Salazar, o Ditador que se recusa a morrer
Recordo uma conversa de décadas com o dr. Rui Biscaia Tello
Gonçalves, sobre um texto meu no extinto semanário «O Distrito de Portalegre».
Em finais de Julho desse ano, por altura da data do seu falecimento, escrevera
no meu espaço «Conta-Corrente» sobre António de Oliveira Salazar.
Preocupado, como Amigo alertava-me que ainda não era tempo
para se falar de Salazar. O meu texto era o que pensava sobre aquela figura
política, e ‘fugia’ dos cânones oficiais.
Hoje, passadas décadas, quem se atreve a escrever sobre
Salazar, fora desses cânones, sujeita-se a ser insultado e caluniado. Mas, como
“os cães ladram e a caravana passa” (abençoado Povo que tais ditados populares
tem!), nunca me coibi de dizer e escrever aquilo que para mim é a verdade dos
factos.
Esta introdução vem a propósito da leitura do livro «Salazar,
o Ditador que se recusa a morrer», editado pela D.QUIXOTE.
Há um texto interessante de João Pedro Castanheira no
semanário «Expresso» intitulado «As livrarias estão cheias de lixo sobre
Salazar», citado na bibliografia, e é totalmente verdade. Daí se ter o maior
cuidado em adquirir livros sobre Salazar e o Salazarismo. Esta temática ‘vende como
pães quentes’, tal como outras temáticas que são estória e nada têm de
História. Inclusive, se determinada palavra aparece no título, logo é sinónimo
de vendas.
Esta obra de Tom Gallagher trata de Salazar, o seu tempo e a
sua obra vistos por um estrangeiro, o que desde logo dá um distanciamento do
Autor face ao tema que estuda.
O maior interesse, dado que os factos são do domínio
público, é, justamente, conhecer a maneira interpretativa de Alguém que embora
conheça bem o século XX português, não o viveu presencialmente.
Não se pretende fazer uma crítica pormenorizada sobre o
livro. Contudo, refira-se o ‘desmontar’ do mito do ‘justo’ de Cabanas de
Viriato, uma das ‘vacas sagradas’ do anti-salazarismo. Interessante a análise
sobre Henrique Galvão, Santos Costa, e sobretudo Marcello Caetano. Rolão Preto
não é ‘esquecido’, e convirá dizer que recentemente a «Contra-Corrente» editou
uma antologia de textos do Nacional-Sindicalismo.
A análise das relações entre Salazar e os americanos é
excelente.
Um livro a ler! Sem complexos, na busca da Verdade, em
Liberdade.
Hoje em Portugal vigora um regime Socialista, não do tipo
totalitário como o soviético, mas é um facto que se tem um Estado excessivamente
interventivo nos campos da economia, saúde e educação, e cada dia que passa a
Extrema-Esquerda tem mais influência no Governo do PS. Vive-se um Socialismo à
portuguesa, que tem conduzido o País para a cauda da União Europeia.
O parágrafo anterior serve de introdução a uma frase do
livro, página 88, linhas 24 a 27: _ Mas, como observou um historiador,
[Salazar] moldou Portugal «de modo muitíssimo socialista» deixando os
portugueses acostumados a uma grande presença do Estado e muitíssimo dependentes
do Estado.
O historiador era o socialista A. H. de Oliveira Marques. E,
p’ra que conste, nunca fui Salazarista!
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