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segunda-feira, março 28, 2022

Desabafos 2021/2022 - XIII

Na passada semana, o céu português cobriu-se de uma cor alaranjada, motivado, segundo os cientistas, por poeira vinda do deserto do Saara.

Este fenómeno de meteorologia é cíclico, tal como o tempo.

A cor do céu fazia lembrar a do planeta Arrakis, na mais recente transposição para o cinema por Denis Villeneuve, da intemporal obra «Dune» de Frank Herbert, escrita em 1965.

Arrakis, conhecido como Duna pelos fremen, e chamado de Rakis após a queda do Imperador-Deus, era um planeta desértico localizado na extremidade do Imperium no sistema estelar Canopus. Mais tarde, tornou-se o centro do Imperium sob o governo de Paul Atreides. Foi a fonte original e por muito tempo a única fonte da especiaria melange, vital para viagens espaciais.

Esta versão tem duas partes, a primeira saiu em 2021 e a segunda virá em 2023.

Existe uma versão anterior, «Dune», realizada por David Lynch em 1984. Esta, na altura não foi compreendida, mas hoje é um filme de culto.

A história principal é a guerra, não pelo controlo da produção da especiaria, mas uma guerra de traição por parte do Imperador para com a Casa Atreides, na pessoa do filho do duque Luke Atreides, Paul.

Uma história que explora as complexas interacções entre política, religião, ecologia, tecnologia e escolhas e consequências em alicerce às emoções humanas.

Estando hoje a Europa em guerra, provocada pela tentação do domínio global do planeta, na sua vertente económica, ler esta obra magistral de ficção científica, e ou ver as suas versões cinematográficas, ajuda a perceber que a evolução da Humanidade nunca foi linear.

Mário Casa Nova Martins

21 de Março de 2022

Rádio Portalegre