AA - Declínio e Queda da Europa
Declínio e Queda da
Europa
«A Roma dos Augustos acabara nos desvios, loucuras e
perfídias dos Calígulas e Neros. Uma construção que dominara o mundo e que nos
legou a nossa civilização, o famoso Ocidente, descontrolada por excessos de
poder, abundância, nepotismo e despotismo, e vigiada de perto pelas hordas de
inimigos às portas do império, foi vencida com estrondo e humilhação. Os
bárbaros entraram.»
A ‘insuspeita’ Clara Ferreira Alves escreveu o que acima se
transcreve na Edição 2689 do passado 10 de Maio na revista “E” do semanário
Expresso, página 3. E convida à leitura de duas obras “A História do Declínio e
Queda do Império Romano” de Edward Gibbon, editada pela Book Builders em 2020
em dois volumes, e “Considerações sobre as Causas da Grandeza dos Romanos” de
Montesquieu, editada pela Assírio & Alvim em 2002, edições que temos.
Esta introdução conduz ao recente ‘festival da eurovisão’.
De edição para edição, a decadência instalou-se inexoravelmente, tornando-se o
espelho da actual sociedade europeia.
O que conduziu à queda de Roma, e mais tarde de
Constantinopla a Oriente, está cada vez mais a acontecer na Europa. E não são
os emigrantes os ‘bárbaros’ que estão a destruir a civilização europeia, são os
próprios europeus, que hedonisticamente trabalham para o fim da sua própria
civilização.
O dito ‘festival da eurovisão’ é a montra dessa decadência,
desse fim de um tempo civilizacional,
em que a Ética e a Moral se abastardaram, gerando monstruosidades, com a
concordância dos poderes políticos, a conivência da hierarquia do catolicismo, a
aceitação da cultura degenerada, figura central deste ‘festival de horrores’.
Vive-se o tempo da “civilização faustiana”, que Oswald
Spengler enunciou na sua obra «A Decadência do Ocidente», nunca traduzida em
Portugal, mas disponível, por exemplo, na edição espanhola Colección Austral da Espasa Calpe.
Está-se no tempo da cultura faustiana, a cultura dionisíaca
de Nietzsche em oposição à cultura apolínea. Nietzsche associava Dionísio à
intoxicação, desarmonia, ausência de forma, sublimidade e música, enquanto Apolíneo
representava a contemplação, harmonia, beleza, e o equilíbrio entre as formas,
especialmente através da razão.
Assim se compreende porque é dito que o Festival da
Eurovisão é um espelho da decadência da civilização ocidental.
Quando o Belo é substituído pelo Feio, a Estética pelo
Hediondo, o Normal pela Aberração, o Espírito pela Matéria, então, muito doente
está a Sociedade.
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