\ A VOZ PORTALEGRENSE: Portalegre - Autárquicas 2017 - IV

terça-feira, janeiro 24, 2017

Portalegre - Autárquicas 2017 - IV

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Autárquicas 2017 – Portalegre – IV
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BE charme e não-simpatia
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O Bloco de Esquerda apareceu há quatro anos no concelho de Portalegre com uma candidatura autárquica. Foi um estrondoso fracasso. Em crescimento por todo o lado, teve em contraciclo um resultado péssimo, dada a escolha, terrível, do candidato.
Agora está ainda na fase da escolha do candidato e na feitura das listas, algo que não se está a afigurar fácil. E porquê?
Dir-se-á que há ‘dois’ BE no concelho de Portalegre. ‘Um’, largamente minoritário, tem gente simples do povo, proletarizada, que embora sem cultura política, é crente nas ideias do BE, ideias que estão em oposição ao ‘outro’ BE, burguês, pretensioso, instalado no sistema, há anos classe média, hoje classe média baixa. E os ‘dois’ não coabitam.
A força eleitoral do BE no concelho de Portalegre advém, como seria normal dada a sua postura de partido radical de protesto, de uma marginal intelectualidade ligada à Escola pública e a Serviços, como quadros técnicos de Saúde, Autárquicos e outros, que num passado recente auferiam excelentes remunerações salariais, e que hoje, graças à bancarrota a que o PS conduziu o país, viram os seus rendimentos diminuírem drasticamente, estando, sentindo-se a caminhar para a proletarização, lugar que não querem ‘partilhar’ com o tal ‘outro’ BE.
A pretensa “superioridade moral” desta esquerda radical portalegrense, a pretendida Cultura que não tem, a inexistência de real poder económico, endividada à banca, exaspera-a e faz com que se sinta ressabiada, frustrada com a actual situação em que está, a qual é fruto da “via para o Socialismo” que tem sido está Terceira República.
O Bloco de Esquerda será sempre um partido de protesto que, se alguma vez chegar à governação tornar-se-á numa à portuguesa «Coligação da Esquerda Radical», o grego Syrisa, domesticado pelo próprio sistema. E os seus militantes e apoiantes, sabem-no. O voto no BE é, como tal um “voto inútil”. Ressalve-se as comas.
No concelho de Portalegre o BE poderá eleger gente sua na junta de freguesia da cidade, e porventura eleger alguém para a Assembleia Municipal. Nada mais, mas altamente positivo face ao resultado de há quatro anos.
Agora, enquanto os ‘ventos soprarem de maré’, essa falsa intelectualidade de Portalegre, esses pequeno-burgueses subsidiodependentes, continuarão a entoar loas a este Socialismo radical que os ‘consome’, cheios de certezas e verdades eternas, daquelas que os cemitérios estão cheios.
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