Desabafos 2016/2017 - XII
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Tempo houve em que a existência
de semáforos na santa terrinha era sinal de progresso, porventura de
modernidade.
E querendo ser progressiva e
moderna, Portalegre implantou semáforos naqueles cruzamentos nos quais havia
maior afluxo de tráfego.
Todavia, muito pouco tempo
depois, verificava-se que em vez de fazer fluir o trânsito, este apenas se
tornava mais moroso. E, principalmente, não havia trânsito suficiente que
justificasse a existência de semáforos. Então, hoje, os semáforos em
Portalegre, tal como a figura do polícia sinaleiro, são memórias do passado.
Em tempo mais recente, terrinha
que era terrinha tinha, além do hipermercado, o centro comercial.
E a Portalegre chegou o
hipermercado, primeiro, um, depois outro, mais outro, e até já teve, coisa rara,
o fecho do último a ser construído por falta de clientes, e do qual resta o
edifício em situação de pré-abandono. Em Portalegre já não são apenas os
edifícios particulares e públicos, os edifícios fabris, que estão ao abandono.
O centro comercial chegou a
Portalegre, com um supermercado como âncora e, pequenino, lá vai subsistindo,
tal como um outro ainda mais pequenino, que só os deuses sabem como ainda não
fechou de vez.
A principal rua comercial de
Portalegre, o eixo Facha-Alentejano, dois cafés emblemáticos dos quais apenas
existe o segundo, enquanto o primeiro mudou de nome e daquele tempo áureo do
Facha nada resta, é o símbolo da decadência comercial, salvo honrosas excepções
que se contam pelos dedos de uma só mão.
Agora a autarquia vai implementar
um projecto de reabilitação urbana, dado o estado de degradação em que está o
tecido urbano, na tentativa de transformar aquele eixo novamente numa área
comercial, digna desse nome.
Nunca é tarde para que a obra
seja feita, esperando-se que «os velhos do Restelo», e há tantos em
Portalegre!, não venham embargar ideias, no que são peritos.
Rádio Portalegre, 13 de Fevereiro de 2017
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