\ A VOZ PORTALEGRENSE: fevereiro 2019

terça-feira, fevereiro 26, 2019

Desabafos 2018/2019 - XV

Não se pode “tomar a nuvem por Juno”, isto é, não se pode interpretar erradamente um sinal ou um acontecimento.
Os padres envolvidos nos casos de abusos sexuais são uma minoria. O pior é a cobertura que lhes dá o resto da hierarquia católica. A protecção dos abusadores vê-se nas penas do Tribunal Eclesiástico.
O grave problema da pedofilia e dos abusos sexuais na igreja católica não é novo, nunca foi novo, apenas estava oculto. De uns anos a esta parte, pelo mundo católico começou a falar-se deste assunto, que cada dia que passa atinge maiores proporções.
Em Portugal havia casos conhecidos, mas, a começar pela comunicação social, eram mantidos quase em segredo de confessionário.
Todavia, também em Portugal se começa a falar, melhor, a denunciar os casos de abusos sexuais cometidos por gente do clero.
Até agora fala-se apenas de casos no masculino, mas sabe-se que também se cometem casos de abusos sexuais no feminino. Contudo, estes últimos ainda continuam no ‘segredo dos deuses’.
O próprio jesuíta Bergoglio diz-se preocupado com estes factos, mas em vez de ser severo na condenação, levando-a sem contemplação ao limite, cria comissões, faz reuniões, cimeiras. E sabe-se como tudo acaba, em nada.
Contudo, toda esta questão envolve uma outra, melhor, duas outras, que são a falta de sacerdotes e o celibato dos padres.
A continuada proibição de ordenamento sacerdotal de mulheres na igreja católica, o forte envelhecimento do clero, tem que levar inexoravelmente a mudanças. Quais? Só o futuro as dirá.
Rádio Portalegre, 25 de Fevereiro de 2019

terça-feira, fevereiro 12, 2019

Desabafos 2018/2019 - XIV

Dezanove países da União Europeia reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela e insistiram para que ele convoque eleições presidenciais justas, livres e independentes o mais cedo possível.
De entre estes países encontra-se Portugal.
Que se diga antes do mais que o governo de Portugal é do Partido Socialista. De certeza que se o governo de Portugal fosse do PSD e do CDS, não teria sido tomada esta decisão.
É que CDS e PSD são, como os definiu Jaime Nogueira Pinto em recente ensaio no jornal «Observador», uma direita envergonhada. PSD e CDS têm os votos da direita, votos que usam, mas que desprezam.
Voltando a Jaime Nogueira Pinto, a haver uma verdadeira direita em Portugal ela teria que assentar neste princípios, «defesa da independência nacional frente a europeísmos e iberismos; valores de orientação religiosa e familiar – contestação da imposição da agenda LGBT e de outras pretensões civilizacionalmente transformistas; valores justicialistas – defesa de uma economia de mercado, com mercado livre mas temperada por medidas sociais de equilíbrio, de protecção dos mais débeis e de reequilíbrio da distribuição de riqueza.»
E este enunciado está na tradição da doutrina social da igreja.
Portugal vive um tempo em que o presidente da República é um demagogo, com atitudes circenses. O primeiro-ministro socialista está em campanha eleitoral permanente. Os radicais de esquerda impõem temas fracturantes. Os partidos parlamentares à direita do PS parecem adormecidos. O país galopa no aumento da dívida pública. E parece que nada acontece!
Rádio Portalegre, 11 de Fevereiro de 2019
*