Carlos Manuel Faísca
Salários reais
Para analisar os níveis de vida em ambas as cidades, é necessário fazer uma aproximação aos salários reais, ou seja, calcular o quociente entre os salários monetários e o nosso Índice de Preços no Consumidor [1]. O poder de compra de um indivíduo é determinado pela relação existente entre o rendimento de que dispõe e o custo dos bens de consumo que podem ser adquiridos com esse rendimento, encontrando-se ambos expressos em réis correntes.
Gráfico 4 – Evolução de Salários Reais durante o séc. XVII (Coimbra).
Em relação a Coimbra, as grandes oscilações representadas no Gráfico 4 correspondem sobretudo às constantes variações do Índice de Preços, já que, como vimos, os salários sofrem menores oscilações. A falta de dados das décadas de 70 e 80 deixa por explicar uma aparente subida dos salários reais atingida em meados desta última. O que podemos concluir com mais rigor é que, no final do século XVII, os salários reais se encontravam ligeiramente abaixo dos valores do início da centúria.
Gráfico 5 – Evolução de Salários Reais durante o séc. XVII (Lisboa).
Em Lisboa, existe uma clara tendência de perda de salários reais, ou seja, as subidas salariais, que se verificaram sobretudo nos trabalhadores especializados, não acompanharam, na mesma medida, a subida de preços nominais.
[1] Falamos em aproximação pois, como já referimos, os nossos índices não estão completos. Para além disso, não são comparáveis directamente, embora possamos comparar as tendências para cada cidade.
Carlos Manuel Faísca
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