Desabafos 2016/2017 - IX
Começou um novo ano. Tudo concorre para que se pense que o futuro
será melhor que o presente, e ainda melhor que o com o passado. Mas quem
estiver atento à realidade que o cerca, sabe que este 2017 será um ano de
muitas decisões no campo político-eleitoral, que vão de sobremaneira afectar
Portugal e os portugueses.
As eleições em França e na Alemanha vão influenciar o futuro
próximo da UE, e seja qual for o resultado, ganhe quem ganhar, o Portugal
ultraperiférico desta Europa cada vez mais desunida, ficará ainda mais marginal
quanto a decisões da eurocrática Europa. E Portugal depende em tudo da Europa!
As eleições autárquicas do próximo outono em Portugal, nada
trarão de novo ao país, a não ser um maior endividamento das autarquias,
fundamentalmente por má gestão autárquica.
Por incrível que possa parecer, o dito Poder Local é cada
vez mais associado a caciquismo. A actual classe política local há muito que
cultiva a Lei de Gresham, segundo a qual «a má moeda expulsa a moeda boa».
Assim, em quem confiar o voto? Em quem votar as próximas
eleições autárquicas?
A ‘profissionalização’ da política por parte dos principais
partidos políticos, a criação de ‘famílias’ dentro dos partidos políticos, veio
criar uma teia de interesses corporativos, que são um mal para a Democracia.
O «pão e circo» que os candidatos oferecem às gentes, são
‘passaporte’ para a vitória. E quem mais ‘oferecer’ é que ganha. A ideologia, a
seriedade, a honestidade, a competência, são ‘coisas do passado’. Hoje o que
importa é a demagogia, a mentira, a má formação moral e cívica.
Mário Casa Nova Martins
Rádio Portalegre, 2 de Janeiro de 2017
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