Desabafos 2021/2022 - XIII
Na passada semana, o céu português cobriu-se de uma cor
alaranjada, motivado, segundo os cientistas, por poeira vinda do deserto do
Saara.
Este fenómeno de meteorologia é cíclico, tal como o tempo.
A cor do céu fazia lembrar a do planeta Arrakis, na mais
recente transposição para o cinema por Denis Villeneuve, da intemporal obra
«Dune» de Frank Herbert, escrita em 1965.
Arrakis, conhecido como Duna pelos fremen, e
chamado de Rakis após a queda do Imperador-Deus, era um planeta
desértico localizado na extremidade do Imperium no sistema estelar Canopus.
Mais tarde, tornou-se o centro do Imperium sob o governo de Paul Atreides. Foi
a fonte original e por muito tempo a única fonte da especiaria melange, vital
para viagens espaciais.
Esta versão tem duas partes, a primeira saiu em 2021 e a
segunda virá em 2023.
Existe uma versão anterior, «Dune», realizada por David
Lynch em 1984. Esta, na altura não foi compreendida, mas hoje é um filme de
culto.
A história principal é a guerra, não pelo controlo da produção
da especiaria, mas uma guerra de traição por parte do Imperador para com a Casa
Atreides, na pessoa do filho do duque Luke Atreides, Paul.
Uma história que explora as complexas interacções entre
política, religião, ecologia, tecnologia e escolhas e consequências em alicerce
às emoções humanas.
Estando hoje a Europa em guerra, provocada pela tentação do
domínio global do planeta, na sua vertente económica, ler esta obra magistral
de ficção científica, e ou ver as suas versões cinematográficas, ajuda a perceber
que a evolução da Humanidade nunca foi linear.
21 de Março de 2022
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