AA Birkin - Hardy - Bardot
Birkin – Hardy –
Bardot
Houve um tempo em que se era jovem, que se acreditava na
Imortalidade, nos Deuses, na Virtude, no Amor. Tempo de uma Juventude vivida,
sentida, idolatrada, eterna.
Das diferentes formas de se viver e exaltar o Amor, poesia,
canção, cinema era a trilogia que transformava a existência. Os ‘sixties’ são a
fronteira entre um antes e um depois, um marco jamais esquecido, uma época de
abundância, de liberdade, de felicidade, de confiança no futuro. A Europa esquecera
a guerra civil que a consumira, terminada nos remotos anos quarenta, e voltava
a viver e com forte vontade de viver.
«Je t’aime moi non plus» é uma canção (1967) e também um
filme (1976). Ambos têm a assinatura de Serge Gainsbourg, mas é Jane Birken,
como cantora e protagonista que fica célebre.
Jane Mallory Birkin (Londres, 14/12/1946 – Paris,
16-07-2023) foi compositora, cantora, actriz e modelo inglesa, mas é em França
que atinge a notoriedade. A sua ligação com Gainsbourg marcou um estilo.
A canção foi proibida em inúmeros países, como Portugal, alvo
de censura em rádios, e recebeu a excomunhão do Vaticano. Tornou-se um sucesso
retumbante. A carga de erotismo ainda hoje é sentida e vivida por quem a ouve.
Intemporal!
«Tous Les Garçons Et Les Filles» (1962), escrita e musicada
por Françoise Hardy, é de uma beleza nostálgica, melancólica, inigualável.
«Message Personnel» (1973), o testemunho de um Amor que se deseja mas que não
acontece. Dois momentos únicos, de uma perfeição transcendental!
Françoise Madeleine Hardy (Paris, 17/01/1944 – Paris,
11/06/2024) marcou o seu tempo. Compôs, musicou, escreveu, amou, sofreu, e de
tudo deixou testemunho. Uma vida completa. Princípios e valores acompanham um
percurso exemplar. E uma voz única, uma beleza perene, um marco na moda
disputada por costureiros e estilistas.
«Et Dieu… Creá La Femme» (1956) prenuncia já os anos
sessenta que estavam para chegar. Filme ousado, saúda e glorifica a Beleza
através da protagonista.
Brigitte Anne-Marie Bardot (Paris, 28/09/1934), bela,
sensual, apolínea, é para ela que originalmente Gainsbourg escreve «Je t’aime
moi non plus». Mas o cinema não deixa que Bardot o abandone, e a sua carreira
percorre principalmente a década de sessenta, a par de uma carreia menos
fulgurosa como cantora. Como modelo, deslumbrou. Mantém o estatuto de ícone
daquela década maravilhosa.
Jane Birkin e Françoise Hardy partiram. Brigitte Bardot há
muito que se recolheu. O tempo, esse, fará perdurar os seus legados.
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