\ A VOZ PORTALEGRENSE: In Memoriam - Carlos Garcia de Castro

quarta-feira, novembro 23, 2016

In Memoriam - Carlos Garcia de Castro

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In Memoriam Carlos Garcia de Castro

“O homem cria-se criando. Quando cria, não só deixa factos para a história. Edifica o seu interior, irreversível e pessoal.”
in, Loja, Contra-loja e Armazém, pg. 231

Carlos Garcia de Castro nasceu em Portalegre a 12 de Novembro de 1934 e vem a falecer na sua cidade natal na madrugada de 13 de Novembro de 2016, no dia seguinte a completar 82 anos de uma vida plena, como Homem, Cidadão, Professor, Poeta, Romancista e Ensaísta.
Frequentou o ensino primário na escola pública, o liceal no Liceu Nacional de Portalegre, e licenciou-se em Ciências Históricas e Filosóficas pela Universidade de Letras de Lisboa. Lecionou diferentes graus de ensino em diferentes escolas. A Portalegre regressou para aqui se fixar definitivamente, e nesta cidade produzir a maior parte da sua obra literária.
Carlos Garcia de Castro é das figuras mais notáveis da sua geração portalegrense, e de Portalegre Cidade, que cantou como poucos, ele o «Poeta da Cidade Branca» que tanto amou a ponto de nela viver, e com ela viver momentos de alegria e de tristeza. Nela amou como só um homem e um homem-poeta o sabe. Glorificou a Mulher e fez de Sua Mulher musa de poesias sublimes, de parágrafos de beleza inigualável.
A sua vida foi cheia de acontecimentos comuns aos comuns mortais, mas que ele soube transformar em momentos de criação literária, sendo notável prosador e poeta de um tempo que soube acompanhar e viver em plenitude.
O contributo para a Cultura em Portalegre é forte, a marca que deixou nos seus Alunos forte foi, cultivou a Amizade como só gente d’algo o sabe. Carácter firme, nunca vergou aos ditames da mediocridade, que sempre combateu. Um Homem que soube interpretar o espírito do tempo.
Carlos Garcia de Castro foi um extraordinário contador de histórias e de estórias. Além de enriquecedora, a sua palavra cativava, fazia rir, emocionar, e sobretudo obrigava a pensar. Era uma Pessoa culta que importava ouvir.
Colaborou nos jornais e revistas do seu tempo, jornais e revistas locais, regionais e nacionais. A lista é longa, muito longa, mesmo.
Que pena não ter podido ouvir «Os Sinos de São Lourenço», quando fisicamente se despediu de nós, pobres mortais, ele que com a sua Obra será um Imortal das Letras.
Mário Casa Nova Martins

Obra publicada
_ Cio (1955)
_ Terceiro Verso do Tempo (1963)
_ Portus Alacer (1987)
_ Os Lagóias e os Estrangeiros (1992)
_ Rato do Campo (1998)
_ Fora de Portas (2007)
_ Gloria Victis (2007)
_ Texto literário de “EntrAbertas”, de Raul Ladeira (2005)
_ Texto literário de “O Dia do Outro Lado”, de Raul Ladeira (2011)
_ Loja, Contra-loja e Armazém (2011)
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