\ A VOZ PORTALEGRENSE: setembro 2022

terça-feira, setembro 27, 2022

Desabafos 2022/2023 - II

Lê-se no texto da Agência Lusa editado no jornal on-line Observador no passado dia 20 de Setembro:

_ A cada quatro segundos morre uma pessoa de fome, dizem mais de 200 organizações não-governamentais.

_ 345 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de fome aguda, tendo o número duplicado desde 2018.

Ainda segundo o texto referido:

_ O Fundo Monetário Internacional (FMI) referiu que mais de 12% dos africanos enfrentem insegurança alimentar e apelou aos governos da África subsaariana para serem criteriosos na definição das políticas e da despesa pública.

Tempos a tempos, estas denúncias saem à pública e as ‘boas-consciência’ do Planeta, reunidas nos salões da Organização das Nações Unidas (ONU), peroram, e nada mais fazem do que perorar.

Por muito que custe, a verdade é que a fome é uma arma política, que serve muitos fins, mas que não é resolvida.

À custa da fome vegetam muitas Organizações Não Governamentais (ONG’s), e outros tipos de organizações, que nada resolvem a não ser publicar manifestos, cartas-abertas, para justificar os seus rendimentos, sejam via de subsídios, subvenções, donativos ou outras.

É o mundo da hipocrisia, enquanto Seres Humanos vivem bem abaixo do limiar de subsistência, sem que lhes seja dada a ‘ferramenta’ que lhes permita sair daquele estado sub-humano.

A fome é um flagelo que não escolhe continentes, países, raças ou credos. A fome existe das mais variadas formas. Mas a fome que fere a Dignidade Humana é a mais dolorosa!

Combater a fome, acabar com a fome, devia ser um dos grandes desígnios da Humanidade, que cada vez é mais desumana.

Mário Casa Nova Martins

26 de Setembro de 2022

Rádio Portalegre

https://observador.pt/2022/09/20/a-cada-quatro-segundos-morre-uma-pessoa-por-falta-de-comida/

terça-feira, setembro 13, 2022

Desabafos 2022/2023 - I

Que ano este de 2022! Enquanto a inflação galopa, os portugueses vivem como se não houvesse um amanhã.

Confiantes que o Estado deles cuida, o endividamento das Famílias, quer seja pela compra da habitação, seja pelo consumo, cresce de uma forma que a médio prazo será insustentável.

E o Estado transformou-se numa Instituição caritativa, assistencialista, que ‘em vez de ensinar a pescar dá o peixe’. Pouco falta que esse mesmo Estado dê o ‘peixe’ já cozinhado e sem espinhas.

E aí de quem lembrar o conto da cigarra e da formiga!

Este verão que está prestes a terminar, falho de água porque o ano não foi chuvoso, pelo contrário, foi vivido com uma intensidade inaudita. Praias, restaurantes, viagens, compras de todo o tipo, marcaram o dia-a-dia. O futuro que espere.

A descapitalização, a inexistência de poupanças, nada preocupa. Se existir nova bancarrota, o FMI ou a União Europeia virão em socorro. Não há que haver preocupações.

E assim os Portugueses vivem as suas vidas despreocupadamente. Telenovelas, futebol, festas populares, ocupam as suas necessidades. É o viver no melhor dos mundos!

Mas o Outono está a chegar. E a ele seguir-se-á o Inverno.

Quem hoje for como a formiga, nos rigorosos dias que se aproximam, a tempestade será mais branda, enquanto a cigarra derramará lágrimas, querendo que o Estado a socorra.

Esta é a fábula dos dias que correm. E não vale a pena remar contra a maré. Quem vier a seguir que feche a porta.

Mário Casa Nova Martins

12 de Setembro de 2022

Rádio Portalegre