Desabafos 2017/2018 - IX
A
primeira-ministra britânica, a Conservadora Theresa May, nomeou no
passado dia 17 de Janeiro uma ministra da Solidão. Estima-se que haja mais de
nove milhões de pessoas sós no Reino Unido, praticamente o total da população
portuguesa.
A
criação deste ministério para esta triste realidade da vida moderna, como
Theresa May caracterizou a solidão, mostra de forma indelével o hedonismo da
actual sociedade europeia, rica de bens materiais, mas pobre de sentimentos e
sobretudo de Valores.
Permissiva,
intolerante, areligiosa, esta Europa dos costumes só é solidária face às causas
fracturantes, sejam elas, ou tenham elas a forma e o conteúdo que tiverem.
Em
Portugal, não é só nos grandes meios populacionais que existe a solidão. Também
nos pequenos centros urbanos, no campo, em suma, a sociedade portuguesa não é
diferente da europeia.
Mas
em Portugal há mais com que os governantes se preocuparam do que com o grave
problema da solidão, preocupados que estão, neste tempo presente, com a
eutanásia. Talvez encontrem nela a solução para o problema da solidão.
Mas
não são só os governantes, também a sociedade civil não se preocupa com a
solidão, esse fenómeno social que envergonha, daí o autismo face a ele.
A
degradação do conceito de Família, o ataque contínuo que sofre, contribui em
muito para que a solidão, que não é só ligada aos idosos, tenha o significado que
tem na sociedade.
Quanto
mais a Família se deteriorar, maior será a solidão dos membros que a compõem.
Por muito que custe ao famigerado politicamente correcto!
Rádio Portalegre, 28 de Janeiro de 2018
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