I Had a Dream.
The Impossible Dream!
Luís
Filipe Vieira teve um sonho. Ficar na história do Benfica como o presidente que
devolveu aos encarnados a hegemonia no futebol português e, como não faz as
coisas por menos, pensou ainda vencer a Liga dos Campeões, aproveitando o facto
da final, esta época se disputar no Estádio da Luz.
Para
isso apostou o dobro ou nada. Abdicou da oferta da Olivedesportos e trouxe os
jogos em casa para a Benfica TV. Manteve a totalidade da equipa da época
passada que tinha dado boa conta de si e apenas necessitava de uma maior
consistência física e psicológica. Investiu forte num banco de suplentes à
altura do onze base. Contra ventos e marés manteve Jorge Jesus, um self-made-man à sua imagem, que gosta mais de fazer
do que pensar e confiou que os problemas, que os havia, se resolveriam por si.
Só
que o Benfica é um tigre de papel e o cenário perfeito, que tinha tudo para dar
certo, transformou-se em tempestade perfeita de consequências imprevisíveis,
aconteça o que acontecer no Estoril.
Mas
o sonho é uma constante da vida, dizia o poeta, e acontece aos melhores.
Martin
Luther King sonhou em fazer da América um paraíso onde negros e brancos vivessem
em paz e harmonia, sem discriminação e com as mesmas oportunidades. E acontece
aos outros.
Pinto
da Costa sonha em chegar aos 100 anos como presidente do fcp a dormir com beldades
de 20 anos e a recitar-lhes José Régio ao ouvido.
Passos
sonha com o regresso aos mercados e com o despedimento com justa causa dos
juízes do Constitucional.
Portas
sonha…pesadelos. Seguro sonha ter maioria absoluta para poder vergar a troika.
Cavaco Silva sonha com um governo PS/PSD/CDS.
Sonhar
é fácil e (ainda) não paga imposto. Mas não basta sonhar. Há sonhos impossíveis.
Vieira talvez ainda possa ficar na história do Benfica, apenas terá, como diz a
canção de Shirley Bassey;
I just have to
be me and I don't need to be / the stranger anymore I used to be / in my
impossible dream.
Luís Filipe
Meira