Aeroporto do Montijo - MARCELLICES
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MARCELLICES
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Quando a política é espectáculo,
quando os políticos são actores de ópera-bufa, quando um presidente da
República se traveste de cabeleireiro ou de tocador de bombo, tal quer dizer,
significa que esse país ‘bateu no fundo’.
A credibilidade de um político,
no caso o presidente da República de Portugal, que confunde a função de chefe
de Estado com a actividade circense, que cultiva o populismo, só pode estar ao
nível dos espectadores de telenovelas ‘mexicanas’ ou de programa televisivos de
grande audiência como um reality show
tipo soft-porno como «Big Brother» ou «Casa dos Segredos».
Quando Marcelo Rebelo de Sousa
defende a atribuição do nome de Mário Soares ao aeroporto civil do Montijo,
em primeiro lugar ressalta que se o nome não fosse referido, já ninguém se
lembrava do defunto. A ausência de gentes no funeral, à excepção da
nomenklatura socialista, e mesmo esta, só uma ou outra facção carpia, a
fraquíssima audiência televisiva às cerimónias e ao cortejo fúnebre, mostrava,
mais do que a ingratidão do povo ao “pai” desta Terceira República, que há
muito Mário Soares era cadáver.
Rebelo de Sousa como que
ressuscitou Soares. E essa ressurreição gerou de imediato mal-estar entre a
classe política. A Direita Nacionalista odeia Mário Soares, que é mal tolerado
pela Direita. A Extrema-esquerda, PCP e BE, detesta-o. Só o PS, não todo,
venera Soares.
Atribuir o nome de Sá Carneiro ao
aeroporto do Porto, aceita-se porque foi uma homenagem a uma figura política
daquela cidade, e feita numa altura em que o consenso político em torno do
homenageado era maioritário.
Atribuir o nome de Humberto
Delgado ao aeroporto da Portela, tem razão de ser, dado o seu percurso no campo
da aviação durante o Estado Novo. Mas também podia ter sido escolhido o nome de
Gago Coutinho ou o de Sacadura Cabral, que estaria correcto.
Agora dar o nome de Mário Soares
ao futuro aeroporto do Montijo, só por oportunismo político, ou outro.
Mas se o nome de Mário Soares fosse dado à principal porta de embarque do aeroporto do Montijo, haveria não só lógica, como razão de ser. Soares, enquanto presidente da República, viajou de avião mais do que todos os presidentes da República de Portugal, sejam da Primeira, Segunda ou desta Terceira República.
E dessas viagens nada de interesse, ou de importante trouxe a Portugal e aos Portugueses, daí talvez o esquecimento rápido que o Povo fez da memória de Mário Soares.
Mas se o nome de Mário Soares fosse dado à principal porta de embarque do aeroporto do Montijo, haveria não só lógica, como razão de ser. Soares, enquanto presidente da República, viajou de avião mais do que todos os presidentes da República de Portugal, sejam da Primeira, Segunda ou desta Terceira República.
E dessas viagens nada de interesse, ou de importante trouxe a Portugal e aos Portugueses, daí talvez o esquecimento rápido que o Povo fez da memória de Mário Soares.
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