\ A VOZ PORTALEGRENSE

sexta-feira, novembro 08, 2024

José Regala «Para lá do Tempo»

José Regala «Para lá do Tempo»

Decorreu no passado sábado dia 2 de Novembro, no Auditório do Museu de Tapeçaria Guy Fino, a apresentação do livro de poesia de José Joaquim de Oliveira Barbas Regala, «Para lá do Tempo».

Começou por falar Amélia Bravo Vadillo, da «Filigrana Editora», que editou a obra, e em breves palavras traçou o perfil do Autor e leu dois poemas do livro.

Seguiu-se a Presidente da Câmara Municipal de Portalegre, Fermelinda Carvalho, que falou do seu conhecimento de anos de José Regala. Mostrou quanto se sentia agradada por estar presente nesta ocasião tão marcante para o Autor, e não deixou de referir que a Cultura não é nem será na sua presidência um ‘parente pobre’; pelo contrário, a Cultura terá sempre o maior apoio que a autarquia lhe possa dar. Portalegre tem vida cultural própria e sente que os munícipes aderem às iniciativas promovidas pela autarquia, assim como também àquelas, como a presente, que têm um carácter mais íntimo e pessoal, embora públicas.

A apresentação propriamente dita da obra estava a cargo de Mário Casa Nova Martins, que dividiu a sua intervenção em duas partes.

Na primeira elaborou breve biografia e análise literária de três poetas de Portalegre, de épocas, temáticas e estilos distintos, e que de certa forma se encontram esquecidos, quiçá, injustamente. Vida e obra de Cristóvão Falcão, José Duro e José Rodrigues Eustáquio mereceram a atenção da audiência.

Na segunda parte discorreu sobre o Autor, remetendo para a leitura do Prefácio, que escreveu, explicações acerca da sua relação de amizade, afinidade e cumplicidade de temáticas que em comum cultivam.

Tomando a palavra, José Regala agradece a presença da Presidente da autarquia e elogia o trabalho que tem feito nestes últimos três anos no concelho de Portalegre. De seguida historia o processo da criação do livro, e fala de projectos que tem em preparação. Traça a sua história de vida, momento que prendeu os presentes, alguns ‘cúmplices’ de tempos passados na companhia do Autor, uma personagem multifacetada, da qual a poesia é apenas uma das vertentes.

Conversador excelente, memórias trouxe das suas vivências. Apresentou o Neto João Pedro, Pepo, a quem dedica a obra. Falou dos Pais e do Bisavô materno com saudade e afecto. Lembrou tempos de mocidade na casa paterna na Rua Alexandre Herculano (Rua de Santo André), recordou brincadeiras da época e a paixão pelos carros. Reviveu o acidente que o marcou, e que fez como que vivesse “uma segunda juventude/vida”. No final leu o poema «Intervalo de aulas» (pg. 31/32), um hino ao tempo de estudante no Liceu Nacional de Portalegre, momento que deixou também saudades em muitos dos presentes.

Uma palavra para a excelência da capa, a par da cuidada edição.

«Para lá do Tempo» é uma obra poética que transmite ao leitor toda uma vida, vivida umas vezes perigosamente, outras habitualmente. Não são poemas de juventude, transmitem a serenidade dos anos cheios de experiências. Há muito sentimento e também grande nostalgia. À primeira vista agradáveis de ler. Mas quando se penetra no seu âmago percebe-se, então, a complexidade do Ser que é o José Regala.

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quinta-feira, novembro 07, 2024

Trump

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quarta-feira, novembro 06, 2024

Apresentação do livro de António Martinó

Ainda tenho sonhos

A dada altura da segunda intervenção que faz na apresentação do seu livro «Plutão, a BD & eu», António Miguel Martinó de Azevedo Coutinho disse que ainda tinha sonhos e afirmou que a partir de agora queria editar um livro por cada ano da sua vida.

Enumerou a saída de um segundo volume das «Crónicas Lagóias», novamente na ‘Colecção Largo da Sé’ e com o alto patrocínio do Instituto Politécnico de Portalegre, a preparação duma obra romanceada em co-autoria com o Neto sobre Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo Branco, o fundador da cidade de Portalegre no Brasil, uma reedição da biografia de «João de Azevedo Coutinho – Marinheiro e soldado de Portugal», dado ter muita informação nova. No seu blogue «Largo dos Correios» planeia editar um trabalho sobre as quatro versões da obra de Hergé «A Ilha Negra». Tem ainda projectos, como a preparação de novas «Festas Centenárias de Portalegre» aquando do Quinto Centenário de Portalegre em 2050, a alentejana sua cidade natal.

Uma sala muito bem composta. A sessão abriu com a intervenção da vereadora da Cultura da Autarquia portalegrense, Laura Galão. Palavras de circunstância, das quais se salienta o elogio ao Autor e bastas referências à Feira do Livro que simultaneamente decorria nos Claustros do Convento de Santa Clara, local onde decorria o evento.

Seguiu-se o editor, Fernando Mão-de-Ferro, que saudando a todas e a todos discorreu sobre este último quarto de século em que tem convivido com o Autor e do qual tem editado algumas das suas obras. Palavra ditas que comoveram António Martinó.

A apresentação da obra propriamente dita estava a cargo de António Ventura, que começa por referir o meio século de Amizade com o Autor. Numa verdadeira dissertação, António Ventura discorre sobre a temática da obra memorialista, diarista e biográfica, mostrando as diferenças entre elas e situando o livro de António Martinó, ao qual se refere em termos elogiosos. Aborda em mais pormenor obras de António Alçada Baptista e Raul Brandão, não esquecendo outros autores de biografias, autobiografias e diários como José Régio ou João Chagas, e não-memórias e não-biografias de outros.

Por fim a segunda intervenção de António Martinó. Na primeira fez os agradecimentos e recordou gentes que com ele têm estado nos diferentes trabalhos que ao longo de uma vida de praticamente nove décadas tem realizado nas mais diferentes áreas do saber e da cultura. Na segunda debruçou-se essencialmente sobre a sua última obra.

Ao longo da sua exposição ficou a saber-se as razões da obra, as suas fontes e os diferentes projectos de capa. Uma obra rica em conteúdo e em memorabilia fotográfica.

«Plutão, a BD & eu», foi salientado pelo editor e pelo apresentador como uma obra que é o testemunho pessoal de quem viveu intensamente a sua vida em Portalegre, ao mesmo tempo que é a História desse tempo, trazendo para o presente figuras e factos da maior importância para a vida cultural e cívica da cidade.

António Martinó, recebido com carinho, esteve uma tarde em Portalegre rodeado de Amigos e de Admiradores da sua vasta obra. Para com o “Alto Alentejo” teve palavras simpáticas, que se agradece.

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Texto enviado para o semanário «Alto Alentejo», sobre a apresentação do livro de António Martinó de Azevedo Coutinho, que teve lugar na Biblioteca Municipal de Portalegre.

Mário Casa Nova Martins

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segunda-feira, novembro 04, 2024

José Regala - «Para lá do Tempo»



É dado como prática em situações como a presente, que o Autor convide para apresentar a Obra um académico, um vulto da intelectualidade local, uma figura grada da sociedade. Porém, o Zé quebrou essa praxe e escolheu um Amigo para tão honrosa tarefa.

Assim, é-me dada a oportunidade de trazer à memória dos presentes, vultos que hoje estarão esquecidos, como introdução à apresentação do primeiro livro de Poesia do José Regala, «Para lá do Tempo».

 

Cristóvão Falcão é nome de Escola Pública. E o nome da sua mais conhecida Obra, «Crisfal» foi dado a uma sala de espectáculos, que hoje é passado.

Cristóvão Falcão de Sousa, ou Cristóvão de Sousa Falcão, terá nascido em Portalegre entre 1512 e 1515, e falecido em 1557.

Cristóvão Falcão ter-se-ia apaixonado na sua infância por Maria Brandão, uma jovem muito bela, herdeira de grande fortuna, com quem teria chegado a casar secretamente em 1526, mas a oposição dos pais levou a que o casamento fosse anulado.

Por este acto e o facto de Maria ser menor, Cristóvão Falcão esteve preso durante cinco anos, enquanto Maria foi obrigada pelos pais a enclausurar-se no Mosteiro do Lorvão.

Aí esforçaram-se por convencê-la que o pretendente estaria mais interessado na sua fortuna do que nela. A insistência dos argumentos e a promessa de um bom casamento acabaram por convencer Maria a sair do mosteiro para casar em 1534 com Luís de Silva, capitão de Tânger.

Esta história pessoal seria a inspiração de Cristóvão Falcão para a obra poética pela qual é mais conhecido, «Crisfal».

Crisfal é um criptónimo de Cristóvão Falcão. Também Crisfal pode ser a conjunção de Crisma Falso.

Crisfal, Chrisfal ou Trovas de Crisfal, conta a história dos jovens pastores Maria e Crisfal, que se amam desde a infância, mas são separados porque os pais da jovem a levam para um lugar distante.

Escrito em harmoniosa redondilha maior, é talvez o mais expressivo exemplo da adaptação da poesia bucólica grega e latina à sensibilidade portuguesa. É um poema impregnado de saudade, de emoções ternas e puras, glorificadas em versos escritos numa linguagem directa, mas de timbre requintado, onde perpassa uma sensualidade picante e um realismo por vezes atrevido.

A obra colocou Cristóvão Falcão numa posição única na literatura portuguesa e teve uma influência considerável em poetas posteriores, nomeadamente Camões.

 

José Duro é nome de Largo, junto à casa materna, e tem no Jardim da Corredoura um medalhão reproduzindo a sua face.

José Duro, poeta decadentista, nasceu em Portalegre a 22 de Outubro de 1875 e faleceu em Lisboa a 18 de Janeiro de 1899.

Para Martim de Gouveia e Sousa, o movimento decadentista, nascido de uma crise de mentalidades e de sensibilidade, postula uma sagração poética, com possibilidade degenerativa superior e requintada, onde avulta um individualismo anti-heróico e fraccionado em nevropatia, sinal de tédio e prostração. Sumptuarismo, anomalismo, artificialismo e esteticismo serão ainda palavras de ordem do conhecimento poético decadentista, que, do ponto de vista sugestivo, alinha no sentido de uma renovação prosódica e musical, com estranhamentos aliterantes, sinestésicos e vocabulares. Não deixa também de ser interessante a preocupação do artista decadente com a experiência pessoal, a auto-análise, a perversão e as sensações elaboradas e exóticas, advenientes, por exemplo, das decadências alexandrina, romana e bizantina.

José Duro estudou na Escola Politécnica de Lisboa, frequentando tertúlias literárias. Morreu com apenas 24 anos, de tuberculose.

Em 1896, aparece discretamente nas letras com a publicação de uma pequena plaquette que intitulou Flores, ainda não dando a dimensão do poeta que viria a ser, mas já reveladora da sua «musa triste» como lhe chamou Albino Forjaz de Sampaio. Em 1898, pouco antes de falecer, José Duro teve ainda ocasião de ver o seu livro «Fel», acabado de sair da tipografia.

Acusando, embora, a forte influência dos universos de Poe, Baudelaire, Cesário e da própria vida e doença do seu autor, o livro, mergulhando obsessivamente no mundo da doença, decadência e morte, atinge-nos por um acento de aguda e sincera angústia e desespero. José Duro, observou Santos Tavares, é o poeta do sentimento tornado bolor, da mágoa feita em fel, da esperança vivida em pavor, da súplica ardendo raiva, da flor venenosa, do beijo impuro poeta da catástrofe, da paixão-desgraça, da nostalgia-desespero, o arauto, também, de uma juventude sem auroras.

As opiniões a seu respeito desencontram-se desde os que, como Albino Forjaz de Sampaio, o consideram tão grande como António Nobre, Cesário Verde, até aos que lhe negam qualquer originalidade e importância. A verdade deve situar-se algures entre estes dois extremos. Vitimado muito cedo pela tuberculose, o seu talento inegável, com vincada tendência escatológica, não teve tempo de amadurecer no sentido de uma maior depuração. Tal como ficou, «Fel» é, pelo menos, um documento humano de inegável pungência.

Em 1985, António Ventura recolheu num volume, em Portalegre, «Páginas Desconhecidas de José Duro», e Martim de Gouveia e Sousa escreveu na «Plátano – revista de arte e crítica de Portalegre», nos números dois (2005) e sete (2014), ensaios sobre o Poeta.

 

José Rodrigues Eustáquio nasceu em Portalegre a 24 de Abril de 1938 e vem a falecer nesta cidade em 12 de Abril de 2005. Completou no Liceu Nacional de Portalegre o 2.º ciclo dos liceus. Filho de pai militar, também viveu em África, o que lhe abriu horizontes. Fez carreira na função pública, tendo-se aposentado como funcionário da administração local.

Homem de leituras várias, os clássicos portugueses, a literatura estrangeira, principalmente do século XX, e a poesia ocupavam-lhe o ócio.

Cronologicamente, as obras publicadas de J. R. Eustáquio são: ‘Eu poeta me confesso’, ‘O fel e os frutos’, ‘Os seios de Palmira’, ‘Variações sobre a morte’, ‘Bom dia serenidade’, ‘A canto de pássaro’, ‘Os últimos poemas’, ‘35 poemas bolorentos encontrados no sótão da Avozinha’.

Foram publicados entre 1977 e 2000. A poesia de José Rodrigues Eustáquio não é conhecida da maioria dos seus conterrâneos. Pouco ou mesmo nada divulgada nos meios culturais, merece, no entanto, estudo criterioso.

J. R. Eustáquio não pertenceu a nenhuma irmandade. O tema recorrente na sua poesia é a mulher. E, ligado à mulher, o erotismo, o desejo, a sensualidade, a volúpia. Mas, também está presente nas palavras doridas do poeta, a morte. Embora a edição das oito obras tenha sido em vinte e três anos, facilmente se identificam as diferentes vivências por que vai passando J. R. Eustáquio. Nenhum poema aparece datado, não que tal fosse importante, porque a descontinuidade temporal/temática que apresentam demonstram terem sido feitos em distintos ciclos/fases da vida do poeta.

O poema autobiográfico, ‘Eu’ aparece em ‘A canto de pássaro’. Nele, J. R. Eustáquio questiona se é poeta, fala da vida de escriturário, do sonho de marinheiro, da condição de celibatário, da frugalidade do viver/padecer e na mundo-vivência que procura abarcar.

Leitor insaciável, para ele, Portalegre é provinciana. Frequentador de cafés, a eles se refere, mas só identifica o desaparecido Café Operário. Fumador impenitente, busca neste vício consolo para a solidão. Ele, o introspectivo!

A morte, não o medo mas a sua presença, é um dos principais leitmotiv da poesia de J.R. Eustáquio. A mulher para o Poeta é o ser mais sublime, e o amor é algo que lhe vai fugindo, tornando a sua poesia áspera e, quando erótica, dura. Quando fala da mulher, começa terno mas acaba ‘perdido’ entre paixão e sexo puro.

Os dois curtos anos em África deixam-lhe a nostalgia dos grandes espaços, e a viagem por mar criou-lhe o desejo de ‘um dia’ ser marinheiro. O seu país, Portugal, a sua cidade, Portalegre, trazem-lhe versos de desilusão, tal como a Revolução dos Cravos. O poeta enquanto ‘sonhador’ está ferido pela ‘realidade’. Uma palavra para a Mãe, figura tutelar na obra.

 

Trazer para o vosso convívio estes três poetas de Portalegre, é uma forma de os lembrar, e ao mesmo tempo introduzir a Poesia do José Regala.

«Para lá do Tempo», é uma obra poética que transmite ao Leitor toda uma vida, vivida umas vezes perigosamente, outras habitualmente. Não são poemas de juventude, transmitem a serenidade dos anos cheios de experiências. Há muito sentimento e também grande nostalgia. À primeira vista agradáveis de ler. Mas quando se penetra no seu âmago percebe-se, então, a complexidade do Ser que é o José Regala.

Uma palavra para a excelência da capa, a par da cuidada edição.

No Prefácio tivemos oportunidade de dissecar a personalidade do José Regala. Não nos vamos repetir. Agora é tempo de darmos a palavra ao Autor, ao Poeta, que não é só Poeta, como ele próprio em seguida comprovará.

Convidado por duas vezes no programa da Rádio Portalegre «Praça da República» pelo seu autor, José Polainas, o diálogo que então se estabeleceu entre ambos foi tão forte e intenso, que praticamente o Zé Polainas não ‘passou’ música. Um grande conversador, que teremos oportunidade de confirmar.

Quando o Zé Regala escrevia no Facebook textos notáveis sobre temáticas que tanto cultiva, temas que de certeza irá abordar, o seu antigo Aluno António Branco ia à ‘caixa de comentários’, tratá-lo por Mestre, adjectivo que eu próprio subscrevia.

Agradeço ao José Regala a gratificante oportunidade de aqui o poder homenagear publicamente, e de reafirmar a Honra de o ter como Amigo.

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Texto lido no Museu da Tapeçaria no dia 2 de Novembro de 2024, em Portalege, na apresentação do livro de José Regala «Para lá do Tempo»

Mário Casa Nova Martins

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sábado, novembro 02, 2024

José Regala - «Para lá do Tempo»

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José Regala - «Para lá do Tempo»

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sexta-feira, novembro 01, 2024

José Regala - «Para lá do Tempo»

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quinta-feira, outubro 31, 2024

José Regala - «Para lá do Tempo»

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segunda-feira, outubro 28, 2024

América versus USA

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sexta-feira, outubro 25, 2024

António Martinó - Autobiografia

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quinta-feira, outubro 24, 2024

AA - António Martinó - Autobiografia

História da Históra de Portalegre

«Plutão, a BD & eu», vai ser apresentado no próximo dia 26 de Outubro, na Biblioteca Municipal pelas 15 horas.

Junto com «José Cândido Martinó – Uma vida desenhada pela banda», formam um díptico sobre um tempo e uma época da história da cidade de Portalegre, que começa na segunda metade de oitocentos, abarca todo o século XX e vai até ao presente.

Só a explicação, a súmula do anterior parágrafo justifica a leitura destas duas obras de António Miguel Martinó de Azevedo Coutinho.

Não existem em Portalegre obras memorialistas desta envergadura. São, portanto, mais-valias para se conhecer a vida política, social e até económica de Portalegre cidade. E principalmente a sua vida Cultural, que, como a leitura prova, teve momentos de altíssima qualidade nas diferentes áreas do Saber e do Conhecimento.

As inúmeras personalidades que marcaram aquelas diferentes épocas que as duas obras compreendem, deixaram, de uma maneira ou outra, testemunho das suas vidas na comunidade portalegrense. E estão de uma forma viva retratadas, revisitadas.

A escrita de António Martinó é um português perfeito, exemplar, o que faz com a leitura seja atraente, a par de uma riqueza de temas que cativam a própria leitura.

Como era entusiasmante a vida cultural em Portalegre. A qualidade dos protagonistas era indiscutível, e tudo é referido e tratado de um modo vivo, dedicado, justo.

No caso da última obra, «Plutão, a BD & eu», a escrita é na primeira pessoa, justificadamente dado o papel que António Martinó desempenhou em Portalegre ao longo da sua permanência na cidade. Em Portalegre deixou obra vasta e de grande qualidade nas diferentes áreas que cultivava. Nunca foi neutro, sempre assumiu as suas convicções, muitas vezes de forma frontal e assertiva. É um Nome de Portalegre.

Por fim uma palavra de grande Amizade para com o Professor António Martinó. E outra de agradecimento.

Amizade, solidariedade que sempre teve para comigo, consideração que me tem dado, num tempo em que Consideração, Solidariedade e Amizade são Valores cada vez mais raros.

Um forte agradecimento pelo apoio e pela colaboração na «Plátano – Revista de Arte e Cultura de Portalegre», que quero voltar a trazer ao convívio da cidade. Quando, alguns, desdenharam do projecto, o Professor António Martinó, mas também não só, apoiou-o desde a primeira hora. Foi das primeiras pessoas, numa conversa junto ao antigo Café Facha, a quem dele falei.

Tenho o privilégio de já ter lido «Plutão, a BD & eu». Fiquei mais rico!

Mário Casa Nova Martins

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segunda-feira, outubro 21, 2024

«O Eixo do Mal» - Trump & Musk


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Para a 'direitinha' portuguesa e para a Esquerda e Extrema-Esquerda, eis a dupla maléfica!

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sexta-feira, outubro 18, 2024

Boaventura p'ra memória futura!

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quarta-feira, outubro 16, 2024

António Barreto o diz

 

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segunda-feira, outubro 14, 2024

Marcelices de Marcelo

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Que se faça as interpretaçãos que se quiser!

sexta-feira, outubro 11, 2024

AA - América(s)

 

América(s)

O europeu acha que os EUA é Nova Iorque, com os seus arranha-céus, a Broadway, o Central Park, Manhattan e a sua Fifth Avenue, Times Square. Tudo é opulência, que vive paredes-meias com todo o tipo de pobreza, desde drogas, prostituição, à mais vil miséria humana, cardápio que não é servido ao turista que a visita.

Ao contrário do que o europeu pensa, Nova Iorque não representa a América. A verdadeira é aquela percorrida de Leste a Oeste pela Route 66, ou a América Sulista versus a América Nortista. A verdadeira América não se encontra em Nova Iorque ou na Califórnia, locais de visita turística, mas não do verdadeiro sentir americano. Não há uma América mas sim várias América(s). As Costa Leste e Oeste, onde vive a maioria dos americanos, é uma manta de retalhos étnicos e religiosos, um melting pot sempre efervescente, que se incendeia ao mais pequeno rastilho.

O Sul, derrotado mas não vencido, mantém um viver próprio, diferente do Norte, onde a usura continua lema. O Interior, aquela América Profunda, mantém o espírito dos Pais Fundadores, fiel à Tradição.

Hoje os EUA não são a potência hegemónica de outrora. As elites estão decadentes, a economia começa a ser suplantada por outras que estão no Pacífico. A grandeza de outrora foi substituída por guerras directas ou por procuração em diferentes partes do globo, com vitórias de Pirro e derrotas cada vez mais humilhantes.

Uma América dividida, uma América que cada vez mais é um gigante com pés de barro. Um governo em Washington, DC, refém de lóbies poderosos, que fomentam guerras seja na Europa, seja no Médio Oriente. Lóbies que em tudo vêm economia e que querem tomar conta de tudo o que é riqueza ou produz riqueza no planeta.

Esta América vai a eleições na primeira terça-feira do próximo Novembro.

Ganhe quem ganhar, será mau para a Europa. Quando é que a Europa ‘acordará’? A chamada protecção dos EUA à Europa nunca visou o seu bem, mas sim os interesses dos EUA. A História o demonstra.

A Europa está numa encruzilhada. Ou continua refém dos EUA, ou recorre à Geografia e vira-se para si mesma.

Mário Casa Nova Martins

 

P. S. – Faleceu no passado 2 de Outubro o Eng. Saúl Tomás Cândido. Um Homem íntegro. Honrou-me com a sua Amizade. Que descanse em Paz.

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quarta-feira, outubro 09, 2024

Trump - Harris e a (im)parcialidade

Quando Kamala Harris "ganhou" o debate! Ai a matemática, que tão maltratada é.

A 'vontade' da comunicação social portuguesa na vitória de Kamala é tanta, que até aldrabam as percentagens!

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Quanto à parcialidade da comunicação, não devem nem podem restar dúvidas. A narrativa mediática dos grandes meios e da chamada “informação de referência” – do New York Times ao Economist, do Le Monde, ao El País e aos nossos correspondentes e comentadores – não se dá sequer ao trabalho de simular isenção. Porque afinal, no ringue de combate, alguém tem de encarnar o Mal; e Trump, a besta loira, o diabo em pessoa, fá-lo na perfeição.

Jaime Nogueira Pinto

in: https://observador.pt/opiniao/a-america-dividida-e-que-nos-divide/

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segunda-feira, outubro 07, 2024

Coimbra

Pelas tuas ruas da Alta

Vivemos loucos amores,

Promessas olhando a Lua

Sonhos, quimeras e dores!


Pelas tuas ruas da Baixa

Onde comprámos livros,

Passeámos tão divertidos

Como Grandes Amigos!


Pelas tuas ruas da Baixinha

Em tascas petiscámos,

Sentindo os teus cheiros

Que bem nos deliciámos!


E Mulheres de Vida,

Que em suas Vidas,

Sofridas,

Perdidas,

Se sentavam connosco à mesa

Naquelas noites vazias,

De incerteza,

Num amor comprado,

Jamais amado,

Fingido.

Confidenciavam

Tristeza e amargura,

Com doçura,

Numa Rua Direita

No nome

Mas tão estreita,

Tão sinuosa e comprida,

Quanto sentida,

Por Aquelas Mulheres

Da Vida.

 

Sós como nós!

Quarta-feira, 29 de Abril de 2009

quarta-feira, setembro 25, 2024

AA - Evolução na continuidade

Evolução na continuidade

Quando a Esquerda ganha as eleições, ela ganha. Mas quando as perde, ela ganha também, porque a Direita não aplica as suas ideias e submete-se à Esquerda.

O parágrafo anterior é a realidade de meio século de Socialismo travestido por vezes de Social-Democracia em Portugal. 1974-2024, cinquenta anos que começaram com a tentativa da implantação da Democracia Popular, vulgo Comunismo, entre 11 de Março de 1975 e 25 de Novembro de 1975, seguido de ininterrupta ‘via p’ró Socialismo’, um «abrir caminho para uma sociedade socialista» que em tempos a Constituição da República celebrava no seu preâmbulo, mas que nunca deixou de andejar no sentido da miséria do Socialismo. Pelo meio, bancarrotas, resgates, clientelismo, fraudes, corrupção, dependência e subsidiodependência.

Há semanas que o Orçamento de Estado para 2025 é tema na praça pública. Ainda não é conhecido o documento, mas já há partidos que afirmam ir votar contra, outros que impõem condições severas para que o venham a aprovar. Em suma, um ‘circo mediático’ cuja principal finalidade é desviar a atenção dos Portugueses da crua realidade social em que o país está mergulhado.

Não será difícil adivinhar que o próximo Orçamento de Estado continuará a famigerada caminhada para o Socialismo, penalizando Famílias e Empresas, favorecendo os lóbies que sustentam o governo, as instituições e fundações onde a Esquerda mais radical faz apologia das maiores aberrações e de situações contra-natura. Também será penalizado quem trabalha, quem cria riqueza e será favorecida a subsidiodependência. Nada de novo, portanto.

Segundo estudos de opinião mais recentes, dando-lhe crédito, o que por vezes não é fácil, o enorme Centrão, PS+PSD, continua largamente maioritário, a Extrema- Esquerda, Livre, Bloco de Esquerda, PCP, não cresce, e a Direita desce um pouco.

Quanto à Direita, não se sabe que partido ou partidos a representam. O Chega está na economia entre PSD e PS. O CDS não tem voz, debaixo da ´pata’ do PSD. O próprio PSD diz-se Social-Democrata, e na economia está perto do Socialismo que o PS defende. A IL diz-se não de Direita, mas tem um programa económico de Direita, semelhante, salvaguardando a diferença temporal, ao do CDS quando as ideias do Grupo de Ofir eram dominantes no partido.

Posto isto, só há que respeitar a vontade popular, se bem que não deixe de ser curioso ouvir e ler tanta crítica ao Centrão, e depois continuadamente dão-lhe o voto!

Mário Casa Nova Martins

sexta-feira, setembro 13, 2024

AA - Silly Season

Silly Season

Há muito que este inglesismo entrou no vocabulário português, significando um período do ano, concretamente o mês de Agosto, com escassez de acontecimentos sejam de que ordem for.

No caso da política e dos políticos ambos dizem estar de férias, gerando a ‘silly season’, e quando voltam marcam esse regresso com uma festa popular a que dão o nome de ‘rentrée.’

Este Agosto de 2024 não foi excepção. E lá se viu comícios-festa, ‘universidade de verão’, ‘academia socialista’, e outras formas de marcar a agenda política para os meses seguintes. Tudo em nome da democracia, cada um com a sua democracia.

Mas nesta ‘silly season’ tiveram lugar umas eleições presidenciais que se tornaram, como agora é de bom-tom dizer-se, ‘virais’. Aconteceram na Venezuela, um país que graças ao petróleo já foi rico e que agora graças ao Socialismo é pobre. Mas isso são ‘contas de outro rosário’.

Segundo os resultados da Comissão Nacional Eleitoral da Venezuela, o vencedor teve 51,2 % dos votos e o vencido 44,2 %. Contudo, ‘observadores’ dizem que o vencedor teve 20 % e o vencido 60 %.

Sempre se soube que na Venezuela as eleições iriam ser fraudulentas, como acontecera nas anteriores, para que a ‘nomenklatura’ continuasse no poder. E assim vai a América Latina.

Na Europa e Médio Oriente continuam as guerras, seja ‘por procuração’, ou legítimas consoante o lado em que os contendores se encontram. Mas outras guerras híbridas ou menos híbridas continuam pelos dois hemisférios. Sempre a busca pela posse dos recursos naturais. Tudo é economia.

E em Portugal continua a discutir-se ‘o sexo dos anjos’, concretamente sobre o conceito de ‘pessoas que menstruam’ e outras temáticas Woke, às quais se ‘associou’ o partido do Governo e o próprio Governo.

Neste ‘fim de tempo’, ‘festas e romarias’ contentam o viver dos Portugueses, tal como no conto da Cigarra e da Formiga. Vive-se o tempo da Cigarra, mas em breve virá o tempo em que a Formiga, avisada e ajuizada, provará ter a razão pelo seu lado.

A instabilidade política portuguesa é real. Um presidente da República circense, um Governo que governa pensando constantemente em próximas eleições, uma Oposição à Direita e à Esquerda que caminha com desnorte, e uma Esquerda Radical altamente minoritária que age como ‘senhora e detentora das virtudes wokistas’.

Aproxima-se o Outono, um outono que pode ter inúmeros sentidos. Nenhum será bom.

Mário Casa Nova Martins

quarta-feira, agosto 14, 2024

Olimpíadas - Bergoglio

Esperavam os Católicos que o Jesuíta Bergoglio tomasse uma posição sobre o ataque que a Igreja Católica sofreu no blasfemo espectáculo da abertura dos Jogos Olímpicos em Paris.

Nada! ‘Aos costumes nada disse’!

Uma vez mais, Bergoglio mostrou com o seu sepulcral silêncio que é conivente com o Wokismo, com o Esquerdismo.

Não surpreendeu.

Os ‘Fumos de Satanás’, de que uma vez Paulo VI falou, tornaram-se reais neste famigerado pontificado do anti-papa Bergoglio.

Mário Casa Nova Martins