Desabafos, 2015/2016 - IV
Nesta Terceira República, a Direita não tem grandes datas para celebrar ou comemorar. Então, encontrou uma, o ‘25 de Novembro de 1975’,
como comemorável ou celebrável.
É um facto que na falta de outra efeméride, esta data merece
ser lembrada como o Thermidor do PREC. Mas, realmente, o que foi o ‘25 de Novembro
de 1975’?
Para responder a esta questão recorre-se ao “Diário da Índia”
do Embaixador Marcello Duarte Mathias, que na página 264 escreve:
_ De resto, o 25 de Novembro
levou, de início, muita gente ao engano. Julgou tratar-se de um embate entre
esquerda e direita, de que esta teria triunfado. Deste equívoco se alimentou
durante uns tempos o 25 de Novembro. O que, na realidade, se verificou foi
simplesmente o confronto entre uma extrema esquerda anarco-revolucionária e a
esquerda socialista e maçónica, tendo esta última prevalecido.
Esta interpretação está datada de 1995, há vinte anos,
portanto, mas mantém toda a clareza e verdade do que realmente se passou
naquele ‘Verão Quente’ de 1975.
Se o ‘11 de Março de 1975’ foi uma quartelada, cuja História continua por fazer, o ’28 de Setembro de
1974’ representa a ida para o Gueto da Direita portuguesa, de onde ainda não
conseguiu sair.
A força que então tinha o PP – Partido do Progresso naquele
outono de 74, é semelhante à que viria a ter o PDC – Partido da Democracia
Cristã naquele final de inverno de 75. Ambos, temidos pela Esquerda totalitária
dominante, foram proibidos pelo poder radical vigente, e desde então, como que
à vez, CDS-PP e PPD-PSD representam a área da Direita em Portugal sem que
alguma vez se assumissem como de Direita, melhor, colhendo os seus votos, mas
renegando-a.
Assim, os quarenta anos do ’25 de Novembro de 1975, que passam na próxima quarta-feira, mais não são do que a memória de um tempo de chumbo, que nem em nota de rodapé da centenária História de Portugal será no futuro próximo lembrado.
Assim, os quarenta anos do ’25 de Novembro de 1975, que passam na próxima quarta-feira, mais não são do que a memória de um tempo de chumbo, que nem em nota de rodapé da centenária História de Portugal será no futuro próximo lembrado.
Mário Casa Nova Martins
23 de novembro de 2015, Rádio Portalegre
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