\ A VOZ PORTALEGRENSE: Crónica de Nenhures

quarta-feira, setembro 17, 2008

Crónica de Nenhures

A crise no Ensino em Portugal
.
A História mostra que a Escola é um “instrumento” civilizacional, mas também que é um “instrumento ideológico. Quem detinha a Educação, detinha Poder. A Escola é um factor de dominação, daí a importância que sempre terá.
Não “andando” muito no sentido do passado, recordar-se-á a importância que era dada aos Jesuítas pelo facto de serem eles a deterem um espécie de monopólio do Ensino pelas terras por andes a Companhia de Jesus evangelizava.
Em Portugal fez “escola” a disputa entre Dominicanos e Jesuítas pelo privilégio do Ensino. O marquês de Pombal expulsou os Jesuítas de Portugal. Mas antes já os afastara do Ensino, e teve a preocupação de criar o Colégio dos Nobres, que, curiosamente se veio a revelar um nado-morto.
A Primeira República utilizou a Escola para “criar” o Homem Novo, o Homem Republicano. E de certa forma conseguiu-o. Neste curto período da História de Portugal, foi inquestionável a ênfase que os Republicanos davam à Escola, criando uma rede por todo o País, que o Estado Novo ampliou, se bem que diminuísse o cariz ideológico.
A Terceira República, principalmente nos anos a seguir a 1974, tentou impor a denominada Cartilha Marxista ao Ensino, mas o tempo veio diluindo essa importância. Hoje há mais disparates que ideologia, como é exemplo o que vem nos manuais estudados pela reportagem da revista Sábado da passada semana.

Falámos na Cartilha Marxista. E ela começa a ser “imposta”, em pleno Marcelismo, com a denominada Reforma Veiga Simão.
Hoje é mais ou menos consensual que a passagem de Viga Simão pelo Ministério da Educação trouxe mais malefícios que benefícios. E quiçá o mais mal foi ter permitido que gente ligada ao Partido Comunista Português assentasse arraiais na Avenida Cinco de Outubro. O PCP desde o tempo de Veiga Simão que controla a Educação em Portugal.
Também a passagem de Roberto Carneiro pela Pasta da Educação foi um desastre. Experiências pedagógicas, que rimam com demagógicas, foram implementadas. Havia um frenesim no sentido de aplicar à Educação em Portugal os métodos e técnicas mais progressistas, muitas vezes ao arrepio dos Comunistas do Ministério.
Hoje assiste-se a uma guerra surda entre Socialistas e Comunistas pela “posse” do Ministério da Educação. Com uma imprensa francamente desfavorável, a actual Ministra tem lutado contra o poderosíssimo lóbi Comunista na Educação. Dificilmente vencerá, porque o PCP tem um aliado de peso, o PSD. Pois é, em Portugal é assim a Política.
Mário Casa Nova Martins