Desabafos 2022/2023 - I
Que ano este de 2022! Enquanto a inflação galopa, os
portugueses vivem como se não houvesse um amanhã.
Confiantes que o Estado deles cuida, o endividamento das
Famílias, quer seja pela compra da habitação, seja pelo consumo, cresce de uma
forma que a médio prazo será insustentável.
E o Estado transformou-se numa Instituição caritativa,
assistencialista, que ‘em vez de ensinar a pescar dá o peixe’. Pouco falta que
esse mesmo Estado dê o ‘peixe’ já cozinhado e sem espinhas.
E aí de quem lembrar o conto da cigarra e da formiga!
Este verão que está prestes a terminar, falho de água porque
o ano não foi chuvoso, pelo contrário, foi vivido com uma intensidade inaudita.
Praias, restaurantes, viagens, compras de todo o tipo, marcaram o dia-a-dia. O
futuro que espere.
A descapitalização, a inexistência de poupanças, nada
preocupa. Se existir nova bancarrota, o FMI ou a União Europeia virão em
socorro. Não há que haver preocupações.
E assim os Portugueses vivem as suas vidas despreocupadamente.
Telenovelas, futebol, festas populares, ocupam as suas necessidades. É o viver
no melhor dos mundos!
Mas o Outono está a chegar. E a ele seguir-se-á o Inverno.
Quem hoje for como a formiga, nos rigorosos dias que se
aproximam, a tempestade será mais branda, enquanto a cigarra derramará
lágrimas, querendo que o Estado a socorra.
Esta é a fábula dos dias que correm. E não vale a pena remar
contra a maré. Quem vier a seguir que feche a porta.
12 de Setembro de 2022
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