. E assim vai a América Latina.

Na Europa e Médio Oriente continuam as guerras, seja ‘por procuração’, ou legítimas consoante o lado em que os contendores se encontram. Mas outras guerras híbridas ou menos híbridas continuam pelos dois hemisférios. Sempre a busca pela posse dos recursos naturais. Tudo é economia.

E em Portugal continua a discutir-se ‘o sexo dos anjos’, concretamente sobre o conceito de ‘pessoas que menstruam’ e outras temáticas Woke, às quais se ‘associou’ o partido do Governo e o próprio Governo.

Neste ‘fim de tempo’, ‘festas e romarias’ contentam o viver dos Portugueses, tal como no conto da Cigarra e da Formiga. Vive-se o tempo da Cigarra, mas em breve virá o tempo em que a Formiga, avisada e ajuizada, provará ter a razão pelo seu lado.

A instabilidade política portuguesa é real. Um presidente da República circense, um Governo que governa pensando constantemente em próximas eleições, uma Oposição à Direita e à Esquerda que caminha com desnorte, e uma Esquerda Radical altamente minoritária que age como ‘senhora e detentora das virtudes wokistas’.

Aproxima-se o Outono, um outono que pode ter inúmeros sentidos. Nenhum será bom.

Mário Casa Nova Martins