Portalegre - Autárquicas 2017 - IV
*
Autárquicas 2017 – Portalegre – IV
*
BE charme e não-simpatia
*
O Bloco de Esquerda apareceu há quatro anos no concelho de
Portalegre com uma candidatura autárquica. Foi um estrondoso fracasso. Em
crescimento por todo o lado, teve em contraciclo um resultado péssimo, dada a
escolha, terrível, do candidato.
Agora está ainda na fase da escolha do candidato e na
feitura das listas, algo que não se está a afigurar fácil. E porquê?
Dir-se-á que há ‘dois’ BE no concelho de Portalegre. ‘Um’,
largamente minoritário, tem gente simples do povo, proletarizada, que embora
sem cultura política, é crente nas ideias do BE, ideias que estão em oposição
ao ‘outro’ BE, burguês, pretensioso, instalado no sistema, há anos classe
média, hoje classe média baixa. E os ‘dois’ não coabitam.
A força eleitoral do BE no concelho de Portalegre advém,
como seria normal dada a sua postura de partido radical de protesto, de uma
marginal intelectualidade ligada à Escola pública e a Serviços, como quadros
técnicos de Saúde, Autárquicos e outros, que num passado recente auferiam
excelentes remunerações salariais, e que hoje, graças à bancarrota a que o PS
conduziu o país, viram os seus rendimentos diminuírem drasticamente, estando,
sentindo-se a caminhar para a proletarização, lugar que não querem ‘partilhar’
com o tal ‘outro’ BE.
A pretensa “superioridade moral” desta esquerda radical
portalegrense, a pretendida Cultura que não tem, a inexistência de real poder
económico, endividada à banca, exaspera-a e faz com que se sinta ressabiada,
frustrada com a actual situação em que está, a qual é fruto da “via para o
Socialismo” que tem sido está Terceira República.
O Bloco de Esquerda será sempre um partido de protesto que,
se alguma vez chegar à governação tornar-se-á numa à portuguesa «Coligação da
Esquerda Radical», o grego Syrisa, domesticado pelo próprio sistema. E os seus
militantes e apoiantes, sabem-no. O voto no BE é, como tal um “voto inútil”.
Ressalve-se as comas.
No concelho de Portalegre o BE poderá eleger gente sua na
junta de freguesia da cidade, e porventura eleger alguém para a Assembleia
Municipal. Nada mais, mas altamente positivo face ao resultado de há quatro
anos.
Agora, enquanto os ‘ventos soprarem de maré’, essa falsa
intelectualidade de Portalegre, esses pequeno-burgueses subsidiodependentes,
continuarão a entoar loas a este Socialismo radical que os ‘consome’, cheios de
certezas e verdades eternas, daquelas que os cemitérios estão cheios.
*
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home