Desabafos 2017/2018 - XVI
Os
escândalos sucedem-se no Palácio de São Bento, onde está o Parlamento português.
Não havia necessidade.
Por
um punhado de euros, presidentes de partidos políticos, secretários-gerais de
partidos políticos, deputados, gente que se julgava que estava acima de
qualquer suspeita, afinal não passam de meros oportunistas, para quem o ser-se
político, ser-se deputado da nação, é somente uma forma de usar o cargo em
benefício, em proveito próprio, e, claro, familiar.
Num
país com cultura cívica, com valores democráticos, estas situações tornadas públicas
só tinham um desfecho, um final, que era a imediata demissão dos cargos que
ocupavam.
Contudo,
em Portugal há um ditado popular que diz que «a culpa morreu solteira»,
significando que o pequeno delito, a pequena criminalidade quando praticada por
quem tem poder na sociedade, seja a forma de poder que for, fica sempre impune.
A
impunidade daqueles políticos, que por um punhado de euros têm a sua carreira
política suja, é uma evidência. Tornados públicos estes casos de pequena
corrupção, os visados dizem-se inocentes, escudam-se em argumentos baseados em
leis que eles próprios fizeram e aprovaram, para se justificarem perante a
sociedade.
Uma
sociedade assim é uma sociedade doente, uma sociedade putrefacta, sem futuro, e
que arrasta o país para o opróbrio.
Mas
esses políticos há muito que perderam o sentido do servir a causa pública, e
nada se importam com o que a sociedade deles pensa, o importante é continuar a
ocupar os cargos para deles obterem o maior proveito para si e família. Tudo
por um punhado de euros!
Rádio Portalegre, 7 de Maio de 2018
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