Portalegre - Autárquicas 2017 - V
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Autárquicas 2017 – Portalegre – V
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PSD crime e castigo
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Em Portalegre há muito que existe o receio, quiçá, medo, de
se dizer a verdade quanto a factos políticos. Não há coragem de publicamente se
afirmar, por parte da classe política local e dos comentadores políticos
afectos aos partidos representados, que a dívida colossal para a dimensão
sócio-económica e fiscal do concelho de Portalegre foi toda feita pela
governação de uma década do PSD à frente da autarquia.
Há um rosto que é responsável pela dívida, que a fez e mais
ainda a teria aumentado se não tivesse saído a meio do terceiro mandato. Mas,
diga-se em abono da verdade, com a total concordância da estrutura concelhia do
PSD. Para o PSD o que interessava era estar na CMP, e ter os seus militantes a
ocuparem lugares de nomeação política, uns, e outros a entrarem para a função
pública. Portalegre e o seu concelho pouco ou nada lhes interessava.
Agora o PSD está a ter a ‘recompensa’ pela década ruinosa
pela qual é responsável.
Há quatro anos sofreu a pior derrota da sua história no
concelho de Portalegre. E prepara-se para no próximo acto eleitoral autárquico
voltar a ser eleitoralmente humilhado.
O PSD ainda não apresentou publicamente o seu candidato.
Diversos nomes têm surgido, mas seja quem for, por muito boas credenciais que
apresente, o eleitorado não lhe dará o seu voto.
E a situação do PSD agravou-se com o ‘regresso’ de gente que
nos últimos quatro anos esteve na equipa da actual presidente, e que julgando
que aquela recandidatura era perdedora, vieram novamente ‘bater à porta’ do PSD
de Portalegre, disponibilizando-se para manterem os lugares políticos que
obtiveram com a vitória do CLIP. E antes tinham esses mesmos lugares políticos
pelo PSD. Confuso?
Contudo, se o PSD julga que vai ganhar votos com os ‘transfugas’,
está muito enganado. Se já não eram mais-valia política para o próprio partido,
que o PSD perceba que muito menos o são em termos eleitorais. Que não pense que
o eleitorado é estupido a ponto de não ver que apenas interesses pessoais movem
estas hipotéticas candidaturas.
O PSD não vai ter o denominado e malfadado “voto útil”, que
é útil para quem o recebe e torna-se inútil para quem o dá. Também não vai
poder contar com a ‘muleta’ do CDS, que tão útil para ele tem sido, e tão mau é
para o CDS que perde eleitorado que depois não consegue recuperar e entra em cíclicas
crises de crescimento e sobretudo de afirmação política.
Nestes últimos quatro anos o PSD não foi capaz de olhar para
dentro de si próprio, de como que fazer uma catarse, para renascer com força e
vigor, credibilidade para enfrentar o futuro. Assim, o futuro no PSD não vai
começar no próximo acto eleitoral autárquico. O PSD tem o seu futuro adiado. Até
quando? Só ele, PSD, o poderá dizer, ou querer.
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